Ibovespa segue em queda com temores sobre política fiscal, mas exportadoras sobem
Depois de um dia turbulento na véspera, nesta sexta-feira (22), Ibovespa segue em queda e cai caindo 2% aos 105.602 pontos, digerindo movimentos recentes do Planalto relativos à política fiscal.
O Ibovespa hoje lida com a debanada no Ministério da Economia após as medidas e declarações recentes do Planalto, que contemplam furto do teto de gastos e um auxílio para caminhoneiros em função da alta do diesel.
“As bolsas de valores fecharam positivas ontem no exterior, mas o nosso Ibovespa registrou um dos piores resultados dos últimos meses, com o agravamento do risco fiscal. Nesta manhã de sexta-feira as bolsas de valores no exterior iniciam os negócios em ligeira alta, influenciadas positivamente pela notícia de que a construtora chinesa Evergrande reservou recursos para pagar o cupom de um bond que vence no final desta semana”, frisa o analista CNPI da Mirae Asset, Pedro Galdi.
Após o início da temporada de balanços no exterior, a Hypera (HYPE3) divulga seu resultado financeiro depois do fechamento do pregão de hoje, com o pontapé inicial dos balanços do mercado doméstico.
Nos indicadores de hoje de hoje os destaques ficam com o pronunciamento do presidente do FED, Jerome Powell em conferência na África do Sul, por volta do meio dia, enquanto são divulgados os PMIs da Zona do Euro.
No continente, o indicador composto saiu de 56,2 em setembro para 54,3 em outubro. O PMI industrial saiu de 58,6 para 58,5 e o de serviços de 56,4 em setembro para 54,7 em outubro, todos abaixo do esperado.
Já no Reino Unido também teve rodada de divulgação de PMI’s, sendo que o industrial avançou de 57,1 para 57,7 em outubro e o de serviços aumentou de 55,4 em setembro para 58 em outubro, também o maior nível em três meses.
Apesar disso, as vendas no varejo do Reino Unido caíram 0,2% em setembro deste ano em relação ao mês anterior.
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Embraer entrega 30 jatos no 3T21
- MRV emitirá R$ 700 milhões em debêntures
- Dólar e Minério puxam únicas altas
Prévias da Embraer
Em prévia divulgada, a Embraer (EMBR3) entregou 30 jatos no terceiro trimestre. O número representa um forte avanço frente as 7 entregas registradas no mesmo período do ano passado.
A fabricante de aeronaves detalhou que foram nove jatos comerciais e 21 executivos (14 leves e sete grandes).
Com esse dado, ao fim de setembro deste ano, a carteira de pedidos firmes da Embraer totalizava US$ 16,8 bilhões, alta ade 11,2% na comparação anual.
No ano, a Embraer já entregou 86 aviões – sendo 54 aeronaves executivas e 32 de aviação comercial. Durante o período de julho a setembro, no segmento de aviação executiva a Embraer entregou seu jato de número 1.500.
Na área de aviação comercial, a Embraer anunciou a venda de 16 novos jatos E175 para a SkyWest, que vai operar para a Delta Air Lines. De acordo com o comunicado, a aeronave voará para a Delta sob um contrato de compra de capacidade (CPA), fechado por US$ 798,4 milhões.
A fabricante de aeronaves ainda assinou outros contratos no trimestre no segmento de serviços e suporte.
As ações da Embraer caem 1,3% no Ibovespa hoje.
Debêntures da MRV
A MRV (MRVE3) divulgou que fará a 20ª emissão de debêntures da companhia, no total de R$ 700 milhões, dividido em até duas séries. Os títulos serão simples, não conversíveis e não permutáveis em ações.
A remuneração se dará pelos juros correspondentes a 100% dos DI, acrescidos de taxa de até 1,39% ao ano para a primeira série e até 1,64% para a segunda. O pagamento ocorrerá semestralmente. O valor nominal unitário das debêntures será de R$ 1.000,00.
O prazo de vencimento das debêntures de primeira série será de 5 anos contados da data de emissão, vencendo na data a ser definida na Escritura de Emissão.
Os da segunda série, por sua vez, será de 7 anos. Segundo a empresa, os recursos captados serão utilizados em atividades relacionadas à gestão ordinária dos negócios.
As ações da MRV caem 1,8% no Ibovespa hoje.
Dólar e minério puxam únicas altas
Influenciada pelo câmbio e com a receita dolarizada, companhias como a Suzano (SUZB3) puxam as altas do Ibovespa, assim como a Klabin (KLBN11).
Com possibilidade de furo de teto e aumento do risco fiscal do Brasil, o Real sofre depreciação e o Dólar americano passa a ser negociado a R$ 5,716 em alta de 0,8% no intradia. A moeda já subiu quase 5% nos últimos dias e, no último mês, valorizou-se 7% frente a moeda brasileira.
Além disso, companhias vinculadas ao minério de ferro encontram-se em alta após a commodity fechar a cotação de US$ 122 em Dalian, abaixo do patamar de US$ 130 visto em dias anteriores – mas em resposta às correções vistas após o balanço da Vale (VALE3), que teve números abaixo do esperado.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h20 são:
- Suzano (SUZB3): +5,4%
- Klabin (KLBN11): +3,6%
- Bradespar (BRAP4): +1%
- Vale (VALE3): +0,7%
- Gerdau Metais (GOAU4): +0,5%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- Soma (SOMA3): -6,5%
- GetNet (GET11): -6,4%
- BRMalls (BRML3): -6,2%
- Banco Inter (BIDI11): -5,9%
- BTG Pactual (BPAC11): -5,7%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,31%
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,08%
- Frankfurt (DAX 30): +0,76%
- Londres (FTSE 100): +0,45%
- Paris (CAC 40): +0,95%
- Milão (FTSE/MIB): +0,39%
- Tóquio (Nikkei 225): +0,34% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -0,34% (fechada)
- Hong Kong (Hang Seng): +0,42% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
No fechamento do pregão de quinta (21) o Ibovespa fechou em queda de 2,75%, a 107.735 pontos.