Em novo relatório sobre o Ibovespa, o Itaú BBA cortou sua projeção para o índice ao final de 2025 de 165 mil pontos para 145 mil pontos, número que ainda representa um potencial de valorização de 22% frente ao fechamento da última sexta-feira (10).
A projeção do Itaú BBA para o Ibov é baseada em quatro pilares principais:
- Valuation atrativo: O Brasil está sendo negociado a 6,8 vezes o múltiplo preço/lucro (P/L), o menor nível em 30 meses, o que indica que o mercado já precifica um cenário conservador.
- Momento de lucros: Apesar da expectativa de crescimento de lucros de dois dígitos em 2025, existe o risco de revisões para baixo, considerando um cenário de juros e inflação mais elevados.
- Cenário macroeconômico: A equipe projeta um ciclo de aperto monetário, com menor crescimento do PIB, maior inflação e incertezas fiscais persistentes.
- Território de sobrevenda: O Ibovespa se aproxima de níveis de sobrevenda, mas o ambiente desafiador continua para a indústria de fundos local e para o apetite de investidores estrangeiros.
Diante desse cenário, as melhores ações do Ibovespa, na visão dos analistas, são aquelas com bom carrego (alto rendimento de dividendos e retorno ajustado à inflação), alto ROE e exposição cambial.
Assim, a casa vê quatro pontos principais a serem levados em consideração para a seleção de ações do índice Bovespa:
- Proxies de títulos: Empresas com taxas internas de retorno reais de dois dígitos, como serviços públicos, infraestrutura e shoppings.
- Cíclicos de qualidade: Ações de setores como financeiro, construção de baixa renda e transporte, que oferecem bom carregamento e qualidade.
- Exportadores e commodities selecionadas: Foco em papéis com valuation atrativo nos setores de papel e celulose, petróleo e gás, e proteínas.
- Teses seculares: Empresas em setores com tendências de crescimento estrutural, como saúde, consumo, serviços, indústria e agronegócio, priorizando qualidade a preços razoáveis.
Dentro de tal escopo, o Itaú BBA vê as seguintes ações com potencial neste ano:
- Infraestrutura e proxies de títulos: Equatorial (EQTL3) e Sabesp (SBSP3), além de Santos Brasil (STBP3).
- Cíclicos de qualidade: Direcional (DIRR3), Caixa Seguridade (CXSE3) e BTG Pactual (BPAC11).
- Exportadores e commodities: Petrobras (PETR4) e Suzano (SUZB3).
- Crescimento secular: Grupo Mateus (GMAT3) e Rede D’Or (RDOR3).
Assim, embora a revisão da projeção para o Ibovespa sinalize desafios à frente, o Itaú BBA ressalta que há oportunidades relevantes no mercado brasileiro para 2025. A recomendação é que investidores mantenham o foco em empresas com fundamentos sólidos, potencial de crescimento e resiliência em cenários adversos.
