Ibovespa, com noticiário doméstico agitado, opera de forma estável; Iguatemi (IGTA3) cai após balanço
Assim como na maior parte do pregão na véspera, o Ibovespa opera de forma estável na tarde desta terça-feira (10). O maior índice acionário da Bolsa brasileira opera entre ganhos e perdas, em meio a um noticiário interno agitado, nos âmbitos econômico, político e corporativo.
Por volta das 13h43, o Ibovespa caía 0,11%, aos 122.884 pontos. De forma contrária, o dólar recua 0,63% e é negociado na marca de R$ 5,21.
Hoje, as Forças Armadas fizeram um desfile de blindados. A Câmara dos Deputados votará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.
Do lado corporativo, além da temporada de resultados do segundo trimestre, a Oncoclínicas (ONCO3) estreou em baixa na B3. A operação da empresa ligada ao setor se saúde movimentou R$ 3,6 bilhões, com a venda de 135 milhões de ações ordinárias, primárias e secundárias.
Os temas que movimentam o Ibovespa hoje
- Iguatemi lidera baixas após divulgação de resultado;
- IPCA dos últimos 12 meses se aproxima de 9%;
- Ata do Copom em tom hawkish.
Iguatemi tem alta de lucro, mas mercado é pessimista
A Iguatemi apresentou um lucro líquido de R$ 279 milhões no segundo trimestre de 2021, montante seis vezes maior do que no mesmo período de 2020.
O balanço da empresa foi impulsionado pelo resultado financeiro, que teve uma receita de R$ 365,5 milhões, fortalecida participação de 10% que possui, via fundo, na Infracommerce (IFCM3).
As ações da empresa passaram a ser negociadas em maio na B3, gerando uma marcação a mercado do ativo, acarretando em um ganho extraordinário “não caixa”.
Por mais que a dona de 14 shopping centers, dois outlets e três torres comerciais tenha se recuperado do período de pandemia no segundo trimestre do ano passado, o mercado se mostra reticente.
Na visão do Itaú BBA, o resultado foi positivo, “com uma sólida atuação operacional e vendas de lojistas próximos aos níveis pré-crise. O ponto de atenção ficou por conta do resultado financeiro, desconsiderando a participação na Infracommerce. Com isso, o FFO, fluxo de caixa de empresas ligadas a operações imobiliárias, decepcionou.
Há também a preocupação com a variante Delta, mais contagiosa e que tem aparecido mundo afora. De qualquer forma, os investidores mostram uma tendência negativa e os papéis da companhia recuam.
IPCA avança 0,96% em julho ante junho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou sua alta no último mês. De acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta terça, a variação em julho alcançou 0,96%, ante 0,53% em junho.
Trata-se do maior resultado para o mês desde 2002, quando o indicador subiu 1,19%. No mesmo mês do ano passado, o índice de inflação oficial do País registrou alta de 0,36%.
Com isso, o indicador acumula alta de 4,76% no ano e de 8,99% nos últimos 12 meses. A última vez que a taxa acumulou uma alta tão substancial foi em maio de 2016, quando somou 9,32%.
“Os núcleos seguiram dinâmica ascendente, e surpreenderam mais do que proporcionalmente nossa perspectiva”, comentou Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
“A média esperada era de 0,52%, mas o observado foi de 0,59%. Assim, a dinâmica da inflação segue muito ruim e demandando atenção dos comandantes da política monetária”, disse o especialista, que prevê uma inflação de 6,8% no fim do ano.
Copom se preocupa, mas prevê forte retomada econômica
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mostrou, nesta terça, que os indicadores mais recentes continuam mostrando uma evolução positiva para a atividade doméstica.
O colegiado do BC voltou a apontar um cenário de recuperação robusta no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação contra a Covid-19 sejam sentidos de forma mais abrangente.
Por outro lado, o colegiado repetiu que a pandemia segue produzindo efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos. Essas influências desiguais, sobretudo no mercado de trabalho, trariam consequências para a dinâmica recente e prospectiva da inflação.
Após a divulgação a ata, a equipe econômica do Banco Original alterou sua previsão para a taxa de juros, para 7,25% e 8% em 2021 e 2022, respectivamente.
“Por um lado, os destaques dados pelo próprio Copom ao seu balanço de riscos – vis-às-vis o seu cenário básico – nos sugere que o viés ainda é entregar um ciclo mais extenso de alta; por outro, a ancoragem de 2023 revela o risco de exagero de juros reais muito altos”, disseram os analistas.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 13h40:
- PetroRio (PRIO3): +4,66%
- Embraer (EMBR3): +3,64%
- Gerdau (GGBR4): +2,915
- Usiminas (USIM5): +2,37%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): +2,38%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Ambev (ABEV3): -2,10%
- Multiplan (MULT3): -2,38%
- Lojas Americanas (LAME4): -2,42%
- Eneva (ENEV3): -2,43%
- Iguatemi (IGTA3): -4,47%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: +0,17%
- DAX 30 (Alemanha): +0,16%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,40%
- Euro Stoxx 50: +0,26%
- SSE Composite (Xangai): +1,01% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): +0,24% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma alta de 0,17%, aos 123.019,38 pontos.