Ibovespa: sentimento de investidores em relação à Bolsa piora em maio, diz pesquisa da XP

O desempenho negativo do Ibovespa influenciou o sentimento geral em maio, com 52% dos clientes dando nota 7 ou maior para a Bolsa, uma queda de 12 pontos percentuais, segundo pesquisa realizada com assessores filiados à XP Investimentos e divulgada nesta segunda-feira (20).

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A média das respostas na pesquisa da XP caiu neste mês para 6,2, abaixo dos 6,9 de abril. As projeções para o índice Ibovespa também foram revisadas para baixo, conforme o estudo, com a estimativa média de 131 mil pontos até o final do ano, contra 134 mil pontos em abril e 138 mil pontos em fevereiro. A porcentagem de assessores que preveem o Ibovespa abaixo dos 120 mil pontos ao fim deste ano aumentou em 1 ponto percentual, atingindo 12%.

O apetite por investimentos em renda variável diminuiu em maio, com 27% dos clientes planejando aumentar a exposição na classe, uma queda de 19 pontos percentuais em relação ao mês anterior. A nota média de otimismo caiu de 6,9 em abril, para 6,2 em uma escala de 0 a 10.

Em contrapartida, o interesse por renda fixa recuperou a posição de classe de ativos mais desejada pelos clientes. Os dados de maio mostram que a alocação dos clientes em renda variável sofreu pequenas alterações. A exposição entre 0 e 10% subiu 4 pontos percentuais, alcançando 31%. A faixa entre 10 e 25% aumentou 1 ponto percentual, chegando a 77%. Já a exposição acima de 25% caiu 1 ponto percentual, ficando em 23%.

A pesquisa sobre os assessores da XP aponta ainda que o interesse por renda fixa aumentou, atingindo 68%, um crescimento de 9 pontos percentuais. Fundos imobiliários ficaram em segundo lugar com 59%, uma queda de 13 pontos percentuais. Fundos de renda fixa subiram para 51%, com um aumento de 10 pontos percentuais, seguidos por ações, que caíram para 39%, uma diminuição de 11 pontos percentuais.

A preocupação com o risco fiscal brasileiro cresceu, sendo considerado o principal risco para ações brasileiras por 51% dos assessores, um aumento de 12 pontos percentuais. A preocupação com uma recessão nos Estados Unidos também aumentou. Os fatores que poderiam aumentar o apetite por risco incluem o corte de juros nos EUA, conforme estudo.

A preferência por setores defensivos se intensificou, com destaque para os setores financeiro e de elétricas e saneamento. O interesse pelo setor de mineração e siderurgia caiu em abril. Setores mais sensíveis a juros, como educação e transportes, continuam sendo os menos preferidos pelos clientes, de acordo com a pesquisa.

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Inflação, dólar e Selic devem subir e já prejudica Ibovespa, aponta Boletim Focus

O Boletim Focus do Banco Central desta segunda-feira (20) indicou uma perspectiva mais desfavorável em relação à inflação, taxa básica de juros, a Selic, e dólar, com estimativas revisadas para cima. O Produto Interno Bruto (PIB) também teve sua previsão de crescimento reduzida, refletindo um cenário econômico menos otimista.

Essa visão piorada impactou negativamente o mercado, elevando os juros na curva e desencorajando investimentos na Bolsa de Valores brasileira. Apesar de notícias internacionais relativamente positivas, como os estímulos ao mercado imobiliário chinês que podem aumentar a demanda por produtos brasileiros, e a expectativa de mais de um corte nas taxas de juros nos Estados Unidos, o Ibovespa não conseguiu manter uma alta.

Durante o dia, o Ibovespa chegou a operar no positivo, mas encerrou com uma queda de 0,31%, fechando aos 127.751 pontos. No mês, o índice ainda apresenta uma alta de 1,48%, mas acumula uma queda de 4,77% desde o início de 2024.

O mercado agora aguarda a ata da última reunião do Federal Reserve, que será divulgada nesta quarta-feira (22). O documento deve informar sobre o cronograma de possíveis cortes nas taxas de juros e as principais preocupações da autoridade monetária dos Estados Unidos.

Santander corta projeção para o final de 2024 

A última projeção do Santander para o Ibovespa no final de 2024 era de de 160 mil pontos. O cenário de cortes de juros nos EUA e no Brasil, e de inflação global, fez os analistas mudarem suas estimativas.

Desde então, sinais de redução na desaceleração da inflação dos Estados Unidos e no Brasil, com o último corte de 0,25 na Taxa Selic após seis consecutivos de 0,50, parecem indicar que o Índice Ibovespa não atinja mais o patamar esperado.

Neste ritmo, os analistas do Santander, Aline Cardoso, Luana Fontes e Guilherme Motta, que assinam o relatório, reavaliaram o preço-alvo do IBOV para 145 mil pontos

“Ainda esperamos um crescimento do EPS de 15% este ano. No entanto, reduzimos o preço-alvo à luz das taxas mais altas”, comentam os especialistas sobre o Ibovespa.

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Murilo Melo

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