O Ibovespa acumulou uma alta de 2,56% na semana com o avanço de 1,38% nesta sexta-feira. No mês, o índice saltou 5,73%. Foi o segundo período semanal de ganhos do índice.
Ontem. foi anunciado que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,95% em novembro ante outubro, abaixo da mediana de alta 1,10% esperada pelo mercado. Com isso, os investidores reprecificaram suas posições na curva de juros e na bolsa, após dezenas de ativos terem sido penalizados na quinta, na esteira do tom mais duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira à noite.
O índice respondeu na sexta com bom humor com os dados de inflação melhores que o esperado – que retiram parte da pressão do tom mais hawkish do Banco Central.
Nem todos os ativos seguiram na esteira desse otimismo. Outros fatores derrubaram as ações da Braskem (BRKM5), Magazine Luiza (MGLU3), Taesa (TAEE11), Santander (SANB11) e Itaú (ITUB4) na semana.
Veja o tamanho do tombo dessas ações na semana:
Braskem -10,41%
Magazine Luíza -9,65%
Taesa -5,47%
Santander -5,05%
Itaú -4,26%
1. Braskem lidera baixas no Ibovespa
A Petrobras (PETR4) reafirmou na última quinta (9) que pretende vender integralmente sua participação na Braskem (BRKM5) “e segue realizando estudos para determinar a melhor estrutura para essa transação”.
O comunicado da estatal fez desabar os papéis da Braskem. As informações constam em documento divulgado em resposta a uma notícia do Broadcast, do Estadão. Na matéria, o texto dizia que a Petrobras, juntamente com a Novonor (duas maiores acionistas da Braskem), teria iniciado o processo de seleção de bancos para vender suas ações da petroquímica.
A proposta seria realizar a venda por meio de uma oferta subsequente de ações (follow-on), somente dos papéis preferenciais (sem direito a voto), no início de fevereiro. A etapa seguinte seria levar a Braskem para o Novo Mercado, segmento de maior governança da B3, e vender o restante das ações em mais duas ofertas posteriores, segundo o Broadcast.
No comunicado, a Petrobras “reitera que ainda não há qualquer decisão sobre o assunto, incluindo prazo para eventual transação”.
A Braskem sofreu ainda com os preços do petróleo, que passaram por um sobe e desce expressivo nesta semana. Mas, na sexta, a commodity acabou acumulando alta nos últimos cinco dias. A Capital Economics diz que o petróleo recuperou parte de suas perdas em decorrência da disseminação da variante Ômicron do coronavírus. Não foi
A ação da petroquímica terminou a semana como a maior baixa no Ibovespa, 10,41%, negociada a R$ 54,20.
2. Magazine Luiza
O Magazine Luiza (MGLU3) ficou em segundo lugar entre as maiores perdas do Ibovespa na semana, caindo 9,65%, para R$ 6,37%. O papel da empresa liderou as maiores quedas em dois dos três pregões na semana. Em dezembro, o papel da empresa já acumula perdas em torno dos 22%. Juros altos, com mais um aumento da taxa Selic definido esta semana pelo Copom (Comitê de Política Monetária), para 9,25% ao ano, impactaram as ações.
A ação também foi afetada por outro dado macro desfavorável: os números fracos das vendas do varejo, que caíram 0,1% em outubro na comparação de setembro, na série com ajuste sazonal. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) foi divulgada nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a terceira queda consecutiva do indicador. No trimestre, acumula uma perda de 1,8%.
3. Taesa
Em 3 de dezembro, aconteceu o investor day da Taesa (TAEE11), com a participação de influenciadores e especialistas do mercado financeiro. Em sua apresentação, a transmissora de energia elétrica reforçou seu modelo de negócio ao garantir que não irá vender seus ativos e nem fará reciclagem em seu portfólio, mas que irá focar no crescimento via aquisições, com a participação em leilões e outros projetos.
Na análise da XP, o negócio da transmissora é previsível e estável, e a ação da Taesa já está precificada.
“Vemos as ações como adequadamente precificadas e com potencial de pagamento de dividendos similar a pares no setor”, escreveu o relatório da corretora.
Com isso, a recomendação da XP para a Taesa é neutra, com o preço-alvo de R$ 38,00 para 2022. A Ativa Investimentos também possui uma recomendação neutra para os papéis da companhia. A casa de análise acredita que a proposta de crescimento via leilões “pode esbarrar na competitividade vista nos últimos leilões”, o que seria prejudicial para a Taesa.
Já o BB Investimentos retirou a Suzano (SUZB3), Raia Drogasil (RADL3) e a Taesa (TAEE11) da carteira recomendada semanal, o que desanimou investidores. A empresa, porém, boa pagadora de dividendos, teve altas na semana anterior e pode ter passado por um movimento de realização de lucros. Deve se recuperar da semana ruim em que caiu 5,47% no Ibovespa, cotada a R$ 35,60.
4. Santander
Na semana em que o Nubank dominou o noticiário com seu IPO, os grandes bancos sofreram. Foi um movimento contrário aos dos digitais, que subiram na esteira da valorização da fintech. O banco roxinho atraiu todas as atenções na estreia em Nova York e no início de negociações das BDRs na B3 (B3SA3).
Os papéis caíram 5,05%, para R$ 31,96, na semana em que o Bradesco BBI piorou a projeção para setor de bancos. Para o Santander, a redução do preço-alvo das ações foi de R$ 48 para R$ 39.
Mais: com a alta da Selic, os principais bancos se viram outra vez diante de um cenário com a perspectiva de aumento da inadimplência e dos juros.
5. Itaú fica entre as maiores baixas do Ibovespa
O Itaú recuou 4,26%, para R$ 22, apesar de ter divulgado o calendário de dividendos mensais para 2022 — e trocado para JCP na sexta.
Como ocorreu com o Santander, os papéis também perderam fôlego na semana da estreia do Nubank em Nova York e da elevação da Selic.
A Ativa Investimentos deixou o Itaú, como fez com a Cosan (CSAN3), Eztec (EZTC3) e Carrefour (CRFB3), da carteira recomendada semanal.
O Bradesco BBI também diminuiu o preço-alvo para Itaú — de R$ 39 para R$ 31 — e manteve recomendação outperform. Assim o banco acabou com a quinta maior baixa da semana no Ibovespa.
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