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Ibovespa está ‘barato’, dizem analistas: veja as ações preferidas para o mês

XPML11 lucra R$ 39,5 milhões e realiza pagamento milionário de dividendos

Ibovespa. Foto: iStock.

Com a chegada de abril, diversas casas de análise divulgam suas previsões atualizadas para o Ibovespa e publicam novas carteiras recomendadas para os próximos 30 dias. O Suno Notícias compilou alguns desses relatórios. A opinião unânime entre os analistas é a de que a Bolsa brasileira está barata.

Segundo a XP Investimentos, o valuation por múltiplos do Brasil continua descontado. Por isso, a casa mantém seu preço-alvo de 149 mil pontos para o Ibov ao final de 2024. Em relação aos setores, os analistas chamam a atenção para empresas cíclicas domésticas.

“Com projeções de lucros melhorando e um desempenho ainda pra trás da mediana histórica, acreditamos que pode ser um ponto de entrada interessante em nomes cíclicos domésticos”, afirma o relatório da XP.

O Itaú BBA tem uma visão muito semelhante, uma vez que também vê atratividade na Bolsa brasileira e é outra casa que aposta nos papéis cíclicos domésticos.

“Continuamos positivos em relação às ações brasileiras em 2024, com crescimento decente de lucros (+15% ano a ano), avaliação atrativa (8x P/L, desconto de 21% sobre a média histórica), uma tendência favorável das taxas de juros (taxa terminal de 9,25% em 2024) e uma posição ainda sub-representada”, diz o BBA em relatório.

O BTG Pactual, por sua vez, destaca que as ações do índice Bovespa, desconsiderando Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), estão sendo negociadas a um múltiplo preço/lucro abaixo da média, o que as torna atraentes.

“Após a recente queda, as ações brasileiras estão sendo negociadas a 9,9x P/L 12 meses à frente ex-Petro &Vale (apenas 8,2x as incluindo), um desvio padrão abaixo da média. O prêmio para deter ações (medido como o inverso do P/L menos as taxas reais a 10 anos) é de 4,3%, um desvio padrão acima da sua média histórica”, diz em relatório.

A casa também se mostra otimista com o cenário macroeconômico brasileiro e, consequentemente, com o lucro das empresas.

“A queda esperada nas taxas de juros de curto prazo (vemos a Selic média caindo 315bps em 2024) deve impulsionar os lucros este ano. Esperamos que o lucro das empresas brasileiras listadas (ex-Petro & Vale) cresça 19% em 2024”, projeta o BTG.

Quais são as ações preferidas?

Confira, a seguir, as ações do Ibovespa recomendadas para o mês de abril, de acordo com algumas das principais casas de análise do país.

Carteira Top 10 XP:

Composição:

Carteira 10SIM BTG Pactual:

Composição:

Carteira Ibovespa+ Santander

Composição:

Carteira 5+ de Ações BB Investimentos

Composição:

Resumo das carteiras

Ibovespa em março

Em março, o Ibovespa acumulou queda de 0,71%. Ao converter o índice para dólares, o recuo foi de 1,40% no mês. No ano, a perda é de 7,40%.

A queda do Ibovespa em março ocorreu na contramão dos mercados exteriores, que tiveram o melhor primeiro trimestre desde 2019.

Na visão da XP, questões micro impulsionaram os mercados exteriores no período, enquanto o Ibovespa ficou para trás. Segundo a casa, isso se deu sobretudo por três fatores

Outro fator que impactou negativamente o Ibovespa neste início de ano, segundo o Itaú BBA, foi o atraso no início do ciclo de cortes na taxa de juros dos Estados Unidos, anteriormente previsto para o mês de março. Além disso, segundo a casa, o rali do setor de tecnologia impulsionou os mercados exteriores neste primeiro trimestre, o que não se refletiu no Ibovespa, uma vez que o índice tem poucos representantes do segmento. 

A questão do relaxamento da política monetária nos Estados Unidos também é citada pelo BTG Pactual como um fator prejudicial ao Ibovespa neste início de ano.

“A deterioração das perspectivas de cortes de taxas nos EUA pode explicar os grandes resgates dos investidores estrangeiros em ações brasileiras no acumulado do ano – R$ 24 bilhões saíram de ações brasileiras no primeiro trimestre de 2024, eliminando a maior parte dos R$ 38 bilhões de entradas em novembro/dezembro do ano passado”, diz a casa.

Por aqui, os juros já estão em trajetória de queda, e a discussão é sobre o patamar da taxa terminal. No entanto, isso também é motivo para incerteza, segundo o BTG.

“Para tornar a situação pior, com a recuperação da atividade econômica no Brasil (nossa equipe macroeconômica aumentou a estimativa de crescimento do PIB para 2024 duas vezes somente em março, para 2,3%). Alguns agora pensam que o Banco Central do Brasil pode ter que reduzir o ritmo dos cortes nas taxas de juros – a pesquisa Focus ainda mostra taxas de juros em 9% no final de 2024, enquanto nossa equipe macroeconômica espera 9,5%”, afirma. 

Por fim, as preocupações sobre a situação fiscal no Brasil e as dúvidas sobre a capacidade do governo de gerar receitas extras e cortar despesas foram outros fatores que contribuíram para a queda do Ibovespa em março, segundo a casa.

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