Ibovespa supera faixa de 135 mil pontos, à esper indicadores e balanços
O Ibovespa opera acima dos 135 mil pontos no começo da tarde desta segunda-feira (28), após leve queda na abertura, de 0,02%, na mínima intradia dos 134.711,10 pontos. Às 11h48, o Ibovespa subia 0,65%, aos 135.620,20 pontos.

Investidores ajustam posições antes do desenrolar de uma agenda semanal forte de indicadores e de olho no noticiário sobre a política tarifária americana, a poucos dias das decisões sobre juros no Brasil e nos EUA. Na seara de índices, o foco fica no mercado de trabalho norte-americano e brasileiro.
Para Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, o movimento é mais uma continuidade do desempenho visto desde a semana passada em que o Ibovespa teve uma forte recuperação influenciada na rotação de ativos globais, diante das incertezas externas. Isso, diz, propicia entrada de fluxo de capital estrangeiro para Brasil e países emergentes.
“Aqui também tem a percepção de que o fim do ciclo de alta da Selic está próximo. Ajuda algumas ações cíclicas que estavam bastante descontadas”, afirma Bruna.
O movimento, no entanto, pode ser de volatilidade. “A semana tem algumas divulgações importantes, tem o feriado de 1º de maio que pode diminuir a liquidez”, pontua Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
“O vetor principal continua sendo a incerteza em relação à disputa comercial. Temos de ver qual será a direção dos dados que sairão, principalmente com relação à atividade nos Estados Unidos, em que saem o PIB e o PCE trimestral”, completa o analista, citando o índice de inflação preferido pelos dirigentes do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano.
Ibovespa: mercado de olho em dados e balanços
Os dados que serão divulgados nesta semana serão acompanhados com afinco pelos investidores, pois sairão a poucos dias das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, com reuniões marcadas para 6 e 7 de maio em ambos os países. Além de dados importantes sobre o mercado de trabalho — Caged no Brasil e payroll nos EUA —, a safra de balanços começa no Brasil. O Santander dá a largada no setor financeiro na quarta-feira (30).
Também nesta segunda-feira o mercado monitora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que disse pela manhã que o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda está bastante incomodado com as expectativas de inflação, que estão bastante desancoradas. Galípolo participou do J. Safra Macro Day 2025, em São Paulo.
No mesmo evento, Haddad disse que o ajuste fiscal não pode depender de uma pessoa ou de um governo, precisa ser uma agenda do País, e defendeu que o Brasil tem condições de fazer a lição de casa sem prejudicar possibilidades de crescimento futuro.
O boletim Focus divulgado pelo BC trouxe alívio na projeção mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 5,57% para 5,55% — valor ainda acima do teto da meta de 4,50%. A estimativa para a Selic em 2025, por sua vez, prosseguiu em 15,00% ao ano.
Conforme Pizzani, da CM Capital, o BC deve manter no comunicado do Copom da semana que vem o tom de cautela que tem adotado nas demais comunicações a fim de evitar que ocorra descasamento nas expectativas nas projeções do mercado e do Banco Central. “Tem mantido uma linha dura no sentido de compromisso com o seu objetivo de convergência da inflação à meta”, avalia.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou com alta de 0,12%, aos 134.739,28 pontos. Na semana passada, o índice acumulou valorização de 3,93%, a maior elevação semanal em um ano e meio.
Com Estadão Conteúdo