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Ibovespa fecha em forte queda, com inflação dos EUA nas alturas; Americanas (AMER3) desaba 10,6%

João Vitor Jacintho

10/06/2022 11:57

Atualizado em: 10/06/2022 17:38

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Ibovespa hoje - Foto: Pixabay

O Ibovespa fechou em queda 1,51%, aos 105.481,23 pontos, nesta sexta-feira (10). O mercado de ações brasileiras tem baixa generalizada, em dia de divulgação de inflação recorde nos EUA. O recuo do índice no Brasil está em linha com o mercado internacional, com as Bolsas de Nova York e as europeias também no negativo. O S&P 500 encerrou em baixa de 2,91%, enquanto a Nasdaq cedeu 3,52%. Dow Jones caiu 2,73%. (11.340,02)

A Qualicorp (QUAL3) teve a maior alta, subindo 7,39%. CSN Mineração (CMIN3) avançou 3,98%. Cielo (CIEL3) subiu 0,53%. A maioria das ações fechou em queda, puxando a cotação do Ibovespa para baixo.

O dólar também sentiu o baque do cenário ruim no exterior e terminou em forte alta de 1,49%, a R$ 4,9886, depois de oscilar entre R$ 4,8856 e R$ 5,0121.

Veja mais: Nos EUA, índice da inflação tem em maio salto anual de 8,6%, o maior desde 1981

Entre as maiores quedas de ações do Ibovespa na sessão de hoje (10), lideram as Americanas (AMER3), com baixa de 10,63%, enquanto o Banco Inter (BIDI11) recuou 6,87%. Com a privatização encaminhada após anúncio da precificação, as ações da Eletrobras (ELET3) também caíram, com os papéis da ELET6 desabando 6,59%. Os papéis da ELET3 despencaram 4,74%.

Inflação acumulada em 12 meses nos EUA atinge maior patamar em maio desde 1981

Um dos assuntos que mexem com a bolsa de valores hoje é a divulgação da inflação nos EUA, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, em inglês), que acelerou para 8,6% nos últimos 12 meses. Esse é o maior patamar de inflação acumulada nos Estados Unidos desde 1981, puxada pelo aumento no preço dos combustíveis, que também alcança níveis recordes.

O Departamento do Trabalho disse nesta sexta-feira (10) que o aumento no índice foi de 1,0% no mês maio, acima do esperado pelo mercado, que era de 0,7%, conforme apontavam economistas da Reuters. No mês de abril o avanço tinha sido de 0,3%. Com a alta da inflação nos EUA acima do esperado, a perspectiva é de que o Fed possa acelerar o aumento da taxa de juros, o que também impactaria na movimentação do Ibovespa. A estimativa é de que esse reajuste possa ser de 0,50 ponto percentual nos meses de junho e julho.

Um dos fatores que impulsionaram o avanço da inflação dos Estados Unidos em maio foi o preço da gasolina, que teve uma alta de 50% na comparação com o ano de 2021. Somente no mês de maio, os preços subiram cerca de 4,5%. Além disso, o preço da energia também teve um relevante crescimento de 34,6%, com 12% sendo de energia elétrica.

O preço dos alimentos teve uma alta média de 10,1%, a primeira vez com 10% ou mais desde 1981. Já o índice de moradias teve um aumento de 5,5%, com o avanço dos custos de moradia e dos aluguéis. Essa foi a maior alta desde 1991 para esse segmento.

Privatização da Eletrobras (ELE3) movimenta R$ 33,7 bilhões em sua oferta de ações

Com uma das maiores baixas entre as ações do Ibovespa, um dos destaques do dia é a Eletrobras (ELET3). Nesta quinta-feira (9), o preço das ações da Eletrobras (ELET3) em sua oferta foi definido em R$ 42. A privatização da companhia movimentou um total de R$ 33,7 bilhões, com a oferta primária totalizando R$ 30,76 bilhões. O valor remanescente, de R$ 2,938 bilhões, se refere a oferta secundária do BNDES.

O montante total foi de R$ 29,294 bilhões, desconsiderando lotes extras. O valor das ADRs (American Depositary Receipts) da Eletrobras ficou em US$ 8,63. Esse valor tem como base a cota em reais, convertida em dólar com a taxa de câmbio de venda, a Ptax. A companhia destacou que as condições para a realização de sua oferta de ações foram “satisfatoriamente verificadas”.

A oferta pública de distribuição inicial foi de 627,675 milhões de ações do tipo ON, onde também estão inseridas as ADRs. A oferta de ações foi realizada de forma simultânea no Brasil e nos EUA.

Eneva (ENEV3) compra Termelétrica Fortaleza (Termofortaleza) pelo valor de R$ 431,5 milhões

Outro assunto que impacta na cotação do Ibovespa é a nova aquisição da Eneva (ENEV3). Em comunicado ao mercado, a empresa informou ter celebrado contrato para compra das ações emitidas pela CGTF – Central Geradora Termelétrica Fortaleza (Termofortaleza), de propriedade da Enel Brasil.

A companhia considera um enterprise value, ou seja, o valor real da empresa em R$ 431,58 milhões. Esse valor está sob a correção da variação do CDI assim como outros ajustes que podem ser feitos. Para posterior recontratação da planta, a estimativa é que o valor pode atingir até R$ 97 milhões.

O principal ativo da Termofortaleza é a UTE Fortaleza, que é uma usina termelétrica a gás, com capacidade instalada é de 327 MW. A usina fica no município de Caucaia, Ceará. Um dos contratos de comercialização que ela possui é com a distribuidora Companhia Energética do Ceará, com vigência até o ano de 2023.

A Termofortaleza, adquirida pela Eneva (ENEV3), teve uma Receita Operacional Líquida de R$ 1,7 bilhão, assim como EBITDA de R$ 580
milhões. Entre as condições para que a compra seja concluída, está a aprovação do CADE e dos órgãos de governança interna dos acionistas, como o Conselho de Administração da Enel Américas.