O Ibovespa fechou em de 0,35%, aos 127.815,70 pontos.
O otimismo dos mercados internacionais estimulou a alta do Ibovespa nesta quarta-feira, 24, mas o índice acabou retraindo, seguindo as bolsas de Nova York. Mas no meio da tarde o mercado nos EUA mudou de direção – e o Ibovespa não conseguiu dar sequência a um segundo pregão seguido de valorização. Na terça-feira, subiu 1,31%, fechando aos 128.262,52 pontos.
O bom humor externo espelhou o corte no depósito compulsório bancário e de outras taxas na China. A medida deve injetar cerca de 1 trilhão de yuans, o que equivalente a US$ 141 bilhões, na economia, que tem mostrado alguns solavancos.
“Como tem sinais de uma China melhor, o Brasil se beneficia”, afirma Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, ponderando que a reação positiva dos ativos ainda não pode ser vista como tendência.
“As medidas ajudam no dia a dia, reflete no minério e nos mercados emergentes. O principal responsável é o fator China, mas ainda é preciso esperar, tem muita coisa para acontecer”, completa Ashikawa, no sentido de ver se de fato a economia chinesa reagirá, bem como os ativos seguirão avançando.
Como destaca a Guide Investimentos em nota, o estímulo chinês gerou um efeito cascata, elevando o valor de ativos variados, desde bolsas de valores até moedas de países emergentes e metais.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, 24, após queda dos estoques de petróleo nos EUA e anúncio de medidas de estímulo pelo banco central da China para combater a espiral negativa da economia, o que deu respaldo para perspectivas de melhora da demanda pela commodity.
Os estoques da commodity despencaram mais de 9 milhões de barris na semana passada nos Estados Unidos, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para março fechou em alta de 0,96% (ou US$ 0,72), a US$ 75,09 por barril. Já o Brent para abril negociado na Intercontinental Exchange (ICE) avançou 0,66% (ou US$ 0,52), a US$ 79,63 por barril.
A Petrobras foi na contramão e caiu: Petrobras ON (PETR3) recuou 1,06% a R$ 39,19 e Petrobras PN (PETR4) perdeu 0,76% a R$ 37,88.
A Vale (VALE3) avançou 1,01% a R$ 70,11, com o minério de ferro ampliando ganhos após notícias sobre estímulos na China.
A maior alta do Ibovespa é da Usiminas (USIM5), +3,36% a R$ 8,93. Outras empresas do setor, como a CSN (CSNA3) e a Gerdau (GGBR4), também têm alta: 2,93% e 2,31%. A CSN Mineração segue os ganhos da mineradoras e siderúrgicas e avança 2,89%.
O Pão de Açúcar (PCAR3) avança +1,66%, após concluir os desinvestimentos no Éxito. Na ponta negativa, destaque para IRB (IRBR3), -4,30% a R$ 40,04, em movimento de realização após o salto da véspera.
Varejistas como a Casas Bahia (BHIA3), Natura (NTCO3) e Petz (PETZ3) também caem: 4,5%, 4,1% e 3,3%, respectivamente. O Magazine Luiza (MGLU3) segue a toda, em queda de 1%.
Mercado em NY
As bolsas de Nova York abriram a sessão desta quarta-feira em, à espera de indicadores econômicos a serem divulgados amanhã.
Confira o desempenho do mercado em NY por volta das 15h50:
- Dow Jones: +0,05% a 37.925 pontos
- S&P500: +0,49% a 4.888 pontos
- Nasdaq: +0,88% a 15.562 pontos
No radar dos investidores do Ibovespa
Com agenda esvaziada no Brasil, os investidores devem seguir monitorando as dicussões sobre a reforma tributária, além de repercutirem a política industrial recém anunciada pelo governo.
Nos Estados Unidos, o mercado fica de olho na corrida eleitoral deste ano, após o ex-presidente Donald Trump ter vencido a disputa republicana de New Hampshire. Além disso, a temporada de balanços norte-americana segue, com destaque para a Netflix, que reportou ganho recorde de 13,1 milhões de assinantes.
Ainda no plano internacional, destaque para a China, que anunciou redução de 50-pontos base na taxa de compulsório bancário, em mais uma tentativa de impulsionar o crescimento da economia.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Cotação do dólar
A cotação do dólar hoje cai 0,52% a R$ 4,928.
No câmbio, a desvalorização externa dos juros dos Treasuries e da moeda americana frente à divisas rivais e várias emergentes ligadas à commodities reflete a abertura ao risco por parte dos investidores.
