A ação do Banco Inter (BIDI11) liderou as maiores baixas do Ibovespa nesta quarta-feira (25), ao registrar queda de 4,42%, para R$ 64,19. O que motivou o recuo nos papéis do banco, que já tinha apresentado baixas na semana passada?
Primeiro, é preciso olhar para o cenário que afetou o pregão de hoje. A agenda de indicadores movimentou a curva de juros e mexeu com a ação do Banco Inter. Pela manhã, as taxas curtas foram puxadas pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de agosto a 0,89%, acima do consenso de 0,74%, e com leitura negativa dos preços de abertura.
A curva curta ainda foi impactada pela informação apurada pelo Broadcast de que medidas de racionamento estudadas pelo governo podem elevar a bandeira vermelha para até R$ 20 a cada 100 kWh.
Ao longo do dia, no entanto, a pressão perdeu força, sob a percepção de que a inflação a ser afetada é a de 2021, dada como batalha perdida no mercado.
No fim da sessão, as taxas curtas estavam em leve alta e as de prazo médio e intermediário em queda firme, refletindo a perspectiva de aperto na taxa Selic nos próximos meses, conjugada à melhora na percepção para as contas públicas trazida pelos números fortes da arrecadação de julho, mesmo diante do risco de racionamento de energia que ronda o País.
Mesmo assim, a cotação do Banco Inter hoje foi a que registrou uma das maiores desvalorizações entre principais bancos listados na Bolsa de Valores de São Paulo (B3):
- BTG Pactual (BPAC11): +0,49% / R$ 28,80
- Santander Brasil (SANB11): +0,39% / R$ 41,56
- Itaú Unibanco (ITUB4): +0,13% / R$ 30,99
- Bradesco (BBDC4): +0,17% / R$ 23,42
- Banco do Brasil (BBAS3): -0,33% / R$ 30,50
Ação do Inter amarga perdas após balanço do 2T21
A unit do Banco Inter entrou em um espiral de quedas depois do banco digital reportar um lucro líquido no segundo trimestre de 2021 sete vezes superior ao apurado no mesmo período do ano passado, métrica abaixo da expectativa do mercado.
A empresa foi impactada por “despesas de cashback e de processamento de dados, além de maiores provisões para créditos de liquidação duvidosa”, avaliou a equipe de research do BTG.
Apesar disso, o banco entendeu que a companhia está “no caminho certo”. “No geral, foi um primeiro semestre forte em termos de crescimento para o Inter. O maior apetite para aumentar a carteira de empréstimos, a parceria com a Stone e o recente follow-on aumentam nossa confiança na tese de investimento,” disse em relatório.
A ação do Inter ensaiou uma recuperação no final da semana passada, mas retornou ao patamar do último dia 16 após as perdas de hoje.
(Com Estadão Conteúdo)