Ibovespa sobe 1,8% com exterior no azul e reuniões de política monetária; Méliuz (CASH3) dispara 11%
Após atingir o menor patamar no ano com o exterior em aversão a risco total, o Ibovespa procura recuperar parte do terreno perdido e tem bom avanço no pregão desta terça-feira (21). O índice acionário brasileiro também reage ao cenário político mais ameno e decisões de política monetária deste semana.
Por volta das 14h15, o Ibovespa subia 1,80%, aos 110.806 pontos. Agora, no acumulado do ano, o índice acumula perdas de 7%. O dólar, por outro lado, recua 1,39%, para R$ 5,297.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro participa da Assembleia-Geral da ONU, os agentes políticos se mexem para costurar uma solução para o tema dos precatórios.
Após uma reunião com líderes políticos e equipe econômica, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que apresentará ao Congresso uma “solução” para o pagamento de das dívidas, liberando cerca de R$ 50 bilhões do teto de gastos. “Não é calote, é uma prorrogação, e também não é o parcelamento.”
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- Reuniões de política monetária no radar;
- Minério de ferro fecha estável, mas abaixo dos US$ 100;
- Cosan compra participação adicional na Radar.
Fed e Copom dão início às reuniões deste mês
Aquecendo os motores para a “super quarta”, o Federal Reserve (Fed) e o Comitê de Política Monetária (Copom) deram início às suas reuniões nesta terça-feira.
Enquanto nos Estados Unidos, as atenções ficam em torno do tapering, ou seja, a redução de estímulos monetários, o que pode impactar a liquidez dos mercados, no Brasil o tema é o entendimento do BC sobre o andamento da economia e inflação.
Com as expectativas para a inflação deterioradas, ao passo que as projeções sobre o crescimento da economia têm sido reduzidas, o Copom se vê em uma encruzilhada. O objetivo deve ser não deixar o País cair na estagflação.
A previsão do Boletim Focus para a taxa básica de juros da economia (Selic) até o fim deste ano está em 8,25%. A próxima reunião do Copom acontecerá entre os dias 26 e 27 de outubro. O último encontro deste ano ocorrerá no dia 8 de dezembro.
O pregão de hoje é movimentado pelos BCs de ambos os países. As decisões serão divulgadas amanhã.
Minério de ferro segue pressionado, mas estanca perdas
Após um dia caótico para o mercado acionário internacional e de commodities, o minério de ferro encerrou o dia de forma estável no porto de Qingdao. A matéria-prima subiu 0,05%, negociada a US$ 93,03 nesta terça.
A liquidez no mercado está menor, em função do feriado nacional na China. Ontem, o minério de ferro e as Bolsas foram derrubados pela crise na Evergrande.
Com um grande player do setor imobiliário por um fio da falência, a expectativa pela demanda pela commodity naturalmente despencou.
Na véspera, o minério havia recuado para US$ 92,98 a tonelada, o menor preço em quase 15 meses. Somente neste mês, as perdas atingem quase 40%.
A preocupação fica em torno da Vale (VALE3), que cai quase 10% no ano.
“Embora a mineradora tenha reduzido substancialmente seu incremento de oferta para o ano que vem, a indefinição quanto aos desdobramentos regulatórios da empreitada ambiental chinesa rumo a zeragem da emissão até 2060 e da crise da Evergrande podem continuar pressionando não apenas a cotação do minério como as de Vale no médio prazo”, diz a Ativa Investimentos.
As ações da Vale sobem 0,41%, impedindo um melhor desempenho do Ibovespa hoje.
Cosan compra nova participação na gestora de propriedades agrícolas Radar
A Cosan (CSAN3) informou, através de fato relevante, que fechou a compra de aproximadamente 47% de participação da gestora de propriedades agrícolas Radar. O valor acordado foi R$ 1,479 bilhão.
Com o negócio, a Cosan passa a controlar mais de 50% do capital social da empresa. O contrato foi firmado com a Mansilla, veículo do fundo de investimento TIAA.
O movimento está alinhado à estratégia de alocação de capital da Cosan, segundo a empresa, reforçando o compromisso da companhia com o desenvolvimento do agronegócio brasileiro e com a criação de valor para seus stakeholders.
“Vemos a aquisição da Cosan como positiva, ao aumentar a sua presença na empresa do segmento de monitoramento de suas terras tambem e que poderá a ser usado em seu próprio benefício. A aquisição foi realizada a um custo relativamente atraente”, comentou a Guide Investimentos.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 14h35:
- Via (VIIA3): +11,15%
- Méliuz (CASH3): +11,06%
- Grupo Soma (SOMA3): +6,14%
- Lojas Americanas (LAME4): +6,08%
- Americanas (AMER3): +6,12%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- IRB Brasil (IRBR3): -1,03%
- CSN (CSNA3): -1,39%
- Usiminas (USIM5): -1,68%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -1,60%
- Gerdau (GGBR4): -2,09%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: +0,05%
- DAX 30 (Alemanha): +1,43%
- FTSE 100 (Inglaterra): +1,12%
- Euro Stoxx 50: +1,33%
- SSE Composite (Xangai): (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -2,17% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma baixa de 2,33%, aos 108.843,74 pontos.