O Ibovespa opera em leve queda na tarde desta quinta-feira (27) e devolve parte dos ganhos do pregão na véspera. O maior índice acionário brasileiro, que está cerca de 1% abaixo do topo histórico, reage a novas projeções macroeconômicas para a economia brasileira e a agenda corporativa do dia.
Por volta das 13h47, o Ibovespa caía 0,22%, para 123.717 pontos. O Itaú (ITUB4) ajustou sua projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de 4% para 5%. “Nossa visão para atividade econômica neste início de ano sempre esteve no segmento mais otimista das expectativas de mercado”, revelam os analistas do banco.
Do lado corporativo, o destaque positivo do dia fica por conta da Embraer. A fabricante de aviões tem forte alta após a Breeze Airways, nova empresa aérea do fundador da JetBlue, David Neeleman, ser anunciada hoje com uma frota planejada de 13 jatos da companhia brasileira.
Os investidores parecem não se importar com a redução de pedidos à Embraer pela Força Aérea Brasileira (FAB), na ordem de R$ 7,2 bilhões, em contrato fechado em 2014. A FAB justifica a decisão com a escassez de recursos.
Também é destaque do dia a Klabin (KLBN11), que sobe mais de 2%. Ontem, o Brazil Journal publicou que Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) zerou sua participação na empresa. Desde fevereiro, a instituição vinha se desfazendo aos poucos de uma posição de pouco menos de 5%.
O último grande movimento neste sentido tinha sido de uma venda em bloco das ações da Klabin pelo BNDES, no valor de R$ 600 milhões. Foram vendidas 21 milhões de units a preço na mercado, à época de R$ 28,48.
Embora o mercado veja a notícia de forma animada, a Ativa Investimentos atribui um impacto marginalmente positivo. “Notícia marginalmente positiva. A zeragem de Klabin por parte do BNDES encerra o overhang no papel. O banco de fomento já tinha realizado uma parte e deixado claro que a alienação do ativo era um dos pilares de execução de seu plano de desinvestimentos.”
O que sobe e o que cai no Ibovespa
- Embraer (EMBR3): +6,05%
- Cogna (COGN3): +4,46%
- YDUQS (YDUQ3): +5,03%
- PetroRio (PRIO3): +4,56%
Um ponto positivo para os mercados neste pregão é a alta do minério de ferro, após o tombo dos últimos dias. A matéria-prima encerrou o pregão na Bolsa de Dalian, na China, com avanço de 1,1%, com a tonelada negociada a US$ 164,10.
De 10 de maio a 26 de maio, o minério caiu 24%, de US$ 200 para US$ 155. O mercado foi inundado pelas preocupações com a interferência do governo da China, que dizia procurar estabilizar as cotações em meio a um movimento especulativo.
“O desempenho dos contratos futuros e a expectativa de um alívio em preocupações sobre possíveis medidas da China, fizeram os preços do minério de ferro entrarem em rota altista novamente”, diz a corretora Guide. “Acreditamos, porém, que o minério deva enfrentar ainda bastante volatilidade.”
Do lado negativo, os destaques do pregão são:
- Unidas (LCAM3): -2,25%
- Banco Inter (BIDI11): -2,17%
- Localiza (RENT3): -3,16%
- Azul (AZUL4): -3,61%
Última cotação
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta com uma alta de 0,81%, 123.989,17 pontos.