O Ibovespa opera em queda na manhã desta segunda-feira (8), após forte recuperação na última semana. O maior índice acionário subiu quase 5% na primeira semana de março, mas é pressionado pela piora da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no País e pessimismo dos investidores estrangeiros.
Por volta das 10h25, o Ibovespa recuava 1,72%, para 113.220 pontos. No último sábado (6), o Senado norte-americano aprovou o novo pacote de estímulos fiscais, na ordem de US$ 1,9 trilhão, proposto pelo presidente Joe Biden logo nos primeiros dias de mandato.
A medida reforça a tese da pressão inflacionária observada na economia, ao passo que o mercado de trabalho permanece em franca recuperação. O mercado avalia que, com um aumento desenfreado de preços na economia, o Federal Reserve (Fed) deva aumentar as taxas de juros referenciais antes do esperado.
Reflexo desse movimento é a guinada do rendimento das Treasuries, títulos do Tesouro nos Estados Unidos. Considerados os papéis de menor risco no planeta, os títulos de 10 anos subiram para 1,6% nesta segunda, dando um novo capítulo no cabo de guerra entre o entendimento dos investidores e a visão do Fed. Esses títulos iniciaram 2021 em 0,915%.
Por aqui, as atenções são voltadas ao avanço da pandemia. Pelo nono dia seguido, o Brasil bateu seu recorde na média móvel de mortes em 7 dias, com aproximadamente 1.497, alta de 42% em comparação com a média de 14 dias atrás.
Segundo o jornal O Globo, na sexta-feira (5) ao menos 1.563 pessoas aguardavam por vagas em leitos de UTI em 11 estados. A taxa de ocupação de UTIs na rede pública superava 80% em 17 estados e no Distrito Federal naquele dia. A dificuldade no combate à doença, mesmo com a vacinação em curso, impacta a percepção de recuperação econômica local.
Nesta manhã, o Boletim Focus revelou que os especialistas do mercado financeiro reduziram as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 3,29% na semana passada para 3,26%. A estimativa para 2022 também caiu.
Também segue no radar dos investidores a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que trata da renovação do auxílio emergencial com as contrapartidas para a conteção de gastos públicos.
Na última semana, a medida foi aprovada em dois turnos no Senado, e deve começar a ser votada na Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (9). Devem ser liberados R$ 44 bilhões para a renovação do coronavoucher.
“O ambiente global e local é de aversão ao risco”, diz Roberto Padovani, economista do Banco BV. “O dia promete ser novamente de alta volatilidade; no exterior, as preocupações são com a volta da inflação pressionando as Treasuries, por aqui as dúvidas giram em torno das contrapartidas da PEC Emergencial.”
No mercado de commodities, chama atenção a contínua disparada do barril de petróleo Brent, que ultrapassou a marca de US$ 70 pela primeira vez desde maio de 2019. Os futuros da matéria-prima subiram no fim de semana após a Arábia Saudita informar que identificou um ataque em uma de suas bases de produção de petróleo.
No entanto, o ataque por drones foi contido e a produção não foi afetada. Um porta-voz militar houthi confirmou a autoria do ataque.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h30:
- Marfrig (MRFG3): +2,67%
- JBS (JBSS3): +1,12%
- Minerva (BEEF3): +0,40%
- PetroRio (PRIO3): +0,30%
- Braskem (BRKM5): +0,22%
- CVC (CVCB3): -4,04%
- Yduqs (YDUQ3): -3,75%
- Iguatemi (IGTA3): -3,46%
- Ultrapar (UGPA3): -3,22%
- Hapvida (HAPV3): -3,13%
Mercados globais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,69%
- Londres (FTSE 100): +0,05%
- Frankfurt (DAX 30): +1,26%
- Paris (CAC 40): +0,80%
- Milão (FTSE/MIB): +1,96%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,92%
- Xangai (SSE Composite): -2,30%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,42%
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última sexta com uma alta de 2,23%, a 115.202,23 pontos.