Ibovespa abre em alta de 2% com minério de ferro; Usiminas (USIM5) sobe 10%
O Ibovespa abre em alta de 1,90% no pregão desta quarta-feira (22), ficando em 112.343 pontos. O índice retoma o patamar de 110 mil pontos com a recuperação da cotação do minério de ferro, que volta ao nível de US$ 100 e puxa as companhias do setor – como a Usiminas (USIM5), que sobe quase 10% no índice.
O Ibovespa hoje também lida com um arrefecimento da crise provocada pela Evergrande, gigante chinesa que soma mais de US$ 300 bilhões em dívidas.
Havia preocupação com um colapso financeiro, contudo, anúncios recentes da companhia e do governo chinês demonstram uma diminuição da tensão no caso.
“Como destaque, a bolsa Chinesa abriu pela primeira vez na semana, reagindo à situação da Evergrande na volta de feriado. Após acumular quedas de quase 2,0%, o CSI 300 reverteu grande parte das perdas na medida que o gigante conglomerado imobiliário anunciou o pagamento de cupons de uma dívida com vencimento em 2025 nesta quinta-feira, ajudado também pela injeção generosa de 120 bilhões de yuans realizada pelo PBoC (BC chinês) de modo a aliviar tensões no mercado financeiro local”, analisa a Guide Investimentos.
Nesse contexto, as bolsas mundiais sinalizam recuperação, com os índices subindo acima de 0,5% no premarket americano e cerca de 1% na Europa.
A grande expectativa do dia, contudo, fica com as decisões monetárias. Diversos bancos centrais mudam suas taxas de juros nesta semana, porém a quarta (22) dá enfoque aos EUA e ao Brasil.
Às 15h, com o pregão aberto, será divulgada a decisão do Federal Reserve (Fed) acerca dos juros americanos, seguida das projeções econômicas, a taxa-alvo de fundos e uma coletiva de imprensa.
Às 18h, com pregão fechado, o Copom, do Banco Central do Brasil, divulga a nova Selic. As projeções do mercado visam 6,25% ao ano, representando uma alta de um ponto percentual.
“Acreditamos que o Copom não enxergará condições para reduzir o ritmo de aumento da taxa Selic e deve voltar a elevar a taxa básica de juros em 1,0 p.p., como sinalizado na reunião anterior e, a nosso ver, reforçado em comunicação recente, que indicou que o plano de voo do Copom não deve ser alterado em reação a cada nova divulgação de dados de alta frequência”, diz o Itaú Unibanco sobre a aguardada reunião.
Contudo, vale frisar que da última vez a decisão da Selic surpreendeu os analistas, e agora há quem aposte em uma alta acima de um ponto.
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- IRB tem prejuízo de R$ 97 milhões em julho
- BTG Pactual faz afaz acordo com a CVM
- Vale muda executivos e dispara com minério
IRB tem prejuízo em julho
O IRB Brasil (IRBR3) teve um prejuízo de R$ 97,6 milhões em julho deste ano. A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (22), em documento enviado à Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Segundo a companhia, o resultado incrementa o resultado negativo em R$ 253,7 milhões no acumulado do ano, diminuição de 62,6% nas perdas na comparação anual.
Entre janeiro e julho do ano passado, o ressegurador teve um prejuízo de R$ 678,8 milhões. Desconsiderando os efeitos do run-off nos sete primeiros meses deste ano, a perda é de R$ 13,3 milhões, “o que confirma a trajetória positiva das medidas adotadas neste período”, diz a companhia.
Em julho, a empresa teve uma queda de 24,5% no prêmio emitido, na relação com o mesmo mês de 2020, atingindo R$ 933,7 milhões no Brasil e R$ 233,6 milhões no exterior.
No Ibovespa hoje, as ações do IRB sobem 0,21%, seguindo a tendência do índice.
CVM e BTG fecham acordo
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou a proposta de acordo apresentada pelo BTG Pactual (BPAC11) para encerrar um processo administrativo sancionador sobre divulgação de negociações relevantes. O banco se comprometeu a pagar R$ 660 mil para a autarquia.
O processo foi instaurado após a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM ter identificado o aumento da participação do BTG Pactual nos BDRs (Brazilian Depositary Receipts, recibos de ações) da PPLA Participations, um veículo de investimentos proprietários do BTG criado em Bermudas em 2010.
Os formulários de referência da PPLA mostram que a participação da holding cresceu de 12% para 29,7% em maio de 2018. Em julho, chegou a 35,2%. Segundo a CVM, o BTG não divulgou, via o sistema empresas.net, quando a participação em BDRs da PPLA cruzou os limiares de 15%, 20%, 25% e 30%, infringindo as regras de divulgação da autarquia.
Duas propostas anteriores de acordo foram recusadas pela CVM. Em uma primeira tentativa, o colegiado da CVM rejeitou, em outubro de 2019, por unanimidade, a proposta de termo de compromisso. Houve, então, uma segunda proposta, também recusada.
Na Bolsa de Valores hoje a companhia vê seus papéis em alta de 1,33%.
Vale tem dança das cadeiras e escala com minério
A Vale informou que o então CFO da AES (AESB3), Gustavo Pimenta, irá assumir a vice-presidência executiva de Finanças e Relações com Investidores da companhia, com a mudança de Luciano Siani para o cargo de vice-presidente executivo de Estratégia e Transformação de Negócios.
Apesar da mudança, o maior driver de resultados da companhia é a cotação do minério de ferro, que sobe 6,3% nos contratos futuros de Dalian. Ainda nesta semana a commodity despencou 8,8% em um só dia, puxando as companhias vinculadas ao ferro para baixo.
Assim, o minério volta ao patamar de US$ 100, cotado a US$ 117. O movimento também drenou o índice, cuja participação da Vale é de 14% – figurando como a companhia mais significativa do Ibovespa.
Agora, as mineradoras e siderúrgicas voltam em peso e encabeçam as altas.
As ações da Vale sobem 6,5% no Ibovespa nesta quarta e ficam dentre as maiores altas.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h20 são:
- Usiminas (USIM5): +9,6%
- Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3): 7%
- Gerdau (GGBR4): 7%
- Gerdau Metais (GOAU4): 6,8%
- Bradespar (BRAP4): +6,8%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- NotreDame Intermédica (GNDI3): -2,6%
- Via (VIIA3): -2,5%
- Hapvida (HAPV3) -2,1%
- Rede D’Or (RDOR3): -1,8%
- Assaí (ASAI3): -1,4%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,45%
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,53%
- Frankfurt (DAX 30): +0,73%
- Londres (FTSE 100): +1,31%
- Paris (CAC 40): +1,15%
- Milão (FTSE/MIB): +0,89%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,67% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,40% (fechada)
- Hong Kong (Hang Seng): +0,51% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
No fechamento do pregão de terça (21), o Ibovespa apresentou alta de 1,29%, aos 110.249 pontos.