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Ibovespa cai aos 127 mil pontos, com queda da Petrobras (PETR4); Casas Bahia (BHIA3) tomba e Vale (VALE3) sobe

Ibovespa. Foto: iStock

Ibovespa. Foto: iStock

O Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, terminou o pregão de hoje (24) em baixa de 0,35%, aos 127.815,70 pontos. Na mínima do dia, alcançou 127.679,99 pontos, enquanto a máxima foi de 129.445,69 pontos. O volume financeiro diário somou R$ 20,2 bilhões.

O Ibovespa hoje parecia que manteria a linha de 128 mil pelo segundo dia seguido, obtendo assim a primeira sequência ganhadora desta segunda quinzena de janeiro, mês até aqui marcado por correção de quase 5% em relação aos recordes do fim do ano passado.

Do meio para o fim da tarde, contudo, mostrou o mesmo sinal que tem prevalecido neste começo de 2024: negativo. Com a perda de hoje, o Ibov ainda avança 0,14% na semana – em janeiro, cai 4,75%.

Mais cedo, a progressão da cotação do Ibovespa, como ontem, decorria do impulso proporcionado por Vale (VALE3), – ao fim, limitado a 1,01% -, a ação de maior peso no índice. A mineradora abriu o ano muito pressionada pela perspectiva nebulosa para a demanda chinesa, que tem resultado em volatilidade para o preço do minério de ferro. Assim, até a última sexta-feira, 19, a ação da Vale, que corresponde a cerca de 14,1% do Ibovespa, acumulava perda de quase 12% no ano – com a recuperação parcial vista nas últimas sessões, ainda cede 9,46% em 2024.

Os ganhos na principal ação do Ibovespa mostraram moderação a partir do meio da tarde, buscando mínimas da sessão abaixo da linha psicológica de R$ 70, chegando a R$ 69,75 no pior momento e fechando a R$ 69,90, após fontes ouvidas pelo Broadcast apontarem que a permanência do presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, deve ser decidida até terça-feira (30).

Além da questão da demanda chinesa, que afeta diretamente os preços de commodities e a receita da empresa, a mineradora tem suscitado atenção pela retomada de movimentos do governo para tentar encaixar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no conselho de administração – notícias publicadas na imprensa dão conta de que a ambição de Mantega seria maior: presidi-la.

Afora as questões domésticas, hoje, o contrato mais negociado do minério de ferro em Dalian, para maio de 2024, fechou em alta de 1,77%, a 979 yuans por tonelada, o correspondente a US$ 136,45, contribuindo para novo avanço das ações do setor metálico – entre as quais, Vale.

Pregão bom para bloco das metálicas

A maior alta do Ibovespa hoje foi das ações da Usiminas (USIM5), que registraram ganho de 3,82%. Com isso CSN (CSNA3) valorizou 2,30% e Gerdau (GGBR4) subiu 2,31%. CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) se beneficiaram desse movimento, apresentando alta nesta sessão.

Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT CAPITAL, cita o bom desempenho das ações do segmento de siderurgia e mineração e lembra que, além do avanço do minério, esses setores também subiram em razão do “alívio” em relação a possíveis novos incentivos na China para a construção e para a infraestrutura do país, podendo privilegiar as empresas siderúrgicas.

Assim, o índice de materiais básicos fechou o dia com ganho de 1,06%, o que contribuiu para neutralizar o efeito negativo, sobre o Ibovespa, do recuo das ações de grandes bancos – à exceção de Banco do Brasil (BBAS3), que chegou a oscilar para o negativo à tarde, mas fechou em alta de 0,19%.

O fator Mantega levou o Ibovespa a renovar sucessivas mínimas, que o colocaram a 127.679,99 pontos no pior momento, em baixa de 0,45% perto do fechamento. “Há muito ruído político sobre a ida de Mantega para a presidência da Vale – mas eu não acredito nisso. No máximo, uma cadeira no conselho de administração”, diz Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, observando que a empresa tem “controles bem estabelecidos e tentaria ao máximo evitar isso”.

Por outro lado, as ações da Petrobras (PETR4) do tipo preferenciais caíram 0,76%, enquanto as ordinárias (PETR3) recuaram 0,93%.

Além do corte no compulsório bancário, anunciado na virada da madrugada, os investidores tomaram nota da melhora nos índices de atividade (PMIs) nos Estados Unidos, também divulgada nesta quarta-feira.

“Por aqui, o mercado tinha começado animado, com o reforço ao setor imobiliário na China, proporcionado pelo alargamento do uso de empréstimos comerciais para conter o abrandamento de atividade. Há fluxo intenso para Nova York, em novas máximas históricas no S&P 500, em razão do interesse pelas empresas de tecnologia, com a Netflix em alta de mais de 10% durante a sessão e a Microsoft em valor de mercado recorde de US$ 3 trilhões, o que se soma ao bom desempenho das ações de chips nos Estados Unidos”, diz Ferrer, da Empiricus Research.

As Bolsas dos Estados Unidos fecharam sem uma direção definida, embora majoritariamente no campo positivo.

Depois da Usiminas (USIM5), veio a Marfrig (MRFG3), que avançou 3,00%. Já as duas maiores quedas vieram com Natura (NTCO3), com -5,38%, e Casas Bahia (BHIA3), com -4,50%.

As ações da Marfrig (MRFG3) avançaram diante do fato de o Brasil poder exportar bovinos vivos para o Paquistão, o que pode favorecer a companhia.

Dentre as quedas, o especialista cita o IRB Brasil (IRBR3), embora acredite que este movimento seja apenas uma realização de mercado, visto que as ações da companhia dispararam cerca de 10% ontem (23). Já o recuo de Pão de Açúcar (PCAR3) acontece depois do anúncio da conclusão da venda de uma parte da companhia com o grupo Éxito. 

Maiores altas do Ibovespa

Maiores quedas do Ibovespa

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Segundo Dierson Richetti, a bolsa de valores brasileira abriu em alta na sessão, mas perdeu fôlego sobretudo após os resultados do PMI dos EUA.

Em um dia sem grandes novidades no noticiário brasileiro, o desempenho do mercado brasileiro ficou dependente do cenário externo: o anúncio do PMI dos Estados Unidos superou as expectativas, o que animou os mercados no exterior, gerando um descolamento do desempenho do Ibovespa hoje.

“Essa movimentação se deve tanto pela subida que se deu ontem, puxada muito pelo mercado americano, que vem batendo recordes de topos históricos, bem como por uma melhor aceitação das questões do valor que será dedicado para o novo projeto do governo via BNDES. Então, digamos que o mercado surfou um pouco nesses movimentos, e isso se refletiu no dia de hoje”, afirma Richetti.

Sobre os DI, o especialista diz que “todos os vencimentos, 25, 27, 29, 31, todas as curvas estão negativas, o que consequentemente refletiu no dólar também”.

O dólar encerrou a sessão de hoje em queda de 0,47%, cotado a R$ 4,9321, depois do preço da moeda dos Estados Unidos ter oscilado entre a mínima e máxima de R$ 4,9090 e R$ 4,9374, respectivamente.

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa terminou a sessão de ontem (23) em alta de 1,31%, aos 128.262,52 pontos.

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