O Ibovespa abriu em leve alta nesta terça-feira (16), repercutindo a mudança no Ministério da Saúde e o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), decidindo sobre a taxa básica de juros da economia (Selic).
Por volta das 10h16, o Ibovespa subia 0,04%, próximo dos 114.900 pontos. Também segue no radar do mercado a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que deve manter a taxa de juros referencial nos Estados Unidos entre 0% e 0,25%.
Os investidores aguardam novas informações sobre a política monetária norte-americana em meio à alta das Treasuries, títulos do Tesouro estadunidense. O mercado precifica uma guinada na inflação nos próximos meses, o que poderia fazer com que o BC elevasse os juros antes do esperado. Após iniciar o ano em 0,915%, os papéis de 10 anos chegaram à casa de 1,6%.
Por aqui, as atenções também são voltadas à guinada da inflação. O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), chamado inflação do aluguel, tem sua maior variação desde 2003, com oscilação de 29% nos últimos 12 meses.
O indicador é puxado sobretudo por conta da forte valorização das commodities no comércio internacional. O processo é acentuado pela desvalorização do real frente ao dólar, um dos piores desempenhos dentre as moedas emergentes desde o ano passado.
A alta da Selic também pode servir como forma de atenuar a depreciação do real. Uma das formas de política monetária para controlar a variação da moeda, a dita flutuação suja do câmbio, é aumentar a taxa de juros para reter mais dólares dentro do País.
A indefinição da liderança do Ministério da Saúde passou a ser contornada na noite da última segunda-feira (15). O presidente Jair Bolsonaro indicou o cardiologista Marcelo Queiroga para substituir Eduardo Pazuello para o cargo vago na pasta.
Ele é o quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro, sendo que todas as mudanças ocorreram em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Ele sucederá o general Pazuello, que por sua vez ocupou o cargo depois do oncologista Nelson Teich e do ortopedista Henrique Mandetta.
Pelo 17º dia seguido, o Brasil bateu seu recorde na média móvel de mortes pela doença em 7 dias, com a marca de 1.855, avanço de 46% em comparação com a média de duas semanas atrás. Cerca de 280 mil pessoas já morreram em função do vírus no País. O Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos neste quesito.
“O dia de cautela se justifica pela divulgação de dados importantes nos Estados Unidos, de varejo e indústria. Em busca de novas informações, os investidores também mantém as Treasuries estáveis”, diz o Roberto Padovani, economista do banco BV. “Na Europa, o movimento é positivo após os dados sentimento econômico na Alemanha virem melhor do que o esperado.”
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h17:
- CSN (CSNA3): +2,29%
- Usiminas (USIM5): +1,70%
- Bradespar (BRAP4): +1,05%
- Qualicorp (QUAL3): +0,87%
- Eletrobras (ELET3): +0,82%
- Cosan (CSAN3): -0,52%
- Petrobras (PETR3): -0,56%
- B2W (BTOW3): -0,70%
- Intermédica (GNDI3): -0,80%
- Rumo (RAIL3): -1,80%
Mercados globais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,10%
- Londres (FTSE 100): +0,65%
- Frankfurt (DAX 30): +0,61%
- Paris (CAC 40): +0,32%
- Milão (FTSE/MIB): +0,51%
- Hong Kong (Hang Seng): +0,67%
- Xangai (SSE Composite): +0,78%
- Tóquio (Nikkei 225): +0,52%
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma alta de 0,60%, a 114.850,74 pontos.