O Ibovespa abriu em leve alta na manhã desta terça-feira (30), ainda digerindo as reformas ministeriais no jogo político brasileiro. O presidente Jair Bolsonaro mudou seis ministros do alto escalão em apenas um dia, em uma aceno ao chamado Centrão e por pressão do Congresso.
Por volta das 10h40, o Ibovespa subia 0,15%, a 115.616 pontos. A pressão das casas legislativas vem à tona em meio às críticas que o governo vem recebendo acerca da conduta em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O então Ministro das Relações Exteriores, Ernesto de Araújo, que pediu as contas na última segunda-feira (29), era acusado de colocar entraves à chegada das vacinas ao Brasil. Cerca de 8% da população brasileira já tomou ao menos uma dose de alguma vacina contratada, aproximadamente 15 milhões de pessoas.
Os problemas no combate à pandemia também trazem preocupações com a situação fiscal do País, uma vez que mais auxílio emergencial pode ser demandado. As taxas de juros futuras operam em alta na manhã desta terça, com os contratos do CDI para janeiro de 2027 sendo negociados a 8,81%.
No exterior, chama atenção a nova disparada das Treasuries, títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Os papéis de 10 anos atingiram a máxima em 14 meses.
A percepção de risco de inflação voltou a pairar sobre os investidores, que aguardam o discurso do presidente Joe Biden em Pittsburgh, na próxima quarta-feira (31). Com a possibilidade do governo determinar o investimento de US$ 3 trilhões em infraestrutura, com o intuito de diminuição do desemprego e desigualdade no País, o mercado precifica uma guinada nos preços na economia.
“Após a preocupação pontual com o setor bancário no último pregão, hoje o mercado opera com uma leitura de retomada forte da economia dos Estados Unidos, beneficiando a atividade global. Essa percepção é esticada pelos dados econômicos mais fortes do que o esperado na Europa“, diz Roberto Padovani, economista do banco BV.
No Velho Continente, o mercado vê com otimismo os dados sobre a confiança de empresas e consumidores na zona do euro. O segmento atingiu 101 pontos em março, enquanto a projeção era de 96 pontos e o ptamar anterior de 93,4 pontos.
Chama atenção também o combate à pandemia. Ontem foi o primeiro dia em seis meses em que Londres não teve nenhuma morte pelo novo coronavírus. O Reino Unido encerrou nesta semana um dos seus lockdowns mais rígidos.
No mercado de commodities, o preço do barril de petróleo Brent recua nesta terça, após o Canal de Suez ser liberado. O meganavio encalhado, que bloqueava a passagem de um dos mais importantes canais comerciais do mundo, gerava prejuízos estimados em US$ 400 milhões por hora.
Os investidores aguardam a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na reunião da próxima quinta-feira (1). O cartel decidirá sobre os cortes de produção de maio.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h50:
- CVC (CVCB3): +5,31%
- Gol (GOLL4): +3,94%
- Azul (AZUL4): +3,81%
- Cosan (CSAN3): +3,74%
- Pão de Açúcar (PCAR3): +3,06%
- Bradespar (BRAP4): -1,33%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -1,39%
- Usiminas (USIM5): -1,62%
- CSN (CSNA3): -1,67%
- PetroRio (PRIO3): -3,25%
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,35%
- Londres (FTSE 100): +0,17%
- Frankfurt (DAX 30): +0,75%
- Paris (CAC 40): +0,66%
- Milão (FTSE/MIB): +0,61%
- Hong Kong (Hang Seng): +0,08% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,62% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +0,16% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma alta de 0,56%, a 115.718,72 pontos.