Ibovespa cai na reta final da sessão e dólar fecha em alta; NY também recua

O Ibovespa cai na reta final da sessão desta quarta-feira (20), em linha com a pior do humor nas bolsas dos Estados Unidos. Por volta das 17h35, o índice recuava 0,68% aos 130.955 pontos.

O petróleo teve mais um fechamento positivo, em linha com a tensão no Mar Vermelho. Com isso, a Petrobras ajuda a limitar as perdas do índice: Petrobras ON (PETR3), +0,37% a R$ 38,18 e Petrobras PN (PETR4), +0,44% a R$ 36,41.

A Vale (VALE3) tenta se manter no campo positivo, com +0,05% a R$ 74,77, seguindo o minério de ferro, que voltou a fechar em alta nesta madrugada em Dalian, na China.

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A maior alta do Ibovespa segue sendo de Casas Bahia (BHIA3), com um salto de +8,96% a R$ 10,95, em linha com o recuo nos juros futuros.

Na ponta negativa, Totvs (TOTS3) lidera as quedas com -4,18% a R$ 33,01.

Mercado em NY

O mercado em NY abriu em queda nesta quarta-feira, se firmou no campo negativo no início da tarde e agora opera novamente no vermelho.

Lá fora, os investidores aguardam dados de PIB e do índice de inflação PCE, que deve dar mais sinais sobre a trajetória da política monetária do Fed.

Confira como operam principais índices acionários de Nova York por volta de 17h35:

  • Dow Jones: -0,88% a 37.228 pontos
  • S&P500: -1,10% a 4.715 pontos
  • Nasdaq: -1,15% a 14.830 pontos

No radar dos investidores

No radar dos investidores está o IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, considerado uma prévia do PIB, que recuou 0,06% em outubro ante setembro. No mês anterior, o recuo havia sido de 0,05%. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 1,54%

Entre os destaques de agenda, está marcada para hoje a votação, no Senado, da MP da Subvenção do ICMS. Será apresentado também o relatório final do orçamento de 2024 para ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Além disso, o mercado segue acompanhando a repercussão das falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que reconheceu que a taxa de juros real do Brasil é alta, além de ter defendido que o governo Lula busque a meta de déficit zero em 2024.

Ontem, a S&P elevou o rating do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável, citando a aprovação da Reforma Tributária. O movimento, que impulsionou os ganhos do índice na tarde de ontem (18), deve seguir repercutindo na bolsa hoje.

No noticiário corporativo da bolsa de valores, o destaque mais uma vez fica com Americanass (AMER3), que teve seu plano de recuperação judicial aprovado por credores.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

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Cotação do dólar hoje

O dólar à vista fechou em alta de 0,96%, a R$ 4,9118.

O dólar hoje seguiu movimento semelhante ao observado em relação a outras moedas ligadas a países exportadores de commodities, que recebem suporte da valorização destes ativos. A divisa americana, no entanto, sobe ante outras moedas emergentes como peso mexicano e lira turca, e a desvalorização de pouco mais de 1% acumulada pelo dólar ante o real em dezembro ainda pode levar a movimentos de correção ao longo do pregão.

Bolsas da Ásia fecham mistas

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta quarta-feira, enquanto investidores contrapuseram o otimismo por relaxamento monetário no Ocidente com um quadro macroeconômico ainda incerto na China.

Em Tóquio, o índice Nikkei encerrou em alta de 1,37%, a 33.675,94 pontos. O mercado ainda repercute a decisão do Banco do Japão (BoJ) desta terça-feira de manter a política acomodatícia, quando o presidente da instituição, Kazuo Ueda, afirmou que a instituição preservará a postura paciente na definição dos próximos passos.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi, em Seul, subiu 1,78%, a 2.614,30 pontos. O Taiex, de Taiwan, avançou 0,33%, a 17.635,20 pontos, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, se valorizou 0,66%, a 16.613,81 pontos.

Os ganhos seguem o rali dos últimos dias em Wall Street, onde o índice Dow Jones renovou sucessivas máximas históricas e o S&P 500 se aproximou do nível recorde. O movimento reflete a crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed) corte juros agressivamente a partir de março, apesar de esforços de dirigentes da instituição para esfriar essa aposta.

Nos negócios chineses, contudo, a principal referência de Xangai baixou 1,03%, a 2.902,11 pontos, e a de Shenzhen, menos abrangente, recuou 1,23%, a 1.785,34 pontos. O Banco do Povo da China (PBoC) deixou inalterada suas principais taxas de juros pelo quarto mês consecutivo. Para analistas da HSBC Global Research, a segunda maior economia do planeta precisa de mais estímulos para impulsionar os investimentos privados.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, de Sydney, avançou 0,65%, aos 7.537,9 pontos, e chegou perto de seu recorde histórico.

Bolsas da Europa fecham mistas

A bolsa de Londres fechou em alta acima de 1% hoje, destoando dos índices continentais, em dia marcado pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) do Reino Unido. A desaceleração acima do esperado na leitura de novembro deu forças à percepção de cortes nas taxas pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) em 2024, impulsionando a bolsa, que contou ainda com alta de petroleiras. Do outro lado do Canal da Mancha, o tom foi cauteloso diante de sinais mais contidos a partir de indicadores e comentários de dirigentes, e maioria dos índices recuou.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,19%, a 477,94 pontos.

A alta acumulada em 12 meses do CPI do Reino Unido ficou em 3,9%, a menor variação anual em mais de 2 anos. Segundo o diretor de investimentos da AJ Bell, Russ Mould, o dado de hoje parece não dar muitas opções ao BoE, senão cortar juros um pouco mais cedo do que a autoridade monetária tem anunciado. Para o analista da Oanda Craig Erlam, embora se espere que a desinflação desacelere, existem agora muitas evidências de que está ocorrendo em maior grau do que se pensava, e foi exatamente isso que os mercados precificaram esta manhã.

Segundo o ING, o mercado agora vê 140 pontos-base em cortes de juros em 2024, a partir de maio. A instituição, no entanto, considera exagerada essa precificação. “Ainda pensamos que o BoE preferirá agir com um pouco mais de cautela, com cortes de 100 pontos-base começando em agosto”, afirma. Entre os setores, petroleiras acompanharam a alta da commodity no mercado internacional. Em Londres, BP (+0,82%) e Royal Dutch Shell avançaram (1,55%), ajudando na alta de 1,02% do FTSE 100, a 7.715,68 pontos.

Já no continente, o índice de confiança do consumidor e a inflação ao produtor (PPI) da Alemanha seguiram indicando fraqueza. Apesar de ter confirmado que os juros estão muito provavelmente em seu pico na Europa, o membro do Banco Central Europeu (BCE) Joachim Nagel alertou os investidores para possível excesso nas especulações sobre corte de juros. “Tenham cuidado, outras pessoas já especularam errado antes”, advertiu. Em Frankfurt, o DAX teve queda de 0,07%, a 16.733,05 pontos. Em Milão, o FTSE MIB caiu 0,01%, a 30.361,21 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 0,32%, a 6.344,54 pontos.

Em Madri, as ações da Telefónica subiram 3,20%, depois que o governo da Espanha informou que comprará 10% de participação na empresa por meio da Sociedade Estatal de Participações Industriais (Sepi). Na cidade, o Ibex 35 recuou 0,05%, a 10.101,00 pontos. Já em Paris, o CAC 40 avançou, com 0,12%, a 7.583,43 pontos.

Cotação do Ibovespa na terça (19)

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (19) em alta 0,59%, a 131.850,90 pontos.

*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano Silva

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