Ibovespa recua 2% na abertura, ainda pressionado por bancos; Itaú (ITUB4) cai 3,1%
O Ibovespa abriu em forte queda nesta terça-feira (2), ainda pressionado pelas instituições financeiras, escolhidas pelo governo para cobrir a perda de arrecadação com os tributos do diesel, anunciado no mês passado. O índice acionário, que chegou a subir quase 2% durante o pregão de ontem, foi tomado por cautela e encerrou em leve alta.
Por volta das 10h30, o Ibovespa recuava 2,10%, para 108.030 pontos. Lá fora, os mercados, que dispararam no último pregão, observam um dia de realização enquanto aguardam novas informações sobre a política monetária norte-americana e a tramitação do novo pacote de estímulos no Senado.
Os Treasuries, que preocuparam nas últimas semanas, marcam o terceiro dia consecutivo de quedas, 1,44% após atingirem 1,6% na última semana. O patamar das notas de 10 anos do Tesouro estadunidense, contudo, ainda chama atenção, uma vez que no início do ano estava abaixo de 2%.
Por aqui, chama atenção o grande número de emendas na MP que prevê a privatização da Eletrobras (ELET3). Segundo o jornal Valor Econômico, foram 570 em dois dias.
Para a Ativa Investimentos, “apesar de esperarmos uma desidratação, haja vista que a base da MP pode ser considerada um piso para a proposta, entendemos que a discussão das emendas estenderá o processo e por enquanto, se efetivadas, culminarão num resultado menos ótimo para o Executivo”.
Na última segunda, o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto e uma medida provisória para reduzir a zero as alíquotas do PIS/Cofins sobre a comercialização e a importação do óleo diesel, por dois meses, e do gás de cozinha, sem estabelecer um prazo.
Parte da compensação pela redução dos tributos, projetada pelo governo em R$ 3,67 bilhões para 2021, virá do aumento da Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras. Os bancos, que equivalem a mais de 18% do Ibovespa, puxam o índice para baixo.
Ontem, o Itaú (ITUB4) caiu 2,99%, o Bradesco (BBDC4) recuou 3,30%, o Santander (SANB11) caiu 1,18%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) retraiu 0,68%.
Ainda com o mesmo objetivo, o governo decidiu interromper as renúncias tributárias para o setor petroquímico, e reduzir a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis para pessoas com deficiência.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h35:
- Pão de Açúcar (PCAR3): +1,46%
- Klabin (KLBN11): +0,13%
- Suzano (SUZB3): +0,12%
- CCR (CCRO3): -5,04%
- Via Varejo (VVAR3): -5,03%
- CVC (CVCB3): -5,01%
- Petrobras (PETR4): -4,82%
- EcoRodovias (ECOR3): -4,60%
Mercados globais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,18%
- Londres (FTSE 100): +0,51%
- Frankfurt (DAX 30): +0,42%
- Paris (CAC 40): +0,56%
- Milão (FTSE/MIB): -0,12%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,21%
- Xangai (SSE Composite): -1,21%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,86%
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda-feira com uma alta de 0,27%, a 110.334,84 pontos.