Ibovespa abre em forte queda após coronavírus ser confirmado no Brasil

O Ibovespa opera em forte queda nesta quarta-feira (26). Fechada nos últimos dois dias devido ao feriado do carnaval, a bolsa brasileira demonstra o pessimismo dos investidores com relação ao coronavírus (Covid-19), a exemplo dos mercados financeiros globais que operam em queda desde o início desta semana.

Por volta das 13h10 desta quarta-feira de cinzas, o Ibovespa variava negativamente a 3,92%, caindo para 109.228,49 pontos. O Ministério da Saúde confirmou oficialmente o primeiro caso no Brasil, em São Paulo.

Desde a última segunda-feira (24), o S&P 500 e o índice Dow Jones operaram em forte queda, assim como as ADRs brasileiras nas bolsas internacionais.

Coronavírus

Na última terça-feira (25), o Brasil confirmou o primeiro caso de coronavírus no País. Um homem de 61 anos, que esteve em viagem à Itália no início deste mês, havia testado positivo para o vírus no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

O exame foi submetido ao teste de contraprova no Instituto Adolfo Lutz, sendo confirmado posteriormente. O Brasil, dessa forma, passa a ser o primeiro país da América Latina com um caso confirmado da epidemia.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/07/Ebook-Fundos-Imobiliarios-Desktop.jpg

O governo chinês confirmou, nesta quarta-feira, mais 52 casos de morte ocasionadas pela doença. Dessa forma, apenas na China, já foram registrados 2,71 mil mortos. Segundo as autoridades, todas as novas mortes confirmadas foram registradas na província de Hubei, epicentro da epidemia. O número total de infectados no país passou de 78 mil.

Embora as autoridades chinesas tenham colocado em prática medidas de contenção ao coronavírus, a epidemia chegou a novos lugares nos últimos dias. Desde a última segunda-feira (24), foram confirmados casos da doença em pelo menos seis novos países:

  • Áustria
  • Croácia
  • Suíça
  • Omã
  • Iraque
  • Afeganistão

A Itália se tornou o país europeu mais atingido pela epidemia. Com novos casos confirmados em Lombardia e Veneto, norte do país, são 11 mortes no território italiano, além de 323 infecções confirmadas.

Na madrugada desta quarta-feira, a primeira morte causada pela doença foi confirmada na França. A vítima é um homem de 60 anos. “Ele foi submetido com urgência aos exames ontem [terça-feira] em estado gravíssimo e faleceu durante a noite”, disse o vice-ministro da Saúde francês. Um turista chinês de 80 anos já tinha morrido no país.

Mercados globais

As bolsas de valores da Europa iniciaram a semana em forte queda por conta dos temores da epidemia. A bolsa de Milão foi a pior do Velho Continente, com uma contração de -5,43% na segunda, e retração de 1,42% na última terça, em 23.131,17 pontos.

Os efeitos da incerteza pelo vírus afetou também outros mercados. Na última terça, o índice Eurostoxx 600 fechou em -2,07%, o S&P 500 -2,88%, em 3.132,93 pontos, Dow Jones -3,01%, em 27.119,83 pontos, Japão -3,38%, em 22.603,55 pontos.

ADRs

As principais ações de companhias brasileiras, embora não tenham sido negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), foram impactadas nas bolsas internacionais.

O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que reúne a performance dos 20 ADRs brasileiros mais líquidos no mercado norte-americano, apresentou uma retração de 4,81% na segunda-feira e baixa de 1,99% na terça, acumulando uma queda de 6,71% em apenas duas sessões.

Saiba mais: Coronavírus não muda visão de longo prazo, diz Warren Buffett

Enquanto o principal fundo de índice brasileiro (ETF), iShares MSCI Brazil (EWZ), acumulou perdas de 6,33% nos dois últimos pregões. Algumas das quedas unitárias mais acentuadas nas últimas duas sessões foram:

Queda nas vendas de automóveis

Segundo a agência de classificação de risco Moody’s, a venda mundial de automóveis em 2020 deve cair 2,5% devido ao surto do coronavírus. Antes, a previsão era de uma queda de 0,9%.

De acordo com a agência, a epidemia impacta a demanda por automóveis e interrompe a cadeia de suprimentos da produção dos carros. A estimativa para recuperação das vendas deve acontecer apenas no ano que vem, com um crescimento de 1,5%.

Veja também: Coronavírus: para estimular a economia, Hong Kong distribuirá dinheiro

“As vendas globais de veículos cairão 2,5% em 2020, diminuindo de uma queda de 4,6% em 2019, mas piorando do declínio de 0,9% que havíamos projetado anteriormente para este ano. As vendas se recuperarão apenas modestamente em 2021, com um crescimento de 1,5%”, afirmou Falk Frey, vice-presidente sênior da Moody’s.

Segundo a Moody’s, o Japão será o único grande mercado do segmento automobilístico a ter crescimento no indicador, com vendas de veículos leves crescendo 0,4% neste ano.

Última cotação do Ibovespa

Na última sessão, sexta-feira (21), o Ibovespa encerrou em queda de 0,79%, a 113.681,42 pontos.

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno