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Ibovespa opera descontado, diz Itaú BBA; analistas destacam 7 ações

Enauta (ENAT3) e Cemig (CMIG4) aquecem o mercado

Enauta (ENAT3) e Cemig (CMIG4) aquecem o mercadoFoto: iStock

O Brasil está subvalorizado em várias métricas, diz o Itaú BBA. A casa afirma que múltiplo preço/lucro dos próximos 12 meses do Ibovespa, excluindo Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), mostra que o índice ainda está com desconto, negociando a 10x P/E (Preço/Lucro), o que está próximo de um desvio padrão abaixo da média histórica. 

Atualmente, cerca de 85% das ações estão com desconto em relação aos níveis históricos, com 14 dos 16 setores sendo negociados com desconto. Os setores de transporte, petróleo e gás estão entre os mais descontados comparado ao desempenho histórico. 

Uma parte significativa dos setores (6 de 16) está sendo negociada com um múltiplo P/E para os próximos 12 meses, o que está 30% ou mais abaixo de seus níveis históricos. 

“O Brasil oferece um diferencial de rendimento de lucro acima da média em comparação com as taxas nominais de 10 anos (1,9%) em comparação com seu nível histórico (0,3%)”, afirma o BBA, 

Dessa forma, o BBA destaca sete ações que estão descontadas em cerca de dois dígitos que podem ser uma ótima porta de entrada para os investidores, são elas: Prio (PRIO3), Randon (RAPT4), Localiza (LREN3), Hypera (HYPE3), Direcional (DIRR3), Vivara (VIVA3), Suzano (SUZB3).

Ibovespa: várias ações estão com dois dígitos de desconto; aponta BBA

Segundo o BBA, o setor de petróleo & gás apresenta uma situação atrativamente assimétrica, com 90% das ações sendo negociadas abaixo dos níveis históricos. Em termos consolidados, o setor opera com um múltiplo P/E de 5x, o que representa um desconto de 41% em relação aos níveis históricos. Destaca-se a empresa Prio, que está sendo negociada a 5,2x preço/lucro, um desconto de 32% em relação à média histórica.

No setor de shoppings e propriedades, as ações também estão sendo negociadas com um desconto significativo de 30% em relação aos níveis históricos. Entre as empresas deste setor, a Allos (ALOS3), que está sendo negociada a 15x preço/lucro, tem um desconto de 8% em relação à média histórica.

Já no setor de siderurgia e mineração, metade das ações está sendo negociada com desconto e a outra metade com ágio em relação aos níveis históricos. A Vale, por exemplo, está sendo negociada a 5,3x preço/lucro, um desconto de 9% em relação à média histórica.

Na construção civil, 72% das ações estão sendo negociadas abaixo dos níveis históricos, com um múltiplo P/E consolidado de 7,5x, o que representa um desconto de 28% em relação aos níveis históricos. Destaca-se a empresa Direcional, que está sendo negociada a 7,4x preço/lucro, um desconto de 18%.

O setor de consumo & varejo, por sua vez, está sendo negociado a múltiplos absolutos elevados, mas em linha com os níveis históricos. O BBA aponta a empresa Vivara, que está sendo negociada a 15,2x preço/lucro, um desconto de 22%.

No setor da saúde, as empresas estão sendo negociadas em mínimas históricas, com um P/E de 15,5x, o que representa um desconto de 35% em relação aos níveis históricos. Todas as empresas do setor estão sendo negociadas abaixo dos níveis históricos. A Hypera, que está sendo negociada a 11,4x preço/lucro, tem um desconto de 19% em relação à média histórica.

Por fim, no setor de bens de capital, o destaque foi para a empresa Randon, que está sendo negociada a 6,3x preço/lucro, um desconto de 41% em relação à média histórica.

BTG vê ações baratas e Brasil como player-chave em cenário global

Em relatório sobre o Brasil e o mercado acionário, o BTG Pactual afirma que o país está posicionado como um beneficiário de longo prazo do novo cenário global, sendo um player-chave na agenda de sustentabilidade, um dos temas internacionais mais importantes do momento. O banco também traçou um perfil das ações do Ibovespa, as quais menciona que estão baratas.

Atualmente, as ações brasileiras estão sendo negociadas a 10,0x o múltiplo preço por lucro (P/L), excluindo Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). Quando se inclui as blue-chips o múltiplo fica apenas 8x. 

Portanto, um preço relativamente baixo em comparação com os lucros que se espera que as empresas gerem nos próximos 12 meses.

De acordo com analistas, o prêmio para manter ações no Brasil está maior do que o normal. “O prêmio para manter ações (medido como inverso do P/L menos as taxas reais de 10 anos) está em 4,3%, um desvio padrão acima de sua média histórica”, cita o BTG. 

Além disso, quando comparado às avaliações e retornos das ações locais com outros mercados internacionais, o Brasil se destaca. 

“O retorno consolidado das ações brasileiras de 18,8% é bom e comparável a outros mercados emergentes e globais. O ROE (Retorno Sobre o Patrimônio) é menor do que na Índia (19,3%) e nos EUA (24,8%), mas as avaliações são muito mais baixas. As ações brasileiras estão sendo negociadas a 8x P/L estimado para os próximos 12 meses, em comparação com 21,4x para a Índia e 19,6x para os EUA”, explicam os analistas. 

O BTG vê o Brasil sendo negociado a 10x P/L estimado para os próximos 12 meses e entregando um ROE de 14,3% em 2024. 

Após queda do Ibovespa em janeiro, apetite por risco diminuiu

O Ibovespa fechou o mês de janeiro com queda de 4,79%, impactado pela forte saída de capital estrangeiro. Após esse cenário, o apetite por risco teve uma leve diminuição, aponta a XP Investimentos.

Segundo dados da XP, houve uma diminuição de 9 pontos percentuais (de 65% para 56%) nos assessores que indicaram que os clientes planejavam aumentar a exposição em renda variável. Aqueles que querem diminuir a exposição aumentou de 6% para 9%. 

Apesar do sentimento pior, a pesquisa mostra que o interesse em ativos de maior risco continua crescendo. A classe de ativos preferidos continua sendo os fundos imobiliários (69%), enquanto a renda fixa (65%) permanece em segundo lugar, seguida por ações (63%). 

Para a XP, a performance do mercado brasileiro inferior aos mercados globais levou a uma redução de apetite de risco pelos investidores. Dessa forma, o sentimento em relação à bolsa de valores piorou. 

Em fevereiro, cerca de 40% dos assessores indicaram que o Ibovespa deve encerrar 2024 entre 130 mil e 140 mil pontos. Os assessores que indicavam um patamar superior a 140 mil diminuíram de 56% para 38%. 

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