O Ibovespa abriu em queda nesta sexta-feira (12), a exemplo das bolsas mundiais que operam com cautela passado o otimismo com o novo pacote de estímulos. A alta dos juros futuros nos Estados Unidos também volta a preocupar o mercado.
Por volta das 10h35, o Ibovespa caía 0,65%, para 114.240 pontos. Também segue no radar dos investidores o cenário doméstico, com a aprovação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que trata das contrapartidas para a liberação de recursos para o auxílio emergencial.
No âmbito de dados macroeconômicos, as vendas no varejo caíram 0,2% em janeiro frente a dezembro de 2020, interrompendo uma sequência de sete meses consecutivos de alta, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa mediana dos economistas ouvidos pela Refinitiv era de uma retração de 0,3%.
No exterior, as atenções são voltadas à guinada dos títulos do Tesouro norte-americano, as Treasuries. Após pregões consecutivos em queda, o papel de 10 anos sobem para 1,614%. No início do ano, o título estava em 0,915%, e em agosto do ano passado operava na casa de 0,5%.
Uma alta neste tipo de ativo reflete a cautela dos investidores com investimentos de risco, como o mercado acionário. Expectativas por um crescimento desenfreado da inflação faz com que o mercado precifique uma alta nas taxas de juros — embora o Federal Reserve (Fed) afirme que a pressão inflacionária é de curto prazo e está sob controle.
Uma alta na taxa de juros referencial naturalmente eleva o custo de capital das empresas. O movimento tende a impactar de forma mais intensa companhias de alto crescimento, pois seus fluxos de caixa futuros são precificados com maior desconto no presente. A Nasdaq, Bolsa de tecnologia, vem de três semanas em queda.
No que se refere ao combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o Brasil bateu pelo 13º dia consecutivo o recorde em média móvel de mortes em 7 dias. O patamar de 1.500 mortes na média de 7 dias foi deixado para trás pela primeira vez na terça-feira.
Em seu documento divulgado ontem, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse que o País passa pelo pior momento da pandemia, acumulando 10,3% das mortes por Covid-19 notificadas no planeta. O Brasil possui 3% da população global.
Segue no radar dos investidores a divulgação dos balanços corporativos do quarto trimestre do ano passado. Na após o fechamento do mercado na última quinta, a Energia (ENGI11) apresentou um lucro de R$ 192 milhões, queda de 45,6% em base anual.
O resultado, entretanto, veio acima das expectativas da Ativa Investimentos. “As vendas de energia foram positivamente impactadas por altas temperaturas e pela potência do agronegócio, cuja produção de soja alavancou a demanda energética”, disse a corretora em relatório.
“A companhia fez um bom trabalho quanto a perdas não técnicas especialmente na Região Norte, mas segue ainda com índice regulatório consolidado acima do permitido.”
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h45:
- Embraer (EMBR3): +3,13%
- Copel (CPLE6): +3,10%
- Gerdau (GOAU4): +2,27%
- Usiminas (USIM5): +2,26%
- Metalúrgica Gerdau (GGBR4): +1,97%
- EzTec (EZTC3): -2,15%
- Unidas (LCAM3): -2,22%
- Hapvida (HAPV3): -2,26%
- B3 (B3SA3): -2,40%
- Lojas Americanas (LAME4): -2,72%
Mercados globais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,30%
- Londres (FTSE 100): +0,06%
- Frankfurt (DAX 30): -0,57%
- Paris (CAC 40): -0,008%
- Milão (FTSE/MIB): -0,04%
- Hong Kong (Hang Seng): -2,20%
- Xangai (SSE Composite): +0,47%
- Tóquio (Nikkei 225): +1,73%
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta com uma alta de 1,96%, a 114.983,76 pontos.