Ibovespa abre em queda de 1% antes das eleições nos EUA; Covid-19 no radar
O Ibovespa abriu o pregão desta sexta-feira (30) em queda, seguindo o pessimismo das bolsas mundiais. A semana foi recheada de notícias acerca do avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos Estados Unidos e na Europa, além da volatilidade causada pelas eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para a próxima terça-feira (3). Vale ressaltar que a Bolsa brasileira não abrirá na próxima segunda-feira (2), por conta do feriado de Finados.
Por volta das 10h15, a cotação do Ibovespa apresentava uma queda de 1,21%, a 95.411 pontos. O maior índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) caminha para encerrar a semana com uma queda de mais de 5%, mas com um leve ganho no acumulado do mês.
A retomada da força do coronavírus no Hemisfério Norte continua a assombrar os investidores. Os Estados Unidos registraram 91 mil casos da doença na última quinta-feira (29), novo recorde diário. O país se aproxima da marca de 9 milhões de casos com as eleições presidenciais à vista. Joe Biden, democrata opositor do presidente Donald Trump, constantemente o acusa de ter feito uma má gestão de crise em meio à pandemia.
No último debate entre os concorrentes, ocorrido no dia 22 de outubro, Trump disse que o país estava “aprendendo a conviver com o vírus”. Biden o rebateu dizendo que a população norte-americana “está aprendendo a morrer com o vírus”. Nesta segunda onda da pandemia, no entanto, as taxas de mortalidade têm se mostrado menores do que o observado no início do ano.
O processo eleitoral também traz o receio às bolsas mundiais por uma possível demora na contagem dos votos e o precedente que isso pode abrir para uma tensão política. Além disso, as eleições também são uma condicional para o novo pacote de estímulos econômicos à famílias e empresas nos Estados Unidos, que está sendo negociado entre os democratas e a Casa Branca. Trump disse que o pacote, estimado na casa de US$ 1,9 trilhão, sairá somente após as eleições.
Nesta manhã, o mercado digere as informações sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que avançou 12,7% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com os três meses anteriores. A estimativa consensual entre analistas era por um avanço de 9,4%, segundo a agência de notícias Reuters. As informações foram divulgadas pelo Eurostat, escritório de estatísticas.
A economia do bloco se recupera após a queda de 12,1% entre abril e junho. O terceiro trimestre ficou marcado por um verão com menos restrições frente à pandemia. O mercado, no entanto, acendeu o alerta após França e Alemanha retomarem os lockdowns por conta da doença nas últimas semanas.
Ainda no mercado global, o minério de ferro encerrou as negociações na China com uma alta de 2,12%, na alta da semana, mesmo com a expectativa do aumento da produção da Vale (VALE3). O dólar opera em leve alta, enquanto os juros futuros caem nesta manhã.
No front interno, o mercado observa a alta da taxa de desemprego no País, aspecto que influencia negativamente na economia. O número de desempregados atingiu 13,8 milhões no trimestre entre junho e agosto. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No período, a taxa de desemprego atingiu 14,4%, a mais alta desde 2012. “O cenário que temos agora é da queda da ocupação em paralelo com o aumento da desocupação. As pessoas continuam sendo dispensadas”, disse Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE.
Mercados internacionais
Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,58%
- Londres (FTSE 100): -0,02%
- Frankfurt (DAX 30): -0,52%
- Paris (CAC 40): -0,02%
- Milão (FTSE/MIB): +0,18%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,95% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -1,47% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -1,52% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta-feira com uma alta de 1,27%, a 96.582,16 pontos.