O Ibovespa abriu em leve queda nesta quinta-feira (18), refletindo as mudanças de política monetária implementadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no início da última noite, mas contagiado pelo mau humor dos mercados norte-americanos.
Por volta das 10h25, o Ibovespa caía 0,65%, próximo dos 115.793 pontos. O colegiado do BC elevou a taxa de juros básica do País em 0,75 ponto percentual, e já contratou um novo aumento do mesmo tamanho nas próximas reuniões. “Os membros do Copom consideram que o cenário atual já não prescreve um grau de estímulo extraordinário”, diz o comunicado do comitê.
Na prática, o aumento da taxa de juros servirá para a contenção da inflação, que tem assustado os investidores nas últimas semanas. Os projeções para o aumento dos preços na economia seguem no radar do Copom, que passou a adotar um posicionamento mais hawkish.
As decisões de política monetária nos Estados Unidos também chamam atenção dos investidores. O Ibovespa engatou a alta do último pregão apenas depois das 15h, quando o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros referencial norte-americana entre 0% e 0,25% e disse que permaneceria com a compra de títulos no mercado.
Os membros do BC norte-americano reafirmaram que a meta de inflação continua 2% para este ano — o que possivelmente perfaz um juro real negativo nos Estados Unidos. Os integrantes ainda revisaram para cima suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), em 2021 de crescimento de 4,2% para 6,5%.
“A declaração do Fed, em contrapartida, trouxe uma nova tensão nos mercados de juros nos Estados Unidos. Quanto mais o BC sinaliza que não irá reagir à pressão inflacionária, mais os investidores ficam preocupados, elevando os títulos de 10 anos. O dia deve ser de cautela nos mercados estadunidenses”, diz Roberto Padovani, do banco BV.
Nesta manhã, as Treasuries, títulos do Tesouro norte-americano, operam em forte alta. Enquanto os papéis de 10 anos operam na máxima histórica, acima de 1,74%, os de 30 anos ultrapassam os 2%. O peso mais fica sobre as ações de tecnologia, com a Nasdaq no vermelho.
Os investidores também obervam o pior momento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil. Pela primeira vez, a média móvel de mortes de 7 dias ficou acima de 2 mil, com o 19º dia consecutivo de recorde nesta métrica.
Enquanto a Fiocruz classifica a pandemia como “o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil”, as restrições são expandidas em todo o País, impactando a tentativa de recuperação econômica.
No mercado de commodities, o petróleo recua mais de 2% após os estoques da matéria-prima dos Estados Unidos ultrapassarem meio bilhão de barris. A Agência Internacional de Energia também afirmou que os suprimentos globais são abundantes.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h35:
- IRB Brasil (IRBR3): +3,41%
- Copel (CPLE6): +2,15%
- BB Seguridade (BBSE3): +1,90%
- Itaú (ITUB4): +1,09%
- Banco do Brasil (BBAS3): -1,86%
- B2W (BTOW3): -2,51%
- Rumo (RAIL3): -2,72%
- Localiza (RENT3): -2,94%
- Gol (GOLL4): -3,46%
- YDUQS (YDUQ3): -5,06%
Mercados globais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,76%
- Londres (FTSE 100): -0,24%
- Frankfurt (DAX 30): +0,94%
- Paris (CAC 40): +0,008%
- Milão (FTSE/MIB): -0,03%
- Hong Kong (Hang Seng): +1,28%
- Xangai (SSE Composite): +0,51%
- Tóquio (Nikkei 225): +1,01%
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta com uma alta de 2,22%, a 116.549 pontos.