O Ibovespa abriu em alta nesta segunda-feira (6), seguindo o otimismo das bolsas globais, impulsionado pelo mercado chinês, que atingiu sua mais expressiva alta diária em dois anos.
Por volta das 10h30, o Ibovespa variava positivamente 1,71%, a 98.416,69 pontos. O mercado segue atento ao plano de privatizações do Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes pretender realizar “três ou quatro privatizações em até 90 dias”.
Além disso, o mercado brasileiro permaneceu com sua estimativa de queda do PIB deste ano, com uma leve alteração para -6,50%.
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Avanço chinês
O mercado acionário brasileiro segue o otimismo observado nas bolsas globais, a exemplo do mercado asiático. O SSE Composite, de Xangai, encerrar o pregão disparando 5,71%, para 3.332,88 pontos — essa foi a maior alta diária desde 2018.
Segundo analistas ouvidos pelo jornal estadunidense “The Wall Street Journal”, é difícil identificar um único fator para a alta deste pregão, mas alguns apontam para um artigo publicado pelo jornal chinês estatal China Securities Journal.
A publicação diz que promover um “mercado de alta saudável” era importante, uma vez que as relações internacionais estão cada vez mais complicadas para a China. Isso ocorre devido à intensa competição financeira e tecnológica, em meio aos riscos financeiros internos.
Entretanto, a economia real da maior potência do planeta ainda está longe de retomar o nível do período pré-pandemia. O banco Goldman Sachs reduziu as estimativas para o crescimento dos EUA no terceiro trimestre, projetando que os gastos dos consumidores ainda permanecerão retraídos.
“A disposição dos investidores em olhar através da atual interrupção [do avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19)] para uma recuperação prevista neste trimestre está ameaçada pelo aumento das taxas de infecção”, disse Michael McCarthy, estrategista de mercados da CMC Markets Plc em Sydney, à “Bloomberg”.
Os outros mercados asiáticos acompanharam a onda de otimismo. A bolsa de Hong Kong, com uma forte alta de 3,81%. Já KOSPI, da bolsa da Coreia do Sul, encerrou as negociações em +1,65%, registrando uma subida de 21% desde meados de março.
Guedes prevê desestatizações
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, no último domingo (5), que em até 90 dias o governo fará três ou quatro “grandes privatizações”.
Sem especificar quais empresas estão no plano de desestatização, o ministro mencionou que este ano seria um “excelente ano” para realizar uma oferta pública (IPO) das subsidiárias da Caixa Econômica Federal no valor de R$ 20 bilhões a R$ 50 bilhões, “bem maior até” que uma Eletrobras (ELET6), disse o chefe da pasta econômica em entrevista à “CNN Brasil”.
Ademais, Guedes acrescentou que “seguradamente” os Correios estão na lista de privatizações, no entanto, não afirmou quando aconteceria. Apesar da pandemia, a equipe econômica, de acordo com ele, não perdeu o rumo fiscal e classificou o Brasil na fase de descentralização de recursos.
Ibovespa: o índice brasileiro precisa ser reformulado?
Ademais, o ministro comentou que a reforma tributária será enviada ao Congresso neste ano. Guedes permanece defendendo a tributação sobre dividendos e transações digitais.
Boletim Focus corta expectativa pela queda da economia
Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus diminuíram levemente suas previsões para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A projeção divulgada nesta segunda-feira é de uma baixa de 6,50%, ante 6,54% na última semana.
Em janeiro, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia do País. Os economistas, entretanto, não esperavam pela influência negativa da pandemia. Para o ano que vem, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50% pela sexta semana consecutiva.
Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2%, ainda 0,25% abaixo do atual patamar. A taxa foi cortada em 0,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em 17 de junho, trazendo-a para o menor nível na série histórica.
Veja também: Varejo e serviços de SP têm piores resultados no faturamento para abril
Já a expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi mantida. A inflação de 2020, segundo os especialistas, será de 1,63%. Há cerca de um mês, a estimativa era de 1,53%.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
Confira algumas das maiores altas e baixas das ações do Ibovespa por volta das 10h35.
- Cogna (COGN3): +9,03%
- Rumo (RAIL3): +5,16%
- CCR (CCRO3): +4,19%
- B2W (BTOW3): +4,11%
- Marfrig (MRFG3): -0,32%
- Klabin (KLBN11): -0,38%
- Suzano (SUZB3): -0,72%
- Minerva (BEEF3): -0,98%
Bolsas no exterior
Além do Ibovespa, confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior.
- Londres (FTSE 100): +1,66%
- Frankfurt (DAX 30): +1,58%
- Paris (CAC 40): +1,43%
- Milão (FTSE/MIB): +1,45%
- Xangai (SSEC): +5,71% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +1,83% (fechada)
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,98%
Última cotação
Na sessão da última sexta-feira (3), o Ibovespa fechou em alta de 0,55%, a 96.764,85 pontos.