Em mais um dia de variação contida, o Ibovespa fechou em baixa de 0,10% aos 128.150,71 pontos nesta sexta-feira (17), entre a mínima de 127.696,11 e a máxima de 128.463,70. Na semana, o índice sobe 0,43%, vindo de perda de 0,71% no intervalo anterior. O volume financeiro do dia foi de R$ 23,9 bilhões (dado preliminar). No mês, sobe 1,77% e, no ano, cai 4,50%.
Como nas duas sessões anteriores, o Ibovespa foi contido pela correção em Petrobras, que hoje caiu 1,83% na PETR3 e 1,66% na PETR4, após retrações da ordem de 2% ontem e de 6%, anteontem, em ambos os papéis. “Em dia de vencimento de opções sobre ações, como hoje, a expectativa era mesmo por um volume considerável de exercício de opções de venda, em virtude da queda abrupta nesses papéis”, diz Raony Rossetti, CEO da Melver, referindo-se ao direito de exercício de venda das ações a preço predeterminado, no caso, acima do de mercado à vista no momento.
No sentido oposto, a Vale (VALE3) registrou alta de 1,96%,cotada a R$ 66,18..
“Mercado ainda muito pressionado pela correção nas ações da Petrobras, mesmo com a queda que se vê no dólar hoje cotado a R$ 5,1020, em baixa de 0,55% no fechamento”, aponta também Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, destacando ainda o relativo esvaziamento da agenda em direção ao fechamento da semana, desde que se conheceu a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em abril, na quarta-feira: um dado favorável ao apetite por risco, mas conhecido no dia seguinte à noite em que se soube da demissão de Jean Paul Prates e da futura chegada de Magda Chambriard ao comando da estatal.
“Apesar de ter sido uma semana de bastante emoção, acabou sendo positiva para o Ibovespa, mesmo com Petrobras acumulando perda em torno de 12% no intervalo. Dados de produção da China muito fortes, mais o anúncio de pacote agressivo para o setor imobiliário, contribuíram para sustentar o apetite por ações de commodities”, observa Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.
Nesta sexta-feira, o mercado repercutiu o cenário corporativo local, destacando o acordo de fusão entre Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3).
No exterior, as expectativas de relaxamento monetário nos Estados Unidos continuaram a impulsionar os índices. Hoje, o índice Dow Jones fechou acima da marca histórica de 40 mil pontos pela primeira vez.
Os contratos do petróleo Brent, com vencimento em julho, encerraram o dia com alta de 0,95%, a US$ 83,98 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Na semana, o avanço foi de 1,44%.
A maior alta do Ibovespa foi da 3R Petroleum (RRRP3), que subiu 8,06%. A companhia foi seguida por JBS (JBSS3) e Petz (PETZ3), que subiram 2,64% e 2,27%, respectivamente.
Já na ponta negativa, a maior desvalorização foi da Klabin (KLBN11), que recuou 2,20%. A empresa foi acompanhada por Gerdau (GGBR4) e Alpargatas (ALPA4), que caíram 2,14% e 2,08%, respectivamente.
Em dia de queda no Ibovespa, Bolsas de NY fecham sem direção
As Bolsas de Valores dos Estados Unidos fecharam mistas hoje
- S&P 500: +0,12%, aos 5.303,30 pontos;
- Dow Jones: +0,34%, aos 40.004,35 pontos;
- Nasdaq: -0,07%, aos 16.685,97 pontos.
O Índice Dow Jones fechou acima dos 40 mil pontos pela primeira vez, com cenário sobre juros dos EUA.
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, com as da China e de Hong Kong impulsionadas por novas medidas do governo chinês para ajudar seu enfraquecido setor imobiliário.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,55%, a R$ 5,1020, após oscilar entre R$ 5,1010 e R$ 5,1387. Na semana, a moeda recuou 1,09%.
Maiores altas e quedas do Ibovespa hoje
O que movimentou o mercado hoje?
Segundo Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, o índice Bovespa hoje sofreu com o peso da Petrobras, que registrou o terceiro dia consecutivo de queda.
“Um papel que acabou segurando um pouco a queda do Ibovespa hoje foi a Vale. A gente viu estímulos ao setor imobiliário anunciados hoje pela China e isso acabou gerando um pouco mais de otimismo, puxando Vale e outras siderúrgicas”, comenta Iarussi.
Entre as altas mais expressivas de hoje, figurou a 3R Petroleum, após firmar fusão com a Enauta. A 3R lidera a alta do Ibovespa hoje.
Outra alta é o IRB. “A gente teve um outro ponto positivo que foi uma elevação do JP Morgan em relação à recomendação do papel. Sem dúvida, o fluxo estrangeiro acaba fazendo um pouco de preço aqui. Então, a gente teve esse movimento em que o mercado precificou a venda. JP Morgan tinha uma recomendação de venda e transformou essa recomendação em neutro, o que impulsionou o papel”, afirma o especialista.
Outro destaque também foi a Embraer (EMBR3), com a companhia trazendo bons números operacionais. Nesta semana, uma empresa norte-americana informou que pretende iniciar algumas operações com aeronaves Embraer, o que acaba sendo um ponto positivo.
No cenário mais negativo, apareceram a Azul (AZUL4) e a Gerdau (GGBR4). Gerdau teve duas fábricas no Rio Grande do Sul paralisadas, o que acabou fazendo uma pressão mais vendedora no ativo.
“Também a gente teve um processo de defesa contra práticas de dumping, principalmente em relação à taxação do aço. Na minha visão, esse é mais um drive que acabou pesando negativamente contra o papel”, explica Iarussi.
Em relação à Azul, existem algumas incertezas em relação à fusão com a Gol. “Não se sabe o quanto isso pode ser positivo ou negativo. Então com essa falta de visibilidade, é possível termos uma redução do custo de capital para as duas companhias. Essa fusão acaba ainda não sendo vista com bons olhos”, acrescenta Iarussi.
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (16) com uma valorização de 0,20%, aos 128.283,62 pontos.
Com Estadão Conteúdo
