Ibovespa tem dia de recuperação e sobe 3,12% em meio a alta generalizada
O Ibovespa se recuperou de uma sequência de quedas e fechou nesta quarta-feira (9) em alta de 3,12%, aos 127.795,93 pontos. O ganho na carteira foi quase generalizado – de 87 ações que compõem o índice, 85 fecharam em alta.

Depois de uma manhã de indefinição, em que o índice chegou a cair à mínima de 122.887,13 pontos, o movimento dos mercados entrou em sinal positivo depois do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de colocar em vigor, por 90 dias, apenas a tarifa mínima de 10% para os países que não retaliaram os Estados Unidos nas taxações anunciadas na semana passada.
A Ibovespa chegou à máxima de 128.648,95 pontos, por volta das 14h30, e depois cedeu para se estabilizar em patamar levemente inferior. Em Nova York, as bolsas interromperam uma sequência de quatro dias de queda e tiveram uma forte valorização. A publicação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), no meio da tarde, com sinais de que a queda dos juros se dará em ritmo mais lento do que o projetado inicialmente, estendeu a valorização.
O Nasdaq teve a maior alta porcentual diária desde janeiro de 2001, de 12,16%, aos 17.124,97 pontos. O Dow Jones subiu 7,87%, aos 40.608,45 pontos; o S&P 500 avançou 9,52%, aos 5.456,90 pontos.
Ibovespa: veja as principais altas e baixas
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Mercado projeta negociação em breve
O mercado teve duas interpretações para o movimento positivo. A primeira, de que a flexibilização das tarifas, ainda que a princípio apenas temporária, afasta as chances de uma recessão na maior economia do mundo. A segunda, de que o governo americano estaria disposto a se sentar para negociar com a China.
Essa visão ganhou ainda mais força após o próprio Trump afirmar que “um acordo será feito com a China e com todos os países”. “A política tarifária dos EUA será determinante sobre se o país enfrentará uma recessão, ou não, no segundo semestre”, avalia Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
Foi “um recuo importante do Trump com a implementação de tarifas recíprocas, e os mercados reagiram positivamente, mas a agressividade em cima da China pelos EUA ainda é um ponto de bastante incerteza para o cenário”, resume o economista Rodrigo Ashikawa, da Principal Asset Management.
Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, acredita que a disputa sobre tarifas está longe de terminar. “Vejo pela frente rodadas de negociação que, com certeza, vão gerar centenas de novos acordos, não somente entre os EUA e as demais nações, mas também entre outros países, que tendem a buscar mais alternativas de parceiros comerciais para diminuir a dependência dos Estados Unidos”, aponta.
Com Estadão Conteúdo