Ibovespa tem oscilação leve na volta do feriado, de olho em guerra comercial
Depois de cair na primeira hora de negociação, o Ibovespa se recuperou e passou a operar em alta no fim da manhã desta terça-feira (22). Às 12h10, o Ibovespa avançava 0,49%, aos 130.290,18 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 128.725,59 (-0,71%) e a máxima de 130.422,47 (+0,60%).

O índice se beneficia pelo desempenho positivo das bolsas de Nova York, que recuperam boa parte das perdas da véspera, quando refletiam o aumento das tensões em torno da Casa Branca e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por cortes de juros nas taxas de juros dos EUA.
A queda no início do pregão foi atribuída a um ajuste às fortes quedas das bolsas americanas na segunda-feira (21), devido ao aumento da tensão entre Trump e o Fed. Além disso, a China afirmou que vai retaliar os países que privilegiarem acordos com os EUA, o que aponta para uma maior divisão entre os países no comércio global.
Na avaliação de Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o mercado acionário brasileiro reflete hoje a resiliência que vem ocorrendo com os mercados de países emergentes menos afetados pela guerra comercial entre EUA e China. Com isso, embora o sinal de baixa prevaleça, ele é mais ameno e conta com a influência positiva de Nova York, o que não significa que o mercado não esteja atento aos efeitos das questões comerciais no mundo.
Ibovespa: relatório do FMI não impacta, diz analista
Sobre o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado mais cedo, que apontou piora nas perspectivas para a economia global e também a brasileira, Spiess afirma que o teor do documento já era esperado e converge com as estimativas já feitas por outras instituições. Mesmo assim, ajuda a consolidar as percepções a esse respeito.
O FMI cortou suas projeções para o crescimento do Brasil neste e no próximo ano, antevendo o efeito das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na economia global. O organismo espera que o PIB brasileiro avance 2,0% em 2025, e não mais 2,2% como previu em janeiro, e mantenha esse ritmo em 2026 – a projeção era também de 2,2% para o próximo ano.
A entidade disse ainda que a projeção de crescimento para a economia mundial foi para 2,8% neste ano, ante 3,3% divulgado em janeiro. Para 2026, a expectativa passou para uma alta de 3,0%, ante estimativa anterior que também previa avanço de 3,3%.
Com Estadão Conteúdo