O Ibovespa encerrou em queda de 3,05%, a 110.123,85 pontos, em meio a um temor de uma possível crise energética em patamar mundial. O índice acionário também não reagiu bem à divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e ao aumento do rendimento das Treasuries nos Estados Unidos.
O Ibovespa refletiu preocupações acerca de uma crise de energia na Europa, onde o gás natural subiu mais de 500% nos últimos 12 meses. No Brasil, o efeito é sentido pelo preços dos combustíveis. A possibilidade de uma crise energética reforça a ideia de desaceleração econômica e deixou o mercado arisco.
Os investidores ainda acompanharam os dizeres da ata do Copom, que apontou para um novo aumento da taxa básica de juros (Selic) em 1,00 ponto percentual, em setembro.
De acordo com Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos, a alta nos yields dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de 10 anos contribuiu para o pregão negativo. Apesar das declarações do presidente do Federal Reserve (Fed) Jerome Powell, Flávio de Oliveira destacou que muitos acreditam em uma elevação antecipada dos juros no país, o que reduz a atratividade de mercados emergentes.
Movimentação do Ibovespa hoje
A abertura das curvas de juros prejudicou as ações do Banco Inter (BIDI4) e do Méliuz (CASH3), que caíram dois dígitos e ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa.
Os papéis das siderúrgicas CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5)e Gerdau (GGBR4) despencaram, com a crise de produção na China a qual pressiona o preço do minério de ferro. A Vale (VALE3) perdeu 5% hoje.
Entre as poucas altas, o destaque ficou com os frigoríficos Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3). Os papéis subiram, acompanhando a alta do dólar ante o real. JBS (JBSS3) registrou desvalorização de 0,54%.
Maiores altas do Ibovespa
As maiores altas do Ibovespa no dia de hoje foram:
- Minerva (BEEF3): +1,75% / R$ 10,48
- BRF (BRFS3): +0,99% / R$ 26,54
- Marfrig (MRFG3): +0,25% / R$ 24,34
- Taesa (TAEE11): + 0,14% / R$ 36,73
Maiores baixas do Ibovespa
As maiores baixas do Ibovespa no dia de hoje foram:
- Banco Inter (BIDI11): -11,82% / R$ 51,77
- Banco Inter (BIDI4): -11,70% / R$ 17,29
- Méliuz (CASH3): -8,65% / R$ 6,02
- CSN (CSNA3): -7,84% / R$ 27,62
- Usiminas (USIM5): -7,27% / R$ 14,79
Notícias que movimentaram a bolsa de valores
- Copom antevê alta em 1 p.p. na Selic
- Hapvida e NotreDame caem 6%
- Petrobras eleva preço do diesel
Para próxima reunião, ata do Copom antevê ajuste na mesma magnitude da Selic
O Copom reforçou a intenção de promover novo aumento da taxa Selic em setembro. Após a elevação de 1,00 ponto porcentual na semana passada, para 6,25% ao ano, o Banco Central disse hoje na ata do Copom que, para a próxima reunião, “antevê outro ajuste da mesma magnitude”.
O BC considerou que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, “esse ritmo de ajuste é o mais adequado” para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques.
A ata do Copom indicou que a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 no cenário básico está em 8,5%. Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,25 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Para 2022, a projeção está em 3,7% e, para 2023, em 3,2%.
Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3) caem 6%, após considerar fusão complexa
As ações da Hapvida (HAPV3) e da NotreDame Intermédica (GNDI3) recuaram quase 6% nesta terça-feira, depois do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerar o acordo de fusão entre as operadoras de saúde “complexo”.
A ação da Hapvida caiu 5,73%, para R$ 13,63, enquanto o papel da NotreDame Intermédica teve queda de 5,88% e fechou a R$ 73,60.
Petrobras (PETR4) eleva preço médio do diesel em 8,8%, para R$ 3,06, nas refinarias
A Petrobras (PETR4) anunciou aumento de 8,89% no preço médio do diesel para as distribuidoras, válido a partir da quarta-feira (29). Dessa forma, o preço médio do litro do combustível nas refinarias passará de R$ 2,81 para R$ 3,06.
De acordo com a Petrobras, o reajuste é importante para garantir que o mercado fique sem riscos de desabastecimento. O aumento reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio.
A companhia estava há 85 dias sem realizar ajustes nos preços dos combustíveis. A estatal informou que evita o repasse imediato para os preços internos devido à volatilidade externa causada por eventos conjunturais.
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula uma defasagem de R$ 0,50 por litro em comparação ao mercado internacional, o dobro da revisão concedida pela Petrobras nesta terça.
O óleo diesel foi o único produto que teve o preço reajustado pela empresa hoje, embora os valores da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) também sejam calculados a partir da variação da cotação do petróleo e do câmbio, como o diesel.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -3,05% / 110.123,85
- IFIX hoje: -0,42% / 2.700,32
- IBRX hoje: -3,12% / 46.969,84
- SMLL hoje: -3,43% / 2.666,75
- IDIV hoje: -2,36% / 6.472,13
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma alta de 0,27%, aos 113.583,01 pontos.
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