O Ibovespa opera entre ganhos e perdas na manhã desta quarta-feira (31), e deve encerrar março com uma alta expressiva. O maior índice acionário da Bolsa brasileira, no entanto, ainda opera no vermelho em 2021, puxado por riscos políticos e fiscais, além de um cenário conturbado no exterior.
Por volta das 10h34, o Ibovespa subia 0,14%, a 117.013 pontos. No front internacional, as atenções dos investidores são voltadas ao novo pacote de estímulos do presidente norte-americano Joe Biden. Desta vez, a bomba de US$ 2 trilhões será voltada à infraestrutura e pesquisa e desenvolvimento no país.
Com o mar de novos dólares na economia, o mercado precifica uma alta na inflação nos próximos meses, o que faria com que a taxa de juros voltasse a subir antes do esperado. Com isso, as Treasuries operam na máxima dos últimos 14 meses.
“Ao terminar o primeiro trimestre do ano, os mercados têm lido uma forte recuperação econômica nos Estados Unidos, e isso tem levado a uma reprecificação de várias ativos. Commodities, bolsas, juros e moedas tem sofrido forte volatilidade, e a cara do dia hoje faz parte deste contexto”, disse o economista do banco BV, Roberto Padovani.
Por aqui, os investidores locais ainda digerem as mudanças nos ministérios do governo de Jair Bolsonaro. Na última segunda-feira (29), o mandatário mudou seis ministro, como um aceno ao Congresso, que pressionava o Executivo.
Ontem, o mercado recebeu a notícia da demissão conjunta dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Especialistas dizem que as alterações podem melhorar o trânsito entre o governo e o chamado Centrão.
A instabilidade de govenança também contamina as empresas estatais. Segundo colunista Lauro Jardim, sete vice-presidentes do Banco do Brasil (BBAS3) preparam uma demissão em massa, em resposta à indicação de Fausto Ribeiro à presidência do banco por Bolsonaro.
Nos indicadores econômicos, a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) Contínua no trimestre móvel encerrado em janeiro demonstrou que a taxa de desemprego oscilou entre 14,3% e 14,2%. Especialistas ouvidos pela Refinitiv esperavam por uma queda para 14,1%.
Na última terça, o Brasil voltou a registrar um recorde de mortes pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Foram 3.668 óbitos nas 24 horas anteriores. O País renovou pelo quinto dia consecutivo a média móvel de mortes de sete dias, com 2.728 casos.
Em reunião virtual, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu ao embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman, a antecipação de 20 milhões de doses da vacina da Pfizer que seriam devolvidas aos estadunidenses no futuro.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h40:
- Equatorial (EQTL3): +5,03%
- Cielo (CIEL3): +5,03%
- Gerdau (GGBR4): +3,16%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): +2,60%
- CSN (CSNA3): +2,09%
- Azul (AZUL4): -1,97%
- Gol (GOLL4): -1,97%
- Cogna (COGN3): -2,07%
- Embraer (EMBR3): -2,51%
- Qualicorp (QUAL3): -3,13%
Bolsas internacionais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,29%
- Londres (FTSE 100): -0,35%
- Frankfurt (DAX 30): -0,19%
- Paris (CAC 40): -0,27%
- Milão (FTSE/MIB): +0,27%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,70% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -0,43% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -0,86% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma alta de 1,24%, a 116.849,67 pontos.