Após uma das maiores altas do intradia dos últimos meses, o Ibovespa apresenta queda de 0,73% aos 119.329 pontos na abertura de mercado desta quarta-feira (25), com varejo rumando na direção contrária e novos dados da inflação que demonstram pessimismo.
O Ibovespa hoje digere o indicador mais recentemente divulgado, antes nesta manhã: o IPCA-15. Acima do esperado, o dado é considerado uma prévia da inflação, e teve 0,89% de alta em agosto, sendo que a expectativa do mercado era de 0,82%.
Nas últimas semanas, a tensão inflacionária tem sido um dos grandes drivers da bolsa, com expectativas sobre os próximos passos das autoridades monetárias.
“Bens vieram acima do esperado, principalmente por conta de vestuários. Os serviços estiveram marginalmente em linha com o esperado, uma vez que apesar do avanço de despesas pessoais houve o recuo além do esperado de serviços de habitação”, analisa o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
“Apenas com os itens que se repetem nossa projeção para o IPCA fechado de agosto permaneceu estável em 0,62%. O ano, ainda em 7,0% tem um potencial de ser revisto para cima por conta principalmente da noticia de novo reajuste de bandeira tarifárias que circulou ontem a noite”, segue.
Além disso, a bolsa de valores hoje lida com o dado de que, no balanço de julho, o investimento estrangeiro direto foi maior do que o esperado, de US$ 6,10 bilhões, ante expectativa de US$ 4,45 bilhões.
Os indicadores internacionais ficam na expectativa do PIB americano e do Jackson Hole, ambos previstos para a quinta (26).
Vale frisar que o mercado americano viu um novo recorde histórico nas bolsas durante a terça (24), com notícias sobre a vacinação – já que a Pfizer ganhou aprovação definitiva das autoridades de saúde dos EUA.
Na Europa, os mercados apresentam resultados mistos após um início de semana com alta do minério de ferro e, agora, novos dados da Alemanha, com Avaliação da Situação Atual em 101,4 pontos e Expectativas de Negócios em 97,5.
No solo brasileiro, os investidores seguem com expectativas sobre a crise institucional que se agrava e com o andamento das reformas no congresso.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse ainda na terça (24) no evento da XP, o Expert XP, que deve manter precatórios dentro do teto e respeitar a responsabilidade fiscal, frases que agradaram o mercado, em grande parte.
Além disso, o parlamentar também, recentemente, revelou que a reforma do Imposto de Renda será postergada novamente, sem ter votação nesta semana.
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Petrobras recebe US$ 2,9 bilhões em acordo
- Banco do Brasil anuncia reforço para financiar o agro
- Renner lidera puxa altas após influência dos juros no varejo
Petrobras recebe bilhões
A Petrobras (PETR4) anunciou, na terça-feira (24) o recebimento de US$ 2,9 bilhões à vista, montante referente ao pagamento das obrigações da CNODC Brasil Petróleo e Gás e da CNOOC Petroleum Brasil no Acordo de Coparticipação de Búzios, vigente a partir de setembro.
Deste modo, a estatal emitirá o certificado de adimplência para a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para atender a última condição precedente exigida pelo acordo de Búzios.
A partir da vigência do acordo em questão, a CNODC e a CNOOC terão o prazo de 30 dias corridos para manifestarem interesse no exercício da opção de compra de parcela adicional, de 5% cada uma, no Contrato de Partilha de Produção do Excedente da Cessão Onerosa.
No momento atual, a Petrobras possui 90% dos direitos de exploração e produção do volume excedente da Cessão Onerosa do campo de Búzios. A CNODC e a CNOOC possuem os 10% restantes, sendo 5% para cada uma.
As ações da Petrobras caem 0,69% na cotação do Ibovespa, seguindo a tendência de baixa da bolsa.
Banco do brasil e o agro
Também na terça (24), o Banco do Brasil (BBAS3) anunciou que fará reforço de R$ 10,5 bilhões em recursos adicionais para financiamentos no agronegócio.
Deste montante, são R$ 2 bilhões destinados a produtores que tiveram perdas decorrentes de geadas.
O valor restante, de R$ 8,5 bilhões, deve ser destinado pelo banco à ampliação da tecnologia, sustentabilidade e infraestrutura no campo, por meio do lançamento do Programa BB Investimentos Agro. A informação foi dada pelo presidente do banco, Fausto Ribeiro, durante evento.
“Não faltarão recursos para atendimento das demandas dos produtores rurais”, disse o executivo.
Com a notícias, as ações do Banco do Brasil caem 0,05% no Ibovespa hoje, em relativa estabilidade.
Renner puxa altas do varejo
Dentre as principais altas nos primeiros minutos do mercado, praticamente todas eram do varejo, com as Lojas Renner (LREN3) encabeçando o movimento, subindo 1,7%. Os demais papéis do setor também seguiam na mesma direção da companhia – e na oposta do Índice Bovespa.
Na abertura as altas das principais concorrentes eram de:
- Magazine Luiza (MGLU3): +0,68%
- Via (VIIA3): +0,97%
- Americanas S.A. (AMER3): +0,88%
Isso, pois os papéis viraram para queda seguindo a tendência da bolsa.
O movimento de alta do varejo, contudo, já demonstrou sinais nos dois primeiros dias da semana, refletindo uma queda na curva dos juros futuros – o que beneficia o setor, em conjunto com construtoras, como a Eztec (EZTC3), que ficou entre as maiores altas do pregão de ontem.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h30 são:
- Lojas Renner (LREN3): +1,70%
- BR Distribuidora (BRDT3): +1,52%
- Braskem (BRKM5): +1,01%
- IRB Brasil (IRBR3): +0,99%
- Assaí (ASAI3): +0,40%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- Yduqs (YDUQ3): -2,72%
- WEG (WEGE3): -1,66%
- JBS (JBSS3): -1,77%
- Multiplan (MULT3): -1,64%
- Cosan (CSAN3): -0,76%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,04%
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,02%
- Londres (FTSE 100): +0,31%
- Frankfurt (DAX 30): -0,18%
- Paris (CAC 40): +0,13%
- Milão (FTSE/MIB): -0,01%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,13% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,74% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -0,03% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa fechou o pregão de segunda (23) caindo 0,49%, a 117.472 pontos.
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