Ibovespa despenca após dados de emprego nos EUA; Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuam
O Ibovespa encerrou as negociações desta sexta-feira (6) em forte queda de 1,41%, aos 134.572,45 pontos, refletindo o mau humor do mercado no exterior. Na semana, o principal índice acionário da bolsa brasileira acumulou uma variação negativa de 1,05%.
Durante a sessão, o índice Bovespa oscilou entre a mínima de 134.476,18 pontos e a máxima de 136.653,00 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 18,20 bilhões.
Apesar de iniciar a sessão oscilando entre perdas e ganhos, o indicador ampliou as perdas no início da tarde e despencou após a divulgação do payroll, o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, que veio pior do que o esperado.
Entre os principais papéis do indicador, as ações da Vale (VALE3) caíram 1,25%, a R$ 56,68, e acumularam uma baixa de mais de 3,6% na semana. A variação negativa dos papéis da mineradora acompanha o pessimismo em relação à demanda pelo minério de ferro, em meio às preocupações sobre a economia da China.
Além disso, em linha com as fortes quedas dos contratos futuros do petróleo Brent e WTI, as ações da Petrobras também fecharam no vermelho. Petrobras ON (PETR3) caiu 1,84%, a R$ 41,13, enquanto Petrobras PN (PETR4) perdeu 1,96%, a R$ 37,55.
“Entre as quedas, está Embraer (EMBR3), que lidera as quedas com mais de 5%, mas vale lembrar que a ação acumula cerca de 110% de alta em 2024. Isso sugere que parte do movimento de venda atual pode ser devido a investidores realizando lucros após essa valorização expressiva”, explica Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
“Ativos mais sensíveis à curva de juros, como YDUQ3 (educacional), IRBR3 (resseguradora) e Magazine Luiza (MGLU3), também sofreram quedas. O cenário de expectativa de menor corte de juros pelo Fed, combinado com as taxas de juros locais ainda elevadas, pressiona negativamente esses papéis, que tendem a ser mais impactados por custos de financiamento e condições de crédito”, completa ele.
Cotação do dólar hoje
Após operar em baixa diante do real durante parte da sessão, o dólar comercial reverteu o sinal negativo e encerrou as negociações desta sexta-feira em alta. A moeda norte-americana avançou 0,35% diante da divisa brasileira, negociada em R$ 5,590 na compra e R$ 5,589 na venda.
Apesar dos ganhos de hoje, o dólar acumulou uma variação negativa de 0,83% nesta semana.
“O dólar apresentou uma trajetória volátil no mercado de câmbio. Após começar o dia em baixa, o dólar ganhou força frente ao real e outras moedas emergentes. Isso aconteceu após o relatório de emprego dos EUA mostrar criação de vagas abaixo do esperado, mas com salários crescendo acima das previsões, o que aumentou as preocupações sobre inflação e recessão nos EUA. Esse cenário leva os investidores a buscar proteção em ativos como os Treasuries e o próprio dólar”, explica Iarussi.
Bolsas nos EUA fecham em forte queda
Os principais índices acionários dos Estados Unidos encerraram as negociações desta sexta-feira em forte baixa, após dados do payroll abaixo do esperado. O relatório apontou a criação de 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de agosto, abaixo das projeções de 160 mil postos de trabalho dos analistas do consenso LSEG.
O número reforçou as preocupações dos investidores em relação ao enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano e, consequentemente, da economia do país.
- Dow Jones: -1,01%, aos 40.345,41 pontos (-2,93% na semana);
- S&P 500: -1,73%, aos 5.408,42 pontos (-4,22% na semana);
- Nasdaq: -2,55%, aos 16.690,83 pontos (-5,76% na semana).
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou as negociações da última quinta-feira (5) em alta de 0,29%, aos 136.502,49 pontos.