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Ibovespa derrete e volta aos 120 mil pontos após payroll; Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) caem

Ibovespa. Foto: iStock

Ibovespa. Foto: iStock

O Ibovespa encerrou as negociações desta sexta-feira (7) em queda e atingiu o menor patamar do ano. O índice acionário recuou 1,73%, em 120.767,19 pontos. Na semana, o indicador registrou uma variação negativa de 1,09%. O nível de fechamento desta sexta-feira ainda é o menor desde 13 de novembro passado, então aos 120.410,17 pontos. A perda desta sexta-feira foi também a maior desde 21 de setembro (-2,15%)

Durante a sessão, o índice Bovespa oscilou entre a mínima de 120.679,06 pontos e a máxima de 122.898,80 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 21,6 bilhões. 

Após o alívio visto no Ibovespa ontem, quando subiu 1,23% e registrou maior ganho desde 26 de abril, o índice voltou a terreno negativo nesta sexta-feira, o que decretou perda também na semana, a terceira consecutiva. O índice cede agora 10,00% no ano.

No meio da tarde, também com a retomada de ruídos em torno da situação fiscal doméstica, o Ibovespa passou a acentuar mínimas da sessão, mais do que devolvendo os ganhos do dia anterior, que haviam colocado o índice em terreno positivo na semana. A reversão começou ainda cedo, com os dados oficiais sobre o mercado de trabalho americano, o ponto mais aguardado da agenda da semana.

Com a maior parte dos ativos fechando o pregão no vermelho, as ações da Vale (VALE3) encerraram em baixa de 1,31%, a R$ 60,41. A variação negativa ocorre mesmo após a alta do minério de ferro no mercado chinês.

Os papéis da Petrobras despencaram e fecharam em queda de mais de 3%: Petrobras ON (PETR3) caiu 3,13%, a R$ 38,59, enquanto Petrobras PN (PETR4) registrou uma variação negativa de 3,75%, a R$ 36,94. 

A desvalorização acompanha a baixa da cotação do petróleo no exterior. Nesta sessão, o Brent para agosto caiu 0,31%, a US$ 79,62 por barril, na ICE. Já o WTI para julho recuou 0,03%, a US$ 75,53 por barril, na Nymex.

Na contramão da queda generalizada dos papéis negociados na bolsa brasileira nesta sessão, as ações da Embraer (EMBR3) encerraram o pregão em forte alta de 4,04%, a 38,40. Os ganhos refletem um anúncio feito pela Mexicana de Aviación, companhia aérea estatal do México, que informou nesta sexta-feira que desembolsará US$ 750 milhões para a aquisição de 20 aeronaves da Embraer.

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Revertendo o otimismo do pregão anterior, após o corte de juros realizado pelo Banco Central Europeu (BCE), o mercado brasileiro desanimou no último dia da semana. 

A principal notícia no radar dos investidores foi o payroll, o relatório de empregos dos Estados Unidos, divulgado nesta manhã pelo Departamento do Trabalho norte-americano. O texto apontou a criação de 272 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de maio e veio acima das expectativas dos especialistas, o que reforçou as preocupações dos mercados globais em relação à política monetária dos EUA.

“As apostas que até ontem na CME indicavam até 2 cortes de juros por parte do Fed, hoje com os dados de emprego mais fortes que o esperado, passaram a indicar somente um corte no fim do ano, acabando com o otimismo do mercado. Após ter o Banco Central Europeu iniciando cortes de juros, o mercado se animou com a possibilidade de o Fed passar a fazer o mesmo já em setembro. Mas, com os dados atuais do payroll, as chances de corte em setembro diminuíram bem”, explica Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

“A média móvel de três meses na geração de vagas de trabalho voltou a crescer – dados nada positivos quando se espera redução de juros nos EUA”, aponta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno, destacando também a evolução do salário médio por hora trabalhada, em alta de 0,4% na variação mensal e de 4,1% em 12 meses – ou seja, mais do que o dobro da meta oficial de inflação nos EUA, de 2% ao ano. Para Sung, a leitura de hoje do payroll “frustra expectativa de cortes de juros no terceiro trimestre” nos Estados Unidos, o que deve resultar em revisão de cenário para a política monetária americana.

Além disso, os investidores repercutiram as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou de uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira. Durante a coletiva, Haddad informou que o governo vai publicar ainda em junho o decreto que regulamenta a mudança da meta de inflação.

“É a primeira vez que o governo assume uma meta exigente para garantir o poder de compra do salário”, disse o ministro.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, certo desconforto com declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à tarde ajudou a pressionar os ativos domésticos. Haddad reforçou que o governo vai insistir da Medida da Provisória do PIS/Cofins para compensação de perdas de receita com desoneração, apesar de resistências no Congresso e entre setores econômicos, e minimizou os efeitos sobre a economia. Houve também ruídos em torno de fala do ministro sobre eventual contingenciamento neste ano.

Cotação do dólar 

O dólar comercial fechou a sessão em alta de 1,41%, a R$ 5,3247, após oscilar entre R$ 5,2439 e R$ 5,3275. Durante a semana, a moeda norte-americana acumulou uma valorização de 1,41%. 

“Na semana, o desempenho do dólar não foi nada bom. O mercado segue testando o patamar dos R$ 5,30, muito devido às incertezas fiscais no Brasil que já estavam fazendo preço na moeda, e com os dados de emprego muito mais fortes que o esperado pelo mercado. Isso fortaleceu ainda mais o dólar não somente contra o real, mas frente todas as moedas, tanto emergentes quanto de países desenvolvidos como o euro, libra e iene japonês”, avalia o sócio da A7 Capital.

Bolsas nos EUA caem

Os principais índices acionários norte-americanos também encerraram o pregão no vermelho, reforçando as preocupações dos investidores com a política monetária dos Estados Unidos após os dados do payroll. 

A Dow Jones fechou em baixa de 0,22%, a 38.798,86 pontos. Já o S&P500 recuou 0,11%, a 5.347,03 pontos. Por fim, a Nasdaq perdeu 0,23%, a 17.133,13 pontos.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Última cotação do Ibovespa

Após seis pregões operando no vermelho, o Ibovespa encerrou as negociações da última quinta-feira (6) em alta de 1,23%, aos 122.898,80 pontos.

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