De olho no andamento da vacinação em todo o mundo, o mercado acionário brasileiro fechou a semana em baixa. O Ibovespa acumulou queda de 2,47% na semana, com o aumento da percepção de risco fiscal no Brasil.
No exterior, as bolsas devolveram um pouco das altas recentes, depois de atingirem recordes históricos. O agravamento da pandemia esfriou os mercados no final da semana.
Hong Kong decretou um novo lockdown para tentar barrar a disseminação da doença, enquanto no Reino Unido, primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que a variante britânica do coronavírus pode ser mais mortal do que as outras identificadas.
Mesmo assim, as bolsas internacionais ficaram mais positivas que o mercado brasileiro. A chegada de Joe Biden e de Kamala Harris ao poder nos Estados Unidos, na quarta-feira, ajudou a animar os mercados mundiais. Depois de tomar posse, Biden começou a desfazer algumas das principais políticas de Donald Trump.
Ele assinou 15 ordens executivas e 2 memorandos, com o objetivo de impulsionar a resposta federal à crise do coronavírus e reverter a posição do governo anterior sobre mudanças climáticas, imigração e relações raciais.
Entre as medidas, Biden determinou o retorno dos Estados Unidos ao Acordo Climático de Paris.
Bolsas mundiais ficaram mais positivas que Ibovespa
O Dow Jones fechou a semana em alta de 0,59%, enquanto o S&P 500 subiu 1,94%. O Nasdaq acumulou alta semanal de 4,19%.
Na Europa, os mercados tiveram comportamentos mistos, enquanto na Ásia, as principais bolsas fecharam no território positivo. Confira as variações semanais:
- Londres (FTSE 100): -0,60%
- Frankfurt (DAX 30): +0,63%
- Paris (CAC 40): -0,93%
- Hong Kong (Hang Seng): +3,06%
- Xangai (SSE Composite): +1,13%
- Tóquio (Nikkei 225): +0,39%
No Brasil, os investidores continuam acompanhando as conversas sobre um novo auxílio emergencial. O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), considerado favorito na disputa pela presidência do Senado, é um defensor da ideia. Segundo ele, o Congresso não pode ignorar “a excepcionalidade do momento”.
Outro tema no radar é a queda da aprovação do presidente Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa da XP/Ipespe, a aprovação caiu de 38% para 32%. No front das vacinas, a boa notícia ficou por conta da chegada das vacinas da Oxford, enviadas pela Índia. A produção local da vacina, no entanto, continua em compasso de espera do recebimento dos insumos da China.
Copom foi um dos destaques da semana
A reunião do Copom foi outro tema de destaque na semana. O órgão decidiu, após a reunião da última quarta-feira (20), manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 2%, como era esperado pelos investidores.
A mudança ficou por conta do corte do forward guidance, que é uma prescrição para o que os players do mercado podem esperar para o futuro no que tange a atuação do BC.
Segundo a autarquia, a retirada da ferramenta ocorre com base “expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico”, embora o estímulo monetária através da Selic permaneça “extraordinariamente elevado”.
Com a mudança, os economistas começaram a antecipar sua previsão para o início do ciclo de alta dos juros. Para a XP, o Copom deverá antecipar o ciclo de alta dos juros de agosto (previsão anterior) para maio. Esse ritmo de alta deve se estender até meados do ano que vem. A visão é compartilhada pelo Banco Inter (BIDI11) e pelo UBS.
Com isso, o Copom foi um destaque da semana, assim como o Ibovespa.