Dando sequência a uma semana de baixas consecutivas, o Ibovespa abre o pregão desta quarta (18) em queda de 0,60% a 117.195 pontos, com a Cielo (CIEL3) destoando após notícias de um possível fechamento de capital.
O Ibovespa hoje segue com a influência do cenário internacional, que reage à tensão do Talibã com três dias consecutivos de perdas, e também lida com um cenário de retração na China. O panorama, segundo Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, é de uma “crise internacional com uma ‘reprecificação’ na bolsa brasileira”.
“Os mercados seguem com tendência de baixa, com o controle da pandemia da China. Mas o que tem de peso é a desaceleração, dado que eles estão em um processo mais avançado da retomada econômica pós covid. Na Europa saiu inflação, ainda dentro das expectativas”, relata.
O IPC em questão, que representa todo o continente europeu, foi de 0,1% de queda no mensal, conforme previsto pelo mercado, e deixando uma alta de 2,2% no anualizado.
As licenças de construção nos Estados Unidos vieram acima do esperado, em 1,63 milhão, ao passo que a Construção de Novas Casas caiu 7%, abaixo do que era esperado.
O cenário mantém as bolsas americanas em leve queda no premarket, com a retração de 0,24% do Dow Jones sendo a maior.
No Brasil, apesar de não constarem na agenda indicadores ao longo do dia, ainda há expectativa sobre a reforma tributária. A pauta da reforma do imposto de renda foi adiada mais uma vez pela Câmara dos Deputados, e agora o texto deve ser apreciado somente na semana que vem.
O texto mexeu com o mercado nos últimos meses, e inclui a cobrança do tributo sobre lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a acionistas, diminuição do Imposto de Renda das empresas e cancelamento de alguns benefícios fiscais.
“Vamos conseguir taxar dividendos, coisa que o Brasil nunca conseguiu. Nós estamos taxando fundos fechados, nós estamos fazendo um alinhamento de taxação de imóveis”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Cielo pode fechar capital
- JHSF terá novo programa de recompra de ações
- Magalu mira lojistas virtuais em nova iniciativa
Cielo avalia fechamento de capital
O Bradesco (BBDC4) (que tem 30% do negócio) e o Banco do Brasil (BBAS3) (com 28,6%) avaliam a possibilidade de fechar o capital de sua controlada Cielo (CIEL3), apesar de recentemente a companhia negar o processo.
A informação, dada ao Pipeline, é de que os conselheiros dos bancos analisam alternativas para o futuro da Cielo e, alguns membros do conselho apoiam que a companhia deixe a Bolsa de Valores com a questão societária já resolvida, ao passo que outros defendem que a empresa de maquininhas feche seu capital primeiro.
De acordo com o site, os dois bancos arcariam com a Oferta Pública de Aquisição (OPA). As fontes ainda apontaram que os consultores já estipularam um preço máximo por ação para a operação.
Após a notícia, a Cielo sobe 1,4% no Ibovespa hoje.
JHSF fará recompra de ações
Apó o pregão de terça (17), a JHSF (JHSF3) informou que cancelou o saldo das ações mantidas em tesouraria (de 2,800 milhões de ações ordinárias) e anunciou novo programa de recompra de ações de sua própria emissão.
Porém, a companhia cita que não houve redução do valor do capital social. Contudo, em função do cancelamento, o capital social da companhia passa a ser dividido em 686,224 milhões de ações ordinárias.
Este novo programa de recompra de ações de emissão da própria JHSF tem limite de 28 milhões de ações, que representam aproximadamente 9,15% do total de ações da companhia em circulação no mercado, com vigência até 17 de fevereiro de 2023.
Assim, o mercado digere o a notícia da companhia com 1,23% de alta na cotação do Ibovespa hoje.
Magazine Luiza terá novo programa para lojistas
A Magazine Luiza (MGLU3) terá novos programas de serviços para aumentar o relacionamento com lojistas virtuais na plataforma da companhia, que incluem lançamentos de maquininhas a incentivos para os empreendedores que venderem mais.
A estratégia da companhia é visa um aumento no número de sellers e seus níveis de serviços junto com uma alta de vendas e receita para a sua plataforma, que funciona como marketplace.
A primeira novidade foi o lançamento de três maquininhas para comerciantes e uma conta para pessoas jurídicas. A companhia disse que dará também descontos progressivos em taxas, direcionados a lojistas de suas plataformas que atinjam determinados patamares de crescimento.
O movimento vem em um contexto de acirramento de competitividade no varejo, especialmente em vendas digitais.
O anúncio, que foi feito na terça (17), foi feito um dia depois de o gigante o chinês AliExpress abrir sua plataforma para lojistas brasileiros com taxas de 5% e 8% (bem menores do que as praticadas nos marketplaces já presentes no País) e de a Via (VIIA3) reduzir suas taxas para lojistas menores.
Com a notícia, a Magalu cai 2,02%, no Índice Ibovespa.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h15 são:
- Cielo (CIEL3): +1,40%
- Braskem (BRKM5): +1,30%
- JHSF (JHSF3): +1,23%
- BB Seguridade (BBSE3): +0,51%
- Minerva (BEEF3): +0,50%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- Usiminas (USIM5): -2,79%
- Bradespar (BRAP4): -2,63%
- Vale (VALE3): -2,43%
- Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3): -2,16%
- Cia Hering (HGTX3): -2,06%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,17%
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: -0,24%
- Londres (FTSE 100): -0,34%
- Frankfurt (DAX 30): -0,01%
- Paris (CAC 40): -0,77%
- Milão (FTSE/MIB): +0,36%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,66% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -2,00% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -0,36% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa fechou o pregão de terça (17) em queda de 1,07%, aos 117.904 pontos.