Também podem estar ajudando a recuperação do real brasileiro os comentários do vice-presidente Geraldo Alckmin de que o “governo não vai fazer aporte no BNDES, não vai colocar recurso a mais para o plano da indústria”. Essa dúvida, bem como a preocupação de analistas com um potencial impacto da nova política industrial no risco fiscal, estressou o dólar recentemente.
Bolsas asiáticas fecham mistas com estímulos na China
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira (24), com mercado de Hong Kong ampliando ganhos no fim do pregão, quando o banco central chinês (PBoC) anunciou uma redução da taxa de compulsório bancário.
Liderando os ganhos na Ásia, o Hang Seng saltou 3,56% em Hong Kong, a 15.899,87 pontos, ganhando força na etapa final da sessão, quando o PBoC anunciou um corte de 50 pontos-base no compulsório bancário, válido a partir de 5 de fevereiro.
Na China continental, onde os negócios já estavam encerrados quando veio o anúncio do PBoC, o Xangai Composto subiu 1,80%, a 2.820,77 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,25%, a 1.646,86 pontos, sustentados ainda por notícias de que Pequim planeja medidas para ajudar os mercados acionários locais, que sofreram fortes perdas recentes.
Em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei caiu 0,80% em Tóquio, a 32.226,48 pontos, pressionado por ações do setor imobiliário, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 0,36% em Seul, a 2.469,69 pontos, com quedas em papéis de transporte marítimo, siderurgia e defesa. O Taiex ficou praticamente estável em Taiwan, com alta marginal de 0,01%, a 17.875,83 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana teve ligeira alta, mas assegurou seu quarto pregão consecutivo de ganhos. O S&P/ASX 200 avançou 0,06% em Sydney, a 7.519,20 pontos.
PBoC anuncia corte de compulsório bancário
O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou nesta quarta-feira que irá reduzir o montante de depósitos que bancos locais precisam separar como reservas, em mais uma tentativa de impulsionar o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Em coletiva de imprensa, o presidente do PBoC, Pan Gongsheng, disse que a taxa de compulsório bancário será reduzida em 50 pontos-base a partir de 5 de fevereiro. O ajuste irá injetar cerca de 1 trilhão de yuans (US$ 141 bilhões) na economia, acrescentou ele.
O PBoC também decidiu cortar suas taxas de reempréstimo e de redesconto em 25 pontos-base, medida que entra em vigor nesta quinta-feira (25).
Pan afirmou ainda que o PBoC pretende em breve anunciar políticas sobre empréstimos para ajudar a indústria imobiliária, que há anos enfrenta sérias dificuldades.
Europa avança após dados de atividade
As bolsas europeias operam em alta na manhã desta quarta-feira, após o fraco desempenho de ontem, enquanto investidores avaliam dados de atividade econômica (PMIs) preliminares da região e digerem novas medidas de estímulo da China.
Confira o desempenho do mercado na Europa por volta das 08h:
Londres (FTSE100): +0,18% a 7.499 pontos
Frankfurt (DAX): +1,08% a 16.807 pontos
Paris (CAC 40): +0,63% a 7.434 pontos
Madrid (Ibex 35): +0,73% a 9.931 pontos
Europa (Stoxx 50): +1,45% a 4.530 pontos
O PMI composto da zona do euro subiu para 47,9 em janeiro, segundo levantamento inicial da S&P Global, graças a um desempenho bem melhor do que o esperado da indústria. Apenas na Alemanha, o PMI composto caiu a 47,1 neste mês, mas pressionado por serviços, uma vez que a manufatura também surpreendeu positivamente. Já no Reino Unido, os PMIs vieram todos acima das expectativas.
Na esteira dos PMIs, o euro e a libra se fortaleceram, ainda que a moeda única tenha sofrido um golpe temporário com os dados da Alemanha.
Entre as ações, a da easyJet se destacava com um salto de 3,8% em Londres, após a companhia aérea de baixo custo britânica divulgar balanço trimestral. A temporada de resultados corporativos dos EUA também segue no radar. Nesta manhã, a Netflix dispara no pré-mercado de Nova York, após agradar com sua atualização de número de usuários, em balanço publicado no fim da tarde de ontem.
Também sustenta o apetite por risco na Europa um anúncio de corte de compulsório bancário na China, que vem se mobilizando para impulsionar seu crescimento, após dados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre decepcionarem boa parte dos analistas.
Há expectativa ainda para a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), que será conhecida amanhã (25). A previsão é de que o BCE deixará seus juros inalterados pela terceira vez seguida.
*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo
Ibovespa na terça-feira
O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (23) em alta de 1,31%, aos 128.262,52 pontos.