Depois do fim de semana prolongado, o mercado brasileiro abre nesta segunda-feira repercutindo as últimas notícias políticas e o desenvolvimento das tensões comerciais internacionais. Após a alta do Ibovespa na quinta-feira, que chegou a saltar quase 1,8% com o atentado à vida de Jair Bolsonaro (PSL), há hoje um recuo de 0,88% (às 10h18) nos contratos futuros do índice. Seguindo a tendência recente, o preço do dólar segue o caminho inverso, com alta de 0,82% em relação ao último fechamento e cotado a R$4,08.
Há atenção especial para as pesquisas desta semana em relação ao desempenho de Bolsonaro e a forma como ele deve mudar após o candidato ter levado uma facada na quinta-feira. Segundo analistas, o deputado receberá mais exposição na mídia, contornando seu baixíssimo tempo no horário político obrigatório, e deve sofrer menos ataques de seus adversários.
A última pesquisa eleitoral, a FSB/BTG Pactual, divulgada esta manhã, mostra Bolsonaro com 30% das intenções de voto no cenário estimulado, contra 12% de Ciro Gomes (PDT), no segundo lugar. Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT) encontram-se empatados com 8%. O PT deve oficializar a candidatura de Haddad amanhã, dia 11, data limite para a mudança no TSE.
Embora o cenário eleitoral continue sendo o fator que mais preocupa e movimenta os mercados, há atenção também para a disputa comercial entre os EUA e a China. O presidente norte-americano Donald Trump ameaçou, na sexta-feira, tarifar praticamente todas as importações chinesas aos EUA, em um valor de US$267 bilhões, além dos US$200 bilhões que já serão tarifados nos próximos dias. Tendo isso em vista, a maior parte das bolsas asiáticas encerrou em queda.
Em contrapartida, os futuros da S&P 500 operam em alta, repercutindo as tensões comerciais e também o relatório de emprego de agosto dos EUA, que mostrou 201 novas mil vagas. Isso mostra uma aceleração em relação ao mês anterior, quando surgiram 147 mil postos, e está acima da mediana das previsões, de 193 mil. O indicador reforça a expectativa de alta dos juros pela Federal Reserve, o que impulsiona a cotação do dólar.