Ibovespa abre em alta puxada por Petrobras (PETR4), que sobe 10%
Após um dos principais dias da temporada de balanços, o Ibovespa abre em alta de 1,36% no pregão desta quinta-feira (5), aos 123.456 pontos.
O Ibovespa digere a decisão recente do Copom, do Banco Central (BC), que elevou a taxa de juros acima do esperado pelo mercado, a 5,25% – e com previsão de aumentos ainda maiores nas próximas reuniões.
“BC mostra-se preocupado com a Inflação. Mudou o comunicado endurecendo os ajustes. Se mostra preocupado e se vê ‘correndo’ atrás da curva de juros. Mercado de juros antecipou a alta e está ditando o ajuste do COPOM. Comunicado deixa claro um novo aumento de 1% de juros com mais um novo aumento de 1%. As expectativas de juros para dezembro aumentam após essa ata”, analisa Jansen Costa, sócio da Fatorial Investimentos.
Seguindo na agenda de indicadores, apesar de não haver dados relevantes da economia doméstica, os pedidos iniciais de seguro desemprego vieram levemente acima do esperado nos EUA, em 385 mil no acumulado semanal.
Contudo, afora da agenda, o que movimenta a bolsa na semana segue sendo a temporada de balanços, considerando que após o pregão anterior várias das companhias mais importantes do Índice Bovespa divulgaram seus resultados.
Petrobras é o grande destaque positivo do dia, enquanto as empresas ligadas ao minério de ferro, como a Vale (VALE3), são penalizadas pela queda do preço do insumo.
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Petrobras tem alta no lucro com preço do petróleo
- Braskem reverte prejuízo
- Banco do Brasil tem alta no lucro e pagará JCP
Petrobras tem alta de 63,2% no lucro
Contrariando positivamente as estimativas do mercado, a Petrobras (PETR4) reportou lucro líquido recorrente de R$ 40,704 bilhões ante um prejuízo de R$ 13,732 bilhões registrados no mesmo trimestre do ano passado.
Com impacto do preço de petróleo Brent, a receita de vendas da petroleira totalizou R$ 110,710 bilhões entre abril e junho, uma alta 117,5% na comparação anual.
No mesmo sentido, o lucro operacional medido pelo Ebitda ajustado apresentou crescimento de 147,9% em um ano, chegando a R$ 61,938 bilhões. Assim como no caso da receita, parte do lucro a Petrobras atribuiu ao preço do Brent, outros fatores foram:
Após a divulgação do balanço, a estatal anunciou o pagamento de R$ 31,6 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio em duas parcelas.
“Essa distribuição extraordinária considera as perspectivas de resultado e geração de caixa da Petrobras para o ano de 2021, sendo compatível com a sustentabilidade financeira da companhia, sem comprometer a trajetória de redução de seu endividamento e sua liquidez, em linha com os princípios da Política de Remuneração aos Acionistas”, afirma a estatal em m fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Há alta de 10,15% nos papéis da companhia no Ibovespa.
Braskem reverte prejuízo
A Braskem (BRKM5) reportou um lucro de R$ 7,424 bilhões no trimestre, com a combinação de um forte desempenho comercial nas vendas de seus produtos químicos e o efeito da alta do real contra o dólar no período (USD -11,77%).
Há um ano, a petroquímica tinha registrado prejuízo de R$ 2,476 bilhões.
Em comparação com o trimestre anterior, a companhia quase triplicou a última linha do seu resultado, que foi de R$ 2,494 bilhões entre janeiro, fevereiro e março.
A receita líquida da companhia no trimestre foi de R$ 26,421 bilhões, 16% superior ao trimestre anterior e um salto de 136% no comparativo ano a ano. Já o resultado operacional recorrente foi de R$ 9,4 bilhões, 35% maior em relação ao primeiro trimestre de 2021 e 522% superior ao de um ano atrás.
Apesar do balanço, a petroquímica cai 0,28% no Ibovespa.
Banco do Brasil tem alta de 52% no lucro e pagará JCP
Seguindo nos balanços, o Banco do Brasil (BBAS3) também reportou um lucro líquido ajustado relativamente alto, com R$ 5 bilhões, um salto de 52,2% na comparação ano a ano.
Segundo o banco, esse resultado foi impulsionado pelo crescimento do crédito, pela redução das despesas de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, pelo desempenho positivo das receitas de prestação de serviços e da margem financeira bruta e pelo controle das despesas administrativas.
No trimestre, a receita de prestação de serviços da instituição financeira ficou em R$ 7,2 bilhões. O montante é 4,8% maior que o anotado no trimestre anterior. O banco atribuiu o resultado ao “desempenho de administração de fundos (+7,9%), operações de crédito e garantias (+24,4%), renda do mercado de capitais (+83,9%) e consórcios (11,1%), que compensaram a redução com receitas de conta corrente.”
Além disso, a companhia estatal também anunciou a distribuição de R$ 986.103.079,28 em juros sobre o capital próprio (JCP).
Após o resultado, há alta de 2% das ações do banco no Ibovespa.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h40, eram:
- Petrobras (PETR3): +10,15%
- Petrobras (PETR4): +8,45%
- Via Varejo (VVAR3): +3,84%
- PetroRio (PRIO3): +3,47%
- NotreDame Intermédica (GNDI3): +3,23%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3): -4,20%
- Vale (VALE3): -3,85%
- Bradespar (BRAP4): -3,82%
- Gerdau Metais (GOAU4): -2,94%
- Gerdau (GGBR4): -2,31%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,33%
- Londres (FTSE 100): -0,08%
- Frankfurt (DAX 30): +0,35%
- Paris (CAC 40): +0,56%
- Milão (FTSE/MIB): +0,55%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,84% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -0,31% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +0,52% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa fechou o pregão de quarta (4) em queda de 1,44% e fechou aos 121.801 pontos.