Ibovespa fecha em queda de 0,74%, com Vale (VALE3) e NY no negativo; varejistas e Itaú (ITUB4) caem. Dólar testa os R$ 5

O Ibovespa fechou a última sessão da semana com uma queda de 0,74%, aos 126.741,81 pontos, entre a mínima de 126.501,85 e a máxima de 127.957,49. Na semana, o índice acumulou queda de 0,26%.

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O Ibovespa hoje caiu nesta sexta-feira, 15, novamente pressionado pelas perdas da Vale (VALE3), na esteira do minério de ferro e de temores em torno de uma ingerência política do governo na mineradora.

Mas o cenário macroeconômico também jogou contra o desempenho da Bolsa nesta sexta, enquanto o mercado passa a ver uma chance maior de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) corte menos os juros este ano.

Hoje, o volume financeiro foi de R$ 34,2 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre ações.

No Brasil, o Ibov hoje seguiu de olho nos resultados da reta final da temporada de balanços, enquanto esteve atento aos possíveis desdobramentos da crise na Petrobras (PETR4) e na Vale (VALE3).

A Petrobras (PETR4) fechou sessão com as ações preferenciais em queda de 0,44%, cotados a R$ 36,06. Mesmo movimento ocorreu com as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) que tiveram baixa de 0,63%, a R$ 36,52.  

Os contratos futuros do petróleo Brent, usados como referência global, para maio registraram recuo de 0,99%, alcançando US$ 85,34 na Intercontinental Exchange (ICE). Durante a semana, o Brent teve um aumento de 3,97%.

Vale desaba: o que houve com a ação da mineradora?

A Vale (VALE3) tombou 1,70%, cotada a R$ 59,42. O recuo refletiu a queda do minério de ferro na bolsa de Cingapura, que atingiu o menor valor em mais de seis meses, com baixa perspectiva sobre a demanda na China, principal mercado consumidor da commodity.

Segundo Raony Rossetti, CEO da Melver, uma empresa de formação de profissionais do mercado financeiro, temores de interferência política do governo pesaram muito sobre a ação. “Tivemos a tentativa do governo de emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na presidência, e agora uma dúvida sobre quem vai ocupar o cargo a partir do fim do ano, depois da saída de um conselheiro, que falou em ingerência política”, lembra.

No cenário macro, às vésperas da “super-quarta” da semana que vem – quando Fed e Banco Central do Brasil terão decisões de política monetária -, o mercado diminuiu a expectativa por um corte inicial dos juros americanos já em junho.

A aceleração da inflação ao consumidor nos Estados Unidos e a inflação ao produtor mais alta do que o esperado, divulgadas mais cedo na semana, continuaram repercutindo nas apostas e estabelecendo um clima de aversão ao risco.

“O movimento de hoje está muito relacionado a esse contexto da queda de juros”, afirma o operador de renda variável da Manchester Investimentos Diego Faust. “No fim do ano passado, havia se criado a expectativa de que a queda dos Fed Funds fosse em março, depois maio, e agora está mais para junho, e pode ser julho. Os dados dessa semana afastaram a expectativa de uma queda no primeiro semestre.”

Faust destaca que o aumento dos juros penaliza empresas da área de consumo e construtoras, por exemplo.

Outros pesos-pesados da Bolsa também registraram queda hoje, entre os quais bancos, varejistas e empresas de commodities metálicas. A Lojas Renner (LREN3) esteve entre as principais quedas (- 6,42%), após balanço do 4T23. O Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,49% (R$ 1,96), a Casas Bahia (BHIA3) desabou 7,62% (R$ 7,40). CSN Mineração (CMIN3), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) também foram à lona hoje. 

Os bancos fecharam mistos: o Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,02%, a R$ 57,29, assim como o Santander (SANB11), que valorizou 0,49%, cotado a R$ 28,74. Já o Bradesco (BBDC4) caiu 1,54% (R$ 14,11) e o Itaú (ITUB4) cedeu 0,55%, a R$ 34,54.

Também repercutiu a notícia de que o Brasil criou 180.395 vagas de emprego em janeiro, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Esse número superou as expectativas do mercado, que esperava a abertura de 115.496 postos de trabalho.

De olho no exterior, os investidores repercutiram a desvalorização das bolsas norte-americanas e das commodities, além da alta dos juros futuros e dos rendimentos dos Títulos do Tesouro dos Estados Unidos. 

Além disso, hoje foi divulgada a produção industrial norte-americana, que teve alta mensal de 0,80% em fevereiro, ante consenso de 0,30%. Em linhas gerais, os dados reforçam o entendimento em relação aos recentes indicadores do país de indícios de pressão inflacionária nos EUA. Neste sentido, a expectativa em relação ao tamanho dos cortes dos juros pelo Federal Reserve no final do ciclo pode diminuir.

Dólar sobe e testa os R$ 5

O dólar voltou a subir no mercado doméstico de câmbio e chegou a flertar com fechamento acima do nível psicológico de R$ 5,00 nesta sexta-feira, 15, mais um dia marcado pela valorização da moeda norte-americana no exterior e por avanço das taxas dos Treasuries. Ainda sob impacto dos índices de inflação ao consumidor e ao produtor nos EUA divulgados nesta semana, investidores adotaram uma postura defensiva, à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima quarta-feira, 20.

Com oscilação de menos de dois centavos de real entre a mínima (R$ 4,9827) e a máxima (R$ 5,0016), o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,22%, cotado a R$ 4,9980. Na semana, a divisa avançou 0,34%, o que leva a valorização acumulada no mês a 0,50%.

Na mesma direção, Ibovespa e Bolsas de NY caem 

As Bolsas de Valores dos Estados Unidos fecharam o dia em queda

  • S&P 500: -0,65%, aos 5.117,05 pontos;
  • Dow Jones: -0,49%, aos 38.715,10 pontos;
  • Nasdaq: -0,96%, aos 15.97317 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta sexta-feira (15), após os últimos dados da inflação dos EUA abafaram esperanças de cortes mais agressivos dos juros americanos.

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As bolsas europeias encerraram o dia sem uma direção clara, sendo influenciadas pelo tom negativo observado nas bolsas de Nova York. Isso ocorreu após a divulgação de dados mistos, o que reduziu as expectativas de um corte nas taxas de juros dos Estados Unidos a partir de junho.

  • DAX (Frankfurt): -0,03%, aos 17.936,65 pontos;
  • FTSE 100 (Londres): -0,20%, aos 7.727,42 pontos;
  • CAC 40 (Paris): +0,04%, aos 8.164,35 pontos;
  • Stoxx 600: -0,32%, aos 504,80 pontos.

Hoje, o dólar à vista fechou em alta de 0,22%, a R$ 4,9980, após oscilar entre R$ 4,9827 e R$ 5,0016

Maiores altas e quedas do Ibovespa hoje

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (14) em queda de 0,25%, aos 127.689,97 pontos. 

Com Estadão Conteúdo

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Vinícius Alves

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