O Ibovespa encerrou as negociações desta quarta-feira (5) em queda, atingindo o menor patamar do ano pelo sexto pregão consecutivo. O índice acionário fechou em baixa de 0,32%, aos 121.407,33 pontos. No ano, o indicador já acumula perdas de 9,52%.
Durante a sessão, o indicador oscilou entre a mínima de 121.253,01 pontos e a máxima de 122.170,07 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 19,4 bilhões.
Na semana e no mês, a referência da B3 recua 0,57%, elevando a perda do ano a 9,52%.
Os papéis da Vale (VALE3) contribuíram para a variação negativa do índice Bovespa e também registraram a sexta queda seguida. As ações da mineradora recuaram 1,45%, a R$ 60,35. A baixa dos ativos acompanha a desvalorização do minério de ferro na China, que atingiu a mínima em sete semanas nesta quarta-feira.
Por outro lado, as ações da Petrobras avançaram acompanhando a alta do petróleo no exterior. Nesta quarta, o Brent para agosto subiu 1,16%, a US$ 78,41 por barril. Já o WTI para julho valorizou 1,12%, a US$ 74,07 por barril, na Nymex. Em meio a este cenário, Petrobras ON (PETR3) registrou uma alta sútil de 0,05%, a R$ 40,04, e Petrobras PN (PETR4) subiu 0,21%, a R$ 38,23.
Além do impacto das cotações das commodities, os investidores brasileiros reagiram à divulgação de dados macroeconômicos nesta quarta-feira.
A produção industrial brasileira registrou queda de 0,5% em abril em relação ao mês anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã. Na comparação anual, houve um crescimento de 8,4%.
Já o PMI de serviços do País avançou para 55,3 em maio, em comparação com 53,7 em abril, segundo a S&P Global. Com isso, o indicador atingiu o maior patamar desde julho de 2022, indicando tendências positivas de demanda.
“Mercado ainda muito fraco. Fica claro que, desde a última reunião do BC sobre a Selic, houve desancoragem das expectativas, inclusive de inflação, com elevação na ponta longa da curva de juros doméstica, o que distancia a Bolsa do que se vê nos índices de ações em Nova York – onde as variáveis de crescimento mostram arrefecimento da economia americana, inclusive no emprego, melhorando a perspectiva dos juros, lá”, diz Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos.
“Embora tenha esboçado alta mais cedo, o Ibovespa voltou a fechar em baixa, com o clima interno pesando, depois da MP do PIS/Cofins apresentada na terça à noite pelo governo para compensar, de certa forma, a desoneração da folha. Ruídos fiscais reduzem o apelo das empresas brasileiras, tanto para o investidor local como para o externo, mesmo quando se considera o nível atrativo em que os ativos já estão. Lá fora, os sinais têm sido mais favoráveis quanto aos juros nos Estados Unidos. Mas o preço do minério na China não tem contribuído, fazendo com que a ação da Vale acumule perdas, cotada agora a R$ 60”, enumera Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, referindo-se também a perda de 4,48% acumulada pelas ações da mineradora nessas três primeiras sessões de junho.
“O dado de emprego nos Estados Unidos divulgado pela manhã da ADP referente a maio, mais fraco, acabou por firmar os índices de Nova York em alta, com destaque ainda para o setor de tecnologia, no Nasdaq. No Brasil, o dólar foi nesta quarta a R$ 5,30 durante a sessão, com apreciação da moeda norte-americana também frente a divisas fortes, no índice DXY. O payoll, na sexta-feira, deve ser o definidor da semana”, diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos, referindo-se ao relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, também referente a maio, que será conhecido na última sessão da semana – e que pode contribuir para firmar opinião dos investidores quanto ao cenário para os juros norte-americanos.
Cotação do dólar
O dólar comercial registrou a segunda alta consecutiva em comparação com o real. Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana avançou 0,23%, a R$ 5,2977, após oscilar entre R$ 5,2619 e R$ 5,3058.
Bolsas nos EUA renovam recordes de fechamento
Os principais índices acionários norte-americanos encerraram as negociações desta quarta-feira em alta, com S&P500 e Nasdaq renovando os recordes de fechamento. A Nasdaq avançou 1,96%, a 17.187,90 pontos, enquanto o S&P500 valorizou 1,18%, a 5.354,03 pontos. Já a Dow Jones subiu 0,25%, a 38.807,45 pontos.
A variação positiva dos índices acionários ocorre em meio a uma semana marcada por dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Enquanto os investidores aguardam os dados de maio do payroll, o relatório oficial de empregos norte-americano, que será divulgado na sexta-feira (7), outras pesquisas estão movimentando o mercado.
Nesta quarta-feira, a Automatic Data Processing (ADP) divulgou seu relatório e apontou que a criação de vagas de trabalho no setor privado ficou abaixo do esperado em maio. A pesquisa indicou a abertura de 152 mil postos de trabalho no mês passado, em comparação com 188 mil em abril. Os economistas ouvidos pela Reuters previam 175 mil vagas no quinto mês do ano.
Além disso, os investidores ainda estão se mantendo otimistas sobre um possível início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Amanhã, as atenções do mercado no exterior estarão voltadas para a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A expectativa também é de redução na taxa de juros europeia.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
Na última terça-feira (4), o Ibovespa fechou em queda e renovou a cotação mínima de fechamento do ano. O índice acionário recuou 0,19%, a 121.802,06 pontos, permanecendo nos menores níveis desde meados de novembro.