Ibovespa oscila em meio a intensificação de guerra comercial
A queda expressiva das commodities pesa no Ibovespa nas primeiras horas de sessão nesta quarta-feira (9). Às 11h58, o Ibovespa o Ibovespa caía 0,17%, aos 123.727,10 pontos, depois de oscilar entre alta de 0,63%, na máxima aos 124.718,59 pontos, e queda de 0,84%, na mínima aos 122.887,13 pontos, vindo de abertura em 123.928,19 pontos (variação zero).

Os juros futuros avançam, com o dólar à vista já superando a marca dos R$ 6,00. Na máxima até o momento, a moeda ante o real atingiu R$ 6,0967.
Ontem, o principal indicador da B3 fechou em baixa de 1,32%, aos 123.931,89 pontos, refletindo a aversão global após a escalada da briga comercial dos EUA com a China. Na ocasião, o republicano elevou o tarifaço a Pequim para 104%. Há pouco, o Ibovespa subia moderadamente.
“Só uma correção, um ajuste natural de mercado. O índice Vix, termômetro do medo, continua subindo e o tema recessão no mundo segue sendo discutido”, pondera Ian Toro.
Além desse tarifaço, entraram em vigor as tarifas recíprocas dos EUA, incluindo 20% para a União Europeia. O presidente americano, Donald Trump, também prometeu anunciar tarifas a produtos farmacêuticos “muito em breve”.
Na visão da LCA-4intelligence, as negociações com parceiros de maior porte econômico e/ou menor alinhamento geopolítico tenderão a ser muito difíceis. Assim, o aumento abrangente, expressivo e arbitrário de tarifas adotadas pelos EUA tende a deflagrar ondas de retaliação, configurando uma guerra tarifária – sobretudo, mas não apenas, com a China.
A consultoria diz que ainda está calculando os efeitos do tarifaço, mas adianta que o aumento abrupto de tarifas constitui, para os EUA, um choque negativo de oferta – cuja intensidade dependerá, em boa medida, dos resultados das negociações vindouras. Para o Brasil, afirma que a guerra tarifária pode tornar o ambiente externo algo desinflacionário.
Ibovespa oscila: o que movimenta o mercado
A queda no preço no petróleo – hoje chegou a cair perto de 7% – já levou a LCA a incorporar uma redução nos preços domésticos dos combustíveis. Desta forma, reduziu sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025, de 5,7% para 5,5%. Ao longo dos próximos dias, afirma que vai incorporar outros ajustes em nossas projeções para as variáveis domésticas do cenário macroeconômico.
A BGC Liquidez estuda mudar sua projeção para a taxa Selic para uma última alta de meio ponto porcentual no Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, o que elevaria o juro básico para 14,75% ao ano, em vez de dois aumentos – um de 0,75 ponto e outro de 0,50. “Encerraria o ciclo de alta em maio por perspectivas de um ambiente mais desinflacionário”, diz Daniel Cunha estrategista-chefe da BGC Liquidez.
Com Estadão Conteúdo