Ibovespa ‘dolarizado’ cai após atos de vandalismo em Brasília

O iShares MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), que representa o Ibovespa na Bolsa de Nova Iorque, cai 1,17% na manhã desta segunda-feira (9) após os ataques de vândalos golpistas em Brasília (DF) na véspera.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Ainda mais cedo, por volta das 7h, o índice que representa o Ibovespa dolarizado caía 2,4% no intradia.

Com a negociação, a bolsa de valores brasileira mostra um rumo contrário às do exterior, já que os índices americanos sobem nas negociações pré-mercado com o noticiário mostrando uma perspectiva de reabertura na economia chinesa.

A tese dos analistas é de que os ativos devem sofrer queda em um primeiro momento, mas o foco do mercado deve voltar à pauta econômica em breve, apesar do risco institucional.

“Com o tempo o impacto tende a diminuir, já que o o foco provavelmente retornará ao debate sobre política econômica. Devemos esperar que o mercado de ações sofra, os juros subam e o real se desvalorize, ainda que não por muito tempo, como aconteceu em episódios semelhantes em outros países”, ressalta o Itaú BBA.

As American Depositary Receipts (ADRs) da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) também caem no intradia, sendo ambas as empresas mais relevantes do Ibovespa.

A mineradora cai 1,9% em Nova Iorque ao passo que a estatal de petróleo recua 1,17%.

Em comunicado no domingo (8), a Petrobras destacou que suas refinarias e ativos operam normalmente apesar dos atos terroristas em Brasília e do caos político.

As movimentações na agenda econômica do governo, por sua vez, devem ser brecadas.

Haddad havia dito que nesta semana apresentaria novidades sobre a política econômica do governo, mas o ministro pegou voo para Brasília e manteve sua agenda indefinida nesta segunda (9).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/1420x240-Banner-Home-1-3.png

JPMorgan vê ‘situação inusitada’ para o Ibovespa e radicalização de agenda

Em relatório, analistas do JPMorgan destacaram que ‘nada os havia preparado’ para o que ocorreu no domingo (8), dada a magnitude dos atos.

“Diferente do que vimos nos EUA em 2021, não há uma demanda clara. Temos uma situação em que o presidente já tomou posse, os ministros foram nomeados e o governo está funcionando há 8 dias. Há uma diferença crucial entre os edifícios, que estavam praticamente vazios no momento da invasão, limitando assim os danos em termos de número de feridos e perdas de vidas. Foi mais um evento midiático do que qualquer outra coisa”, afirmam.

“Nada nos preparou para as imagens que vimos em nossas televisões: a depredação dos prédios que representam os três ramos da governo: a Suprema Corte, o Congresso e o Palácio Presidencial”, destacam.

A expectativa é de que Lula saia encorajado”, e que a agenda econômica possa “ir mais longe” com a radicalização do discurso.

O principal risco para o Ibovespa, segundo a casa, é de uma contaminação de mais locais com os protestos. “Os protestos foram centralizados em Brasília e é fundamental que não se espalhem em larga escala para outros estados e assim causem um efeito cascata para outros eventos, como uma greve de caminhoneiros”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno