Ibovespa abre em alta; Ultrapar (UGPA3) dispara 9% com plano de sucessão
O Ibovespa abre em alta de 0,5% no pregão desta quinta-feira (22), ficando em 112.950 pontos. O índice digere a decisão do Copom da tarde de ontem, que aumentou a Selic em um ponto, e conta com uma alta de quase 10% na Ultrapar (UGPA3), que anunciou um novo plano de sucessão.
O Ibovespa hoje, assim como os mercados internacionais, esboça uma menor preocupação com a crise provocada pela Evergrande, gigante chinesa que soma mais de US$ 300 bilhões em dívidas.
A companhia teve alta de mais de 17% na bolsa de Hong Kong, e fez anúncios e acordos recentes, fazendo o mercado crer que não trata-se de uma bolha imobiliária.
Além disso, o mercado deve lidar com a decisão do fim da tarde de ontem, em que o Copom do Banco Central elevou a taxa Selic para 6,25% ao ano, em aumento de um ponto percentual – mudança em linha com as expectativas do mercado.
A quarta (22) também teve decisões relevantes lá fora, com novidades do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Japão, que manteve estável sua política monetária.
“Na reunião do Fomc, Jerome Powell, não alterou a taxa de juros e deixou em aberto o início da redução da recompra de US$ 120 bilhões mensais de títulos. Irão aguardar mais indicadores para testar um eventual início em novembro deste ano. Ontem teve também
decisão do Banco Central da Turquia, que baixou sua taxa básica de juros de 19% para 18%. No Reino Unido o Banco Central manteve sua taxa de juros em 0,10%”, cita Pedro Galdi, analista CNPI da Mirae Asset.
O destaque desta quinta (23) deve ficar com os PMIs da Europa, além da divulgação já feita dos Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego nos EUA, que vieram pior do que o esperado, mas não derrubam os mercados.
No campo das commodities, o minério de ferro opera em leve alta em Dalian, mantendo o patamar de US$ 120 e sinalizando recuperação em relação às quedas recentes. O petróleo, da mesma forma, segue em estabilidade, caindo 0,08% – considerando a cotação do Brent, referência para a Petrobras (PETR4).
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Minerva quer captar R$ 400 milhões
- Ultrapar anuncia plano de sucessão
- NotreDame terá blocktrade
Debêntures da Minerva
O conselho de administração da Minerva (BEEF3) aprovou uma emissão de R$ 400 milhões em debêntures de série única e com vencimento para 60 meses – contudo, os títulos de dívida ficam restritos aos investidores que possuem acima de R$ 10 milhões investidos, seguindo a normativa 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A oferta será de 400 mil debêntures, cada uma no valor de R$1 mil.
“As debêntures terão forma nominativa, escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, e não serão conversíveis em ações de emissão da companhia”, diz ata do conselho.
O capital levantado com a emissão das debêntures serão destinados ao pagamento de uma emissão anterior da Minerva, segundo o documento. O objetivo da companhia é alongar o perfil de endividamento da empresa.
No Ibovespa hoje, as ações da Minerva sobem 1,15%, seguindo a tendência do índice.
Ultrapar organiza a casa para 2023
A Ultrapar (UGPA3) anunciou um plano extenso de sucessão do seu conselho de administração. Em fato relevante na CVM, a companhia informou que o atual presidente do colegiado, Pedro Wongtschowski, cujo mandato se encerrará em abril de 2023, será substituído por Marcos Marinho Lutz, atual conselheiro da companhia.
Neste processo de preparação, foi definido que, entre janeiro de 2022 e abril de 2023, Marcos Lutz assumirá a posição de diretor presidente da Ultrapar, para se aprofundar nos diversos negócios do Grupo Ultra.
Lutz, que iniciou sua carreira no grupo em 1994 como trainee e permaneceu até 2003, tendo chegado à posição de presidente da Ultracargo, possui experiência em posições de liderança em negócios de energia e infraestrutura, tendo sido CEO da Cosan S.A. de 2009 a 2020.
O conselho definiu, também, a eleição de Frederico Fleury Pinheiro Curado, atual diretor presidente, para a vice-presidência do conselho de administração da Ultrapar, posição que assumirá em janeiro de 2022, “encerrando um ciclo de redirecionamento estratégico, revisão de portfólio e renovação das lideranças do Grupo Ultra iniciado em 2017”.
Frederico Curado sucederá a Lúcio de Castro Andrade Filho, que se aposentará ao final de 2021, após 45 anos.
Na Bolsa de Valores hoje a companhia vê seus papéis tendo a maior alta do Ibovespa em 8,2%.
NotreDame terá vendas em peso
A Bain Capital deve realizar nesta quinta (23) um block trade (quando se coloca um número significativo de ativos para negociação) para vender de um terço a metade da sua participação restante na NotreDame Intermédica (GNDI3). A informação foi dada pelo Brazil Journal.
O grupo de private equity detém uma fatia de 11,19% da NotreDame , o equivalente a cerca de 68,8 milhões de ações. Fontes disseram ao site que, caso a demanda seja robusta, a Bain Capital zerará a posição na operadora de saúde.
Assim, o minério volta ao patamar de US$ 100, cotado a US$ 117. O movimento também drenou o índice, cuja participação da Vale é de 14% – figurando como a companhia mais significativa do Ibovespa.
O movimento do papel aconteceu após bancos interessados na coordenação da oferta da Bain Capital sondarem o interesse de investidores, segundo o Brazil Journal. JPMorgan (JPMC34) e Morgan Stanley (MSBR34) disputavam o mandato da operação esta tarde.
As ações da NotreDame lideraram as baixas do Ibovespa na quarta (22), caindo 3,88%. No pregão desta quinta (23) as ações da companhia caem 1,48%.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h20 são:
- Ultrapar (UGPA3): +8,2%
- Embraer (EMBR3): +7,3%
- CVC (CVCB3): +4,2%
- Gol (GOLL4): +2,4%
- Banco Inter (BIDI11): +2%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- MRV (MRVE3): -1,8%
- Cyrela (CYRE3): -1,7%
- Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3): -1,6%
- NotreDame (GNDI3): -1,5%
- Bradespar (BRAP4) -1,4%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,43%
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,6%
- Frankfurt (DAX 30): +0,63%
- Londres (FTSE 100): +0,06%
- Paris (CAC 40): +0,81%
- Milão (FTSE/MIB): +0,98%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,67% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,38% (fechada)
- Hong Kong (Hang Seng): +1,19% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
No fechamento do pregão de quarta (22), o Ibovespa apresentou alta de 1,84%, aos 112.282 pontos.