Após um dos piores dias do ano, o Ibovespa procura retomar a tendência de recuperação e sobe no pregão desta quarta-feira (29). O índice acionário brasileiro segue o cenário mais limpo no exterior, embora as preocupações com tapering nos Estados Unidos e desaceleração global continuem a fazer preço.
Por volta das 13h44, o Ibovespa subia 1,23%, aos 111.533 pontos. O índice ainda cai mais de 6% no acumulado deste ano. O dólar, por outro lado, cai 0,24%, para a casa de R$ 5,418.
Os investidores continuam a monitorar a situação da incorporadora chinesa Evergrande. A agência de classificação de risco Fitch reduziu para “C” (calote próximo) a nota de crédito em moeda internacional da empresa.
Segundo a agência, o corte reflete a probabilidade de que a incorporadora tenha deixado de pagar juros referentes a uma emissão de títulos de dívida denominada em dólares na semana passada.
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- IGP-M cai mais do que o esperado;
- Magazine Luiza fará emissão de debêntures;
- Braskem resolve problema e dispara.
IGP-M cai com derrocada do minério de ferro
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), indicador que costuma guiar a inflação dos aluguéis, caiu 0,64% em setembro, após ter subido 0,66% em agosto. As informações foram divulgadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na manhã desta quarta.
É a primeira deflação do IGP-M desde fevereiro do ano passado, e a menor taxa desde agosto de 2019. A queda foi maior do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de baixa de 0,43%, e ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas (-1,10% a 0,03%).
Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M desacelerou de 31,12% em agosto para 24,86% em setembro, abaixo do nível de 30% pela primeira vez desde fevereiro (28,94%). Em 2021, o índice soma alta de 16,0%.
“O minério de ferro continua influenciando o resultado do IGP-M. A queda de 21,74% registrada no preço da commodity foi a principal contribuição para o resultado do índice. Sem o minério de ferro, o IGP-M teria registrado alta de 2,37% em agosto e de 1,21% em setembro”, diz André Braz, Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE.
Magazine Luiza quer captar R$ 2 bilhões com debêntures
O Conselho do Magazine Luiza aprovou a emissão de R$ 2 bilhões em debêntures, de série única, com vencimento para outubro de 2026.
A emissão será restrita a investidores profissionais, seguindo a Instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Isso quer dizer que apenas um grupo restrito de 75 investidores, com mais de R$ 10 milhões em investimentos, poderão adquirir os papéis.
A oferta do Magalu será de 2 milhões de debêntures, cada uma no valor de R$1 mil, não conversíveis em ações MGLU3.
As ações do Magazine Luiza tem leve alta nesta tarde, negociadas a R$ 14,23.
Braskem corrige após queda e acordo sobre desabastecimento
A Braskem, por meio da sua subsidiária Braskem Idesa, firmou contrato com a estatal mexicana de petróleo Pemex, em que se compromete a aumentar a compra de etano da empresa, apoiando um projeto de construção de um terminal de importação do gás.
A informação, que foi divulgada na última terça-feira, também diz respeito à quitação de pendências contratuais anteriores com a Pemex.
A crise entre a Pemex e a Braskem se estende desde o ano passado, quando o presidente do México anunciou o cancelamento do contrato de fornecimento de etano firmado entre as empresas.
Em dezembro, o governo e a petroquímica brasileira entraram em uma briga de preços e pedidos de revisão dos contratos.
A Braskem informa que o aditivo ao contrato com a Pemex altera o compromisso de volume mínimo para 30.000 barris por dia até o início da operação do terminal de importação de etano, prevista para o segundo semestre de 2024, ou até a data limite de fevereiro de 2025 (com possibilidade de extensões).
As ações da Braskem lideram as altas do Ibovespa nesta terça, avançando mais de 7%. Ontem, os papéis caíram 3,03%.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 14h12:
- Braskem (BRKM5): +7,47%
- JBS (JBSS3): +6%
- Usiminas (USIM5): +5,34%
- Méliuz (CASH3): +4,82%
- PetroRio (PRIO3): +4,03%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Banco Inter (BIDI11): -1,18%
- Localiza (RENT3): -1,58%
- Pão de Açúcar (PCAR3): -1,64%
- Weg (WEGE3): -2,02%
- TOTVS (TOTS3): -2,14%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: +0,36%
- DAX 30 (Alemanha): +0,77%
- FTSE 100 (Inglaterra): +1,14%
- Euro Stoxx 50: +0,53%
- SSE Composite (Xangai): -1,83% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -2,12% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma queda de 3,05%, aos 110.123,85 pontos.