Apesar do principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), Ibovespa, encerrar o mês de março com um desempenho positivo acumulado de 6%, algumas das principais empresas listadas no Ibovespa registraram desvalorização em suas ações.
O índice Ibovespa mede o andamento das ações mais líquidas. No total, fazem parte do principal índice da B3 73 ativos de 72 companhias. A metodologia do indicador é definida pela própria B3 através de uma carteira teórica de ações, cuja composição é modificada periodicamente.
Desse modo, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento, confira as cinco ações do Ibovespa que desvalorizaram no mês de março.
Veja as ações que mais caíram no mês passado:
- Pão de Açúcar (PCAR3): -51,42%
- B2W (BTOW3): -25,91%
- Magazine Luiza (MGLU3): – 16,29%
- Yduqs (YDUQ3): -11,04%
- Lojas Americanas (LAME4): -10,24%
1º Pão de Açúcar
Em primeiro lugar da lista de ações mais desvalorizadas se encontra o Pão de Açúcar. A desvalorização da empresa foi em razão da cisão entre o Grupo Pão de Açúcar e o a Assaí, que estreou no início de março suas ações na B3. Enquanto que o Assaí lidera as altas do Ibovespa no mês, o Pão de Açúcar lidera as baixas.
No último pregão de fevereiro, o papel do Pão de Açúcar fechou R$ 83,00, sendo R$ 68,30 a parcela do PCAR3 e os R$ 14,70 restantes para o Assaí, negociado com o ticker ASAI3. Já no primeiro dia de negócios, na abertura do mercado em março, o mercado reprecificou as áreas da empresa, invertendo rapidamente as cotações. Ao final do dia, o Assaí valia R$ 71,40, enquanto o Pão de Açúcar era cotado a R$ 23,33.
Com a precificação, o Pão de Açúcar mostrou uma queda de 51,4% no mês, cedendo dos R$ 68,30 para R$ 33,23 no fechamento de quarta-feira (31). Ao longo de março, o papel chegou a ganhar força com uma possível venda da Cnova.
2º B2W
Em segundo lugar das ações mais desvalorizadas está a B2W. O papel da varejista encerrou o último pregão de fevereiro negociado a R$ 82,00. Já no último dia de negociação de março o papel foi cotado a R$ 60,75. Com essa variação, os papéis da companhia apresentaram uma desvalorização de 25,91%.
O setor de e-commerce foi uma rotação natural dos investimentos para fora das ações que subiram fortemente pelas condições da pandemia, além de uma perspectiva de juros mais altos no curto prazo, o que afeta as vendas das varejistas.
Em março, a B2W ainda comunicou ao mercado que estuda uma possível fusão com a Lojas Americanas. É valido lembrar que a Lojas Americanas possui 57% de participação acionária na B2W.
3º Magazine Luiza
O Magazine Luiza ocupa o terceiro lugar de ação mais desvalorizada no mês. Os papéis da empresa foram negociados no último pregão de fevereiro R$ 24,18, por sua vez, em 31 de março ficaram cotados a R$ 20,24. Dessa forma, no terceiro mês do ano as ações da companhia desvalorizaram 16,29%.
As ações do Magazine Luiza despencaram após o anúncio do Carrefour de compra do Grupo BIG — antigo Walmart Brasil — por R$ 7,5 bilhões. O negócio, que está “sujeito a eventuais ajustes nos termos dos documentos da transação”, diz o Carrefour que pode criar um gigante do varejo com potencial faturamento de R$ 100 bilhões anuais.
Isso porque agora, com a compra do Grupo BIG, a competição será ainda mais acirrada para a líder do e-commerce brasileiro.
A Magalu também sofre com uma correção nos valores da sua ação após ter sido um dos destaques ao longo do último ano.
4º Yduqs
A Yduqs se encontra em quarto lugar de ativos mais desvalorizados do Ibovespa. Em 26 de fevereiro, as ações eram negociadas a R$ 30,17, por sua vez, no último pregão de março, os papéis estavam cotados a R$ 26,84. Com isso, as ações apresentaram uma desvalorização de 11,04%.
A empresa de educação apresentou prejuízo líquido de R$ 102,6 milhões no quarto trimestre de 2020, ante lucro líquido de R$ 58,1 milhões no mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, a empresa atingiu lucro de R$ 98 milhões, redução de 84,8% ante 2019.
5º Lojas Americanas
A Lojas Americanas está em quinto e último lugar do ranking de cinco ações mais desvalorizadas do Ibovespa em março. A varejista encerrou o último pregão de janeiro a R$ 33,86 e, na sexta-feira (26), estava a R$ 28,05. Dessa forma, a instituição financeira viu seus papéis despencarem 17,16%.
Lojas Americanas estuda uma possível fusão com a B2W. De acordo com a varejista, o conselho de administração de ambas empresas aprovou “que se estude uma potencial combinação operacional de seus negócios com o objetivo de maximizar a experiência do cliente em uma nova jornada de criação de valor do Universo Americanas”.
Investir em ações do Ibovespa
Antes de qualquer investimento em ações é importante ressaltar que quitar as dívidas deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research sempre salientam que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir no Ibovespa e nunca se endividar para investir ou investir endividado.