A última semana foi marcada por um forte otimismo no mercado de renda variável, com o Ibovespa registrando sua sexta semana consecutiva de alta. Isso significa que o principal índice da bolsa brasileira está perto de voltar aos níveis vistos antes da pandemia – falta pouco para apagar a perda de 0,45% acumulada no ano.
O Ibovespa fechou a semana em alta de 1,2%, a 115.128 pontos, maior patamar desde 19 de fevereiro.
A retomada tem sido motivada pelo maior fluxo de dinheiro estrangeiro para mercados emergentes, como o Brasil. Entre os principais fatores que animam os investidores estão as vacinas contra a Covid, a melhora nos preços das commodities e a visão de que os juros poderão voltar a subir em 2021.
Setorialmente, a alta da bolsa foi puxada por empresas ligadas às commodities e do setor bancário, que se beneficiam de uma melhor perspectiva sobre a recuperação global e doméstica.
Além do Ibovespa, dólar sentiu impacto
O movimento também impactou o dólar, que registrou a quarta semana de queda – maior sequência de baixas desde dezembro do ano passado. O dólar fechou a semana em baixa de 1,37% em relação ao real, em R$ 5,06.
Já bolsas globais devolveram parte dos ganhos vistos na semana anterior. Os três principais índices das bolsas estadunidenses caíram, após fecharem em máximas históricas na semana anterior. O Dow Jones caiu 0,57%, o S&P 500 caiu 0,96% e o Nasdaq teve queda de 0,69%, segundo dados do Market Watch.
A Europa e Ásia também encerraram em baixa, confira:
- Londres (FTSE 100): -0,05%
- Frankfurt (DAX 30): -1,39%
- Paris (CAC 40): -1,81%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,23%
- Xangai (SSE Composite): -2,83%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,37%
Na Europa, os mercados foram pressionados por incertezas relacionadas ao acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia. Outra pedra no sapato do mercado é o plano de estímulos à economia de US$ 900 bilhões, que esbarra na liderança republicana no Senado, defensora de um valor de US$ 500 bilhões. O prazo foi prorrogado até a sexta (18) da próxima semana.
Resumo da semana: Vacina, volume de serviços e Copom
Além da alta do Ibovespa, a semana foi marcada pelo noticiário sobre vacinas. O grande destaque ficou com o Reino Unido, que iniciou na quarta-feira (9) a vacinação em massa de sua população, tornando-se o primeiro país a imunizar seus habitantes.
Entre os indicadores no Brasil, chamou atenção o volume de serviços prestados, que subiu 1,7% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quinto resultado positivo consecutivo, acumulando alta de 15,8% no período.
Na comparação com o mesmo mês de 2019, a queda foi de 7,4%, registrando a oitava taxa negativa seguida nessa comparação.
Além disso, a agência de classificação de risco S&P reiterou o rating do Brasil, mas fez alertas ao país. Segundo a instituição, o Brasil pode ter avaliações mais baixas se o compromisso com o equilíbrio fiscal diminuir.
No front político, as atenções seguiram voltadas para o relatório da PEC Emergencial. O parecer sobre a proposta de emenda será protocolado somente em 2021.
Outro destaque da semana foi a reunião do Copom, que manteve a taxa Selic a 2%, mas sinalizou que a instituição fechou as portas para
Por enquanto, os juros no nível mais baixo da história ajudam a levar um número maiores de investidores para a bolsa, impulsionando o Ibovespa.