O Ibovespa recua na manhã desta sexta-feira (9), corringindo a alta dos últimos dias, que levou o índice para o maior patamar desde meados de fevereiro. As atenções locais permanecem voltadas a Brasília, com as indefinições sobre o Orçamento público deste ano e implementação da CPI da Covid pelo Senado, por exigência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Por volta das 10h20, o Ibovespa recuava 0,63%, para 117.566 pontos. A CPI tem como objetivo investigar a responsabilidade do governo federal na pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no País. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que vai acatar a decisão.
A decisão foi tomada pelo ministro Luis Roberto Barroso. Segundo ele, a concessão da liminar com urgência ocorre em função do agravamento da doença no País, que está “em seu pior momento, batendo lamentáveis recordes de mortes diárias e de casos de infecção”. Ontem, o Brasil bateu mais um recorde negativo de mortes pela Covid-19, com 4.249 óbitos em 24 horas.
Em conversa junto a apoiadores nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro disse que a CPI foi instaurada contra ele. Ele diz que se trata de um “jogo” entre Barroso e a bancada da esquerda no Senado para enfraquecer o governo. “Barroso, use sua caneta para defesa da vida e do povo brasileiro, e não para fazer politicagem.”
No radar político também chama atenção da fala de Bolsonaro, ontem, ao relatar que o Executivo e o Congresso estão mais próximos de um acordo sobre o Orçamento de 2021. O Ministério da Economia, entretanto, diz que o texto aprovado no Congresso é jurídica e economicamente irrealizável, e que precisa de um veto do mandatário.
O mercado local também repercute os dados de inflação no País. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,93% em março, frente a fevereiro. No mês anterior, o indicador havia subido 0,86% na comparação mensal. O resultado do mês passado fica abaixo do esperado, mas é o maior desde 2015 para o período.
No exterior, os investidores analisam a inflação ao produtor, que subiu 1% em março na comparação mensal, contra uma expectativa por alta de 0,50%. As Treasuries, títulos do Tesouro norte-americano, sobem mais de 2% nesta manhã, demonstrando o temor pela alta dos preços na economia.
“Os mercados têm caminhos distintos nesta manhã. Na Ásia, as dúvidas também são sobre inflação, o que pode interromper estímulos econômicos. Na Europa, as Bolsas estão mistas, com indicadores econômicos parcialmente positivos. Por aqui o dia deve ser levemente negativo, com alta volatilidade dada a agenda cheia”, disse o economista do Banco BV, Roberto Padovani.
No radar corporativo, a Allied (ALLD3) precificou suas ações para o IPO, a Marfrig (MRFG3) anunciou o pagamento de dividendos e o Banco Inter (BIDI11) informou que distribuirá os fundos da Suno Asset.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h35:
- Sabesp (SBSP3): +3,08%
- Suzano (SUZB3): +1,83%
- Minerva (BEEF3): +1,58%
- Banco do Brasil (BBAS3): +1,13%
- Usiminas (USIM5): +0,97%
- Intermédica (GNDI3): -2,27%
- Via Varejo (VVAR3): -2,32%
- Lojas Americanas (LAME4): -2,55%
- Unidas (LCAM3): -2,58%
- Gol (GOLL4): -2,66%
Bolsas internacionais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,08%
- Londres (FTSE 100): -0,25%
- Frankfurt (DAX 30): -0,08%
- Paris (CAC 40): +0,16%
- Milão (FTSE/MIB): -0,20%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,07% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -0,92% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +0,20% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta com uma alta de 0,69%, a 118.313,23 pontos.