Ibovespa recua 0,6% na abertura, com Covid-19 na Europa e ata do Copom
O Ibovespa abriu em queda nesta terça-feira (23), pressionado pelo cenário exterior contaminado pela Covid-19 e digerindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O maior índice acionário da Bolsa brasileira também reflete informações sobre da pandemia no País.
Por volta das 10h25, o Ibovespa caía 0,47%, a 114.435 pontos. O mercado brasileiro acentua a queda da última segunda, quando foi contaminado pelo pessimismo com emergentes em todo o mundo, em função da interferência política na economia turca.
No front externo, as atenções são voltadas à economia dos Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que a atividade norte-american tem se recuperado bem, mas ainda aquém do ideal. A autarquia deve continuar dando estímulos para que haja certa normalização — incluindo a compra mensal de US$ 120 bilhões em títulos do Tesouro.
A declaração vem à tona em meio às preocupações com a alta da inflação, impulsionada pelo novo pacote de estímulos do presidente Joe Biden. A taxa de juros norte-americana não deve ser elevada até 2024, segundo o Fed, enquanto a inflação deve ficar próxima da meta de 2% nos próximos 4 anos.
Powell e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, participarão de uma audiência no Congresso às 13h (horário de Brasília) nesta terça.
“Apesar das Treasuries terem apresentado um recuo importante, o viés para os mercados internacionais é negativo. O avanço da pandemia na Europa e restrições frente à China ditam o tom negativo nas Bolsas mundo afora”, diz Roberto Padovani, economista do banco BV.
No cenário interno, os investidores avaliam a visão do Copom para a economia brasileira nos próximos meses. A decisão do colegiado do Banco Central (BC) em elevar a Selic em 0,75 ponto percentual, e deixar o caminho aberto para mais uma elevação em maio, destaca a preocupação com o risco fiscal.
A avaliação do comitê é que o cenário básico para o aumento dos preços na economia, com forte crescimento nos últimos meses e piora das expectativas, já sugere o início de um processo de normalização “parcial” da taxa de juros.
“Em última instância a decisão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação”, diz a ata divulgada nesta manhã.
O avanço do coronavírus (Covid-19) no Brasil também continua no radar dos investidores locais. O País superou, na última segunda, a marca dos 12 milhões de casos confirmados da doença, com 1.383 mortes e 49.293 novos diagnósticos, segundo o Ministério da Saúde.
Especialistas têm dito que um sucesso no combate à pandemia é essencial para que a economia consiga retomar a tendência de evolução. Um alto número de infecções sugere novos lockdowns e maior risco fiscal, uma vez que a necessidade por auxílio emergencial se torna latente.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h30:
- IRB Brasil (IRBR3): +4,60%
- Embraer (EMBR3): +3,35%
- Usiminas (USIM5): +2,26%
- Marfrig (MRFG3): +0,92%
- CSN (CSNA3): +0,77%
- Azul (AZUL4): -1,98%
- Unidas (LCAM3): -2,09%
- Localiza (RENT3): -2,13%
- PetroRio (PRIO3): -2,15%
- Gol (GOLL4): -2,85%
Bolsas internacionais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,24%
- Londres (FTSE 100): -0,26%
- Frankfurt (DAX 30): +0,06%
- Paris (CAC 40): -0,29%
- Milão (FTSE/MIB): -0,53%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,34%
- Xangai (SSE Composite): -0,93%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,61%
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma baixa de 1,07%, a 114.978,86 pontos.