O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (5) em alta de 0,12%, aos 112.696 pontos. Na máxima do dia, o índice ultrapassou os 113.000 mil pontos, enquanto a mínima foi de cerca de 110.568 mil pontos. O volume financeiro foi de R$ 18,7 bilhões.
Com essa leve alta, o Ibovespa se descolou do desempenho das bolsas dos EUA, que encerraram o dia majoritariamente em queda.
- Dow Jones: -0,59%, aos 33.562,60 pontos;
- S&P500: -0,20%, aos 4.273,75 pontos;
- Nasdaq: -0,09%, aos 13.229,43 pontos.
Já o preço do dólar à vista terminou em baixa de 0,45%, registrando R$ 4,9304, com a mínima do dia alcançando os R$ 4,9135 e a máxima de R$ 4,9768.
O Ibovespa também foi beneficiado pela queda dos juros futuros após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na última hora de negócios.
As falas beneficiaram setores como consumo (+0,38%) e imobiliário (+0,35%) ao reforçar a perspectiva de que o ciclo de cortes da taxa Selic, hoje em 13,75%, deve começar este ano. Em evento da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, Campos Neto disse que o cenário “clareou” com as revisões das projeções de PIB para cima e IPCA para baixo, e que as expectativas do mercado para a inflação de longo prazo devem cair.
A menção a uma desaceleração do crédito no Brasil “moderada” em relação a outros países também acabou por favorecer os papéis de bancos na reta final do pregão, o que levou a um ganho de 0,57% no subíndice financeiro da B3 – o maior da sessão. Esses sinais foram suficientes para descolar o Ibovespa dos pares de Nova York, que cediam entre 0,59% (Dow Jones) e 0,09% (Nasdaq) no horário de fechamento da Bolsa brasileira.
“Vimos uma puxada do Ibovespa muito por causa de ações de varejo, construção civil e small caps que, em geral, se beneficiam de uma queda de juros”, afirma o operador de renda variável da Manchester Investimentos Gabriel Mota. “Ao mesmo tempo, Campos Neto falou mais sobre inflação e expansão de crédito no Brasil, que é bem relevante para os bancos. Sem dúvida, entrou um fluxo.”
Os bancos encerraram o dia em alta, puxada pelos papéis do Bradesco (BBDC4, +1,81%, BBDC3, +1,24%), que também foram beneficiados pela elevação da recomendação de “underperform” (equivalente a venda) para neutro pelo Credit Suisse. Mesmo as ações do Banco do Brasil (BBAS3) – rebaixadas de neutro para “underperform” pelo banco suíço – sustentaram alta no pregão, de 0,33%.
O destaque positivo do Ibovespa ficou com a CVC (CVCB3), que registrou forte avanço de 11,39%. Além disso, as ações da Petrobras do tipo preferenciais (PETR4) avançaram 1,03%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 0,36%.
No campo negativo, destaque para as ações da Eneva (ENEV3), que recuou 3,68% e liderou as perdas da sessão. Já as ações da Vale (VALE3) tiveram queda de 0,90%.
O que movimentou o Ibovespa hoje?
Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, o Ibovespa hoje operou de forma estável tentando manter esse patamar de preço que se consolidou na semana passada após forte alta do índice.
Já o dólar comercial e os juros futuros recuaram em meio à melhora na previsão da inflação para 5,69% e do PIB brasileiro para 1,68%, publicada no Boletim Focus, e que traz melhores perspectivas para a economia brasileira em 2024.
No exterior, a Opep+ firmou um acordo para aumentar os cortes na produção de petróleo até 2024. Por essa razão, o preço do barril de petróleo Brent avançava em média 2%, o que beneficiou as ações da Petrobras (PETR4), que encerrou o dia em alta de 1,03%.
“Se a oferta mais curta fizer peso sobre o preço do petróleo, podemos ver a commodity voltando a negociar mais perto dos US$ 100 se a demanda global continuar no ritmo atual”, diz Alves.
Entre os destaques do Ibovespa está a Vale (VALE3), que recuou 0,90%, enquanto as outras companhias do setor de mineração e siderurgia “andaram de lado”, embora o preço do minério de ferro na China tenha aumentado e tenha se observado um bom resultado do Índice de Gerente de Compras (PMI) de serviços da China, que saiu de 56,4 em abril para 57.
O especialista aponta que isso indicaria a retomada do crescimento da segunda maior economia do mundo, mas que ainda pesam as incertezas econômicas e uma quebra de expectativa da demanda por commodities, sobretudo o aço, afetando as cotações do setor local.
Crescem também as apostas de que o Fed, banco central dos EUA, manterá a taxa de juros na banda atual de 5 a 5,25% por ano, o que poderia seguir pressionando a economia real em razão dos receios de desaceleração econômica.
Um dos destaques de hoje (5) também foi a CVC, que subiu forte depois que foi confirmado o compromisso do fundador, Guilherme Paulus, e antigo controlador da companhia, em aportar R$ 75 milhões na eventual e futura oferta pública de distribuição primária de ações. A companhia anunciou também o novo CEO, Fabio Martinelli Godinho, o que gerou perspectivas mais positivas para que a empresa se recupere na Bolsa. Com isso, a operadora de turismo terminou o dia em alta de mais de 11%.
Maiores altas e baixas
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa terminou em alta de 1,80% nesta sexta-feira (2), aos 112.588 pontos.
Com Estadão Conteúdo