É mais um dia conturbado para o mercado brasileiro, movido pela instabilidade da economia de países emergentes e as dúvidas quanto ao futuro político do país, sobretudo depois da mais nova notícia sobre as pesquisas eleitorais. No momento da redação (9h43), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em outubro segue em queda de 0,35% para 74.700 pontos, continuando a tendência de queda do mês de setembro. A cotação do dólar, por outro lado, continua a subir, avaliado em R$4,1665, uma alta de 0,15%.
Os mercados brasileiros reagem com incerteza à notícia de que a divulgação dos resultados das duas principais pesquisas eleitorais, Ibope e Datafolha, seria suspensa esta semana. O Ibope, que publicaria sua pesquisa ontem, aguarda decisão do TSE para lançar os resultados, enquanto o Datafolha cancelou o registro.
A dificuldade em avaliar as possibilidades do cenário eleitoral afeta o mercado, pois as próximas pesquisas serão divulgadas apenas na segunda-feira, dia 10.
Internacionalmente, continua o recuo das bolsas asiáticas e europeias, reagindo a tensões comerciais com os EUA e as turbulências sofridas por economias emergentes como a Turquia, África do Sul, Argentina, e o próprio Brasil. Na América do Norte, Estados Unidos e Canadá seguem negociando seu lado do acordo comercial que deve substituir o Nafta, após fracassar em fechar acordo na semana passada.
Ainda nos EUA, o presidente Donald Trump questionou seus conselheiros sobre a possibilidade de provocar uma interrupção das atividades do governo, como ocorreu em 2013, como uma forma de pressionar o Congresso a direcionar fundos a seu projeto de muro na fronteira com o México. A manobra poderia ser desastrosa para os resultados do Partido Republicano nas eleições do legislativo em 2018.
O dólar continua a subir relativo a maioria das moedas do mundo emergente, e a maior vítima segue sendo o rand sul-africano, país que oficialmente encontra-se em recessão, ainda que técnica. Nos commodities, o preço do petróleo cai, mesmo com a paralisação de plataformas de três petroleiras no Golfo do México antecipando a tempestade tropical Gordon, que representa uma redução de 9% na produção diária de óleo e gás da região.