Ibovespa desacelera com novo capítulo do risco fiscal; Petrobras (PETR4) sobe 10% e lidera altas
O Ibovespa abriu o pregão em forte alta, subindo cerca de 1,5%. Contudo, o maior índice acionário da Bolsa brasileira desacelerou e opera em leve avanço na tarde desta quinta-feira (5). O agito no mercado de commodities e a apreensão sobre a situação fiscal do Brasil seguem no radar do mercado.
Por volta das 14h, o Ibovespa subia 0,21%, para 122.058 pontos. Em sentido inverso, o dólar tem leve queda mas permanece acima do patamar de R$ 5,20.
Hoje marcou a estreia da Raízen (RAIZ4) na B3, na maior abertura de capital do ano. A operação da empresa movimentou R$ 6,9 bilhões, fazendo com que a companhia chegasse à Bolsa avaliada em cerca de R$ 76 bilhões.
Outro ponto de atenção dos investidores neste pregão é o movimento do Banco do Brasil (BBAS3), após a divulgação de seus resultados. O lucro da estatal saltou 52,2% no segundo trimestre deste ano, para R$ 5 bilhões.
“O resultado do Banco do Brasil ficou ligeiramente acima do consenso de mercado, e pode ser justificado pelo bom desempenho da carteira de crédito do banco, em especial a de agronegócio e varejo”, comentou a Guide Investimentos.
Os temas que movimentam o Ibovespa hoje
- Bolsonaro volta a falar sobre o novo Bolsa Família;
- Petrobras dispara com bons números e endividamento sobre controle;
- Tombo do minério de ferro faz Vale cair.
Novo Bolsa Família ameaça equilíbrio fiscal
O principal risco observado pelos investidores nos últimos dias diz respeito à situação fiscal do Brasil. O presidente Jair Bolsonaro, que mudou o nome do Bolsa Família para Auxílio Brasil, quer aumentar o tamanho do benefício.
Após dizer na véspera que o montante do auxílio seria de, no mínimo, R$ 300, voltou a falar nesta manhã quer gostaria que fosse de R$ 400. O benefício assistencial do governo federal, atualmente, é de R$ 192, em média.
Segundo o mandatário, a inflação dos alimentos justifica o aumento do auxílio. O preço do gás também aumentou, e Bolsonaro já estuda junto à equipe econômica dar um botijão a cada dois meses aos beneficiários do Bolsa Família.
“Preço lá quando ele é engarrafado custa R$ 45 e chega a R$ 100, R$ 110 no final da linha. O imposto federal é zero, eu zerei o imposto federal do gás. Então, no meu entender, podia ser uns R$ 60, R$ 65 no máximo o preço do bujão de gás”, comentou o presidente.
A pergunta que o mercado se faz é de onde os recursos serão retirados para bancar esse aumento. Nos últimos dias, levantou-se a possibilidade do parcelamento de precatórios.
Petrobras dispara e sustenta índice
A Petrobras apresentou seus resultados do segundo trimestre na noite da última quarta. O balanço superou as expectativas do mercado, fazendo com que as ações da empresa subissem quase 10% no pregão de hoje.
As perspectivas para a empresta também foram atualizadas. O Credit Suisse aumentou o preço-alvo para a empresa, justificando com o endividamento perto de estar sobre controle e o valuation, que na visão do banco está atrativo.
A empresa também anunciou que realizará o pagamento de R$ 31,6 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), em duas parcelas.
O pagamento refere-se a duas antecipações da remuneração aos acionistas, relativas ao exercício de 2021. De acordo com a estatal, “essa distribuição extraordinária considera as perspectivas de resultado e geração de caixa“.
Em relatório, o Itaú BBA também disse que os números da Petrobras vieram acima de suas expectativas. As projeções do banco eram cerca de 6,5% menores do que o reportado pela empresa.
Enquanto o banco esperava um lucro de R$ 33,7 bilhões, foi entregue R$ 40,7 bilhões. A instituição ressaltou que a alavancagem financeira está em cerca de 1,7x, levando em consideração o pagamento dos dividendos anunciados.
Minério de ferro impacta a Bolsa brasileira
O dia é negativo para as empresas ligadas ao minério de ferro. A commodity fechou o dia com queda de 6,6% na China, com a tonelada negociada a US$ 171,55.
Com isso, as ações da Vale (VALE3) recuam junto com a cotação da matéria-prima, que está em seu menor patamar dos últimos quatro meses.
Mesmo a Vale tendo divulgado o maior lucro da história entre as empresas brasileiras de capital aberto na última semana, os investidores estão receosos com o futuro do minério de ferro e como isso pode influenciar os números da empresa. Desde a divulgação dos resultados, os papéis caem quase 8%.
Existe a ideia de que o governo chinês seguirá impondo restrições à produção de aço no país. Segundo as autoridades, o objetivo é cumprir as metas ambientais estabelecidas. Além disso, a tendência da recuperação econômica do país pouco pautada em infraestrutura pode influenciar esse mercado.
As ações de Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) também figuram entre as maiores quedas do dia.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 13h52:
- Petrobras ON (PETR3): +9,36%
- Petrobras PN (PETR4): +8,33%
- Inter (BIDI11): +3,17%
- Embraer (EMBR3): +1,75%
- PetroRio (PRIO3): +1,04%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Gerdau (GGBR4): -2,47%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -2,53%
- Vale (VALE3): -2,98%
- Bradespar (BRAP4): -3,96%
- CSN (CSNA3): -4,05%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: +0,31%
- DAX 30 (Alemanha): +0,33%
- FTSE 100 (Inglaterra): -0,05%
- Euro Stoxx 50: +0,39%
- SSE Composite (Xangai): -0,31% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): +0,52% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta com uma baixa de 1,44%, aos 121.801,21 pontos